quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Preparação Para a Batalha

Comecei a refletir sobre esse assunto justamente quando meu neto encontrava-se hospitalizado; mal acabara de nascer e já começando a experimentar e provocar alguns dias de profunda expectativa da parte da família e dos demais amigos e irmãos em Cristo Jesus. Creio que ele teve seu batismo de fogo, ou com fogo, logo a partir do segundo dia de sua vida, quando foi levado às pressas de Camaquã para P. Alegre – RS, ficando sob cuidados médicos durante onze dias. Creio que Deus começou a prepará-lo desde já para usá-lo de forma poderosa na propagação do evangelho de Cristo. Imagino que, juntamente com a unção do Espírito Santo, pela qual eu orei o tempo todo de sua gestação para que o Senhor cumprisse nele a promessa feita a João Batista (Lc 1.15, 16); o Senhor vai também prepará-lo através do torvelinho da aflição, para cumprir os Seus santos propósitos na vida de nosso Samuel.

Não que eu deseje o mal, ou o sofrimento para o meu neto; mas entendo que o treinamento espiritual, cristão – assim como no treinamento militar ou mesmo o treinamento para se exercer algumas profissões importantes e especiais – implica necessariamente no enfrentamento de desafios, dificuldades, dores, suor e lágrimas. Muitas lágrimas. Como afirma o apóstolo Paulo, baseado em sua própria experiência:
_ “Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida. Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos, sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco. Porque todas as coisas existem por amor de vós, para que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as ações de graças por meio de muitos, para glória de Deus.6 Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2Co 4.11-18).
_ “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12.9-10).

Precisamos continuar crendo e “sabendo que, no Senhor, o nosso trabalho não é vão”. É a fé que nos mantém firmes e resolutos. Sim, podemos confiar no Deus da Aliança, o Deus das promessas. O Deus que não é homem pra mentir. Podemos confiar, ainda que as lágrimas possam toldar nossos horizontes; ainda que a dor lancinante da perda e da saudade de um ente-querido possa nos deixar confusos, entristecidos e deprimidos... Ainda que as lágrimas causadas pela dor de uma doença cruel nos leve a perder a vontade de viver... Ainda que as lágrimas em conseqüência da ingratidão, injustiça, humilhação e todos os males que as hostes do inferno possam nos causar... Ainda assim, podemos dizer como Jó e Habacuque :
_ “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim” (Jó 19:25-27).
_ “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3.17-19).

Há um cântico muito bonito e muito conhecido pelo povo de Deus, o qual precisa ser considerado dentro deste contexto aqui exposto:
_ “És Tu única razão da minha adoração, oh Jesus!
És Tu única esperança que anelo ter, oh Jesus!
Confiei em Ti, fui ajudado.
Tua salvação tem me alegrado.
Hoje há gozo em meu coração;
com meu canto Te louvarei!
Eu Te louvarei; Te glorificarei.
Eu Te louvarei, meu bom Jesus!
Em todo tempo Te louvarei; em todo tempo Te adorarei!

Eu Te louvarei; Te glorificarei.
Eu Te louvarei, meu bom Jesus!”
Sem dúvida esta deve ser a nossa expressão de amor a Jesus, em todo tempo. Resta, porém, uma pergunta para nossa reflexão: “Estamos nós, realmente, dispostos a adorar, glorificar e servir ao Deus vivo, que é revelado em Jesus Cristo, mesmo se ficarmos desempregados, abandonados pelos amigos, vendo a morte se aproximar?” Este foi o desafio que Jó, João Batista, Paulo, apóstolo, e tantos outros servos de Deus através dos séculos, têm enfrentado. E é o desafio para todos nós. Amém.

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