quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A NECESSIDADE DE NOVA REFORMA


Quando associamos os textos que estamos estudando com o contexto social e espiritual em que vivemos, sentimos que de fato precisamos clamar a Deus que nos conceda, com o máximo de urgência, uma nova reforma. E isto implica numa  constante renovação espiritual. Como escreveu Klaas Runia sobre a  Necessidade de Nova Reforma:

_ “Cada vez mais se torna  evidente, a muitos membros de igreja,  que eles precisam fazer alguma coisa. Mas  a grande pergunta da maioria deles é: Fazer o que? Pessoalmente  creio que  a única resposta é: temos de trabalhar  com vistas a uma nova reforma. Nada menos do que isto vale. Certamente não basta  colocar uns poucos remendos no que aí está. Isso vimos fazendo já por longo tempo, e não tem prestado. A despeito de todos os nossos  remendos, as coisas têm ido de  mal a pior. O que precisamos é de uma  reforma total da igreja.

Empregando a palavra “reforma” não quero dizer  com isso um simples retorno à situação do século 16. Além de ser impossível tal retorno, seria também um erro. Não seria reforma, mas retroação. Seria fazer  retroceder os ponteiros do relógio da história, ação esta que sempre se condena a fracasso. Nossa ideia de reforma é de  todo diferente. Queremos dizer uma  renovação da igreja de  hoje, tomando em consideração a situação e os problemas da hora que passa e  procurando encontrar  novos  meios de levar a igreja  a ser o que deve ser, de acordo  com o Novo Testamento: “a casa de Deus, que  é a  igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. Várias sugestões daremos a seguir.

Antes de tudo há necessidade de se reavivar o doutrinamento no seio da igreja. É evidente que isto concerne principalmente aos ministros, porque o ensino é em primeiro lugar da responsabilidade deles. Segundo 1 Tm 5.17, eles são  os presbíteros que “se afadigam  na palavra e no ensino”. Ora, que podem eles fazer para que refloresça o doutrinamento no seio da igreja? Em primeiro lugar, terão de começar uma vez mais a ensinar as grandes verdades doutrinais da Bíblia... Nunca  devemos ensinar dogmas como tais, ou só por serem dogmas, mas sempre as doutrinas de nossa fé, fundamentadas na Escritura. Isto é de tremenda importância  para a edificação da fé  da congregação. Muito ensino moderno é  por demais superficial. Com frequência acontece o povo só  receber “leite”, e nunca saborear o “alimento sólido” da Palavra. Um dos trágicos resultados disso é uma chocante falta de conhecimento a respeito  do sistema da verdade, revelado  na Escritura...

A doutrinação é o único meio de levar uma congregação  a conhecer aquilo em que crê. Foi assim desde o princípio da igreja cristã... Naturalmente, isso nunca se divorciou do aspecto prático, ético da fé. De fato, em todas as epístolas  esses  aspectos práticos, éticos, são salientados. Todavia sempre se baseiam  no aspecto doutrinal. Paulo, por exemplo,  comumente dedica dois terços de cada epístola sua ao  fundamento doutrinário da fé, enquanto que no terço  restante fala das consequências disso em nossa vida e  conduta diárias. Os dias da reforma apresentam outra vez um exemplo do sadio doutrinamento...

Com efeito, uma  congregação  instituída por este modo sabe  em que crê, e não será facilmente abalada por doutrinas errôneas, que venham de teólogos liberais de dentro, quer venham  de sectários de fora da igreja.

Intimamente relacionado  com o ensino está o doutrinamento da juventude da igreja... Quando o pessoal recebe bastante instrução na juventude, pode-se apelar poderosamente para ele  na base  do que tem aprendido... É difícil superestimar  os benefícios que por essa forma os jovens recebem. À medida que se lhes  ensina a Palavra eles são de contínuo desafiados por ela... Suas consciências são tocadas. De fato muitos jovens chegam a uma  verdadeira conversão simplesmente através de classes de doutrinamento. A conversão deles pode não ser espetacular, mas acontece frequentemente  ser mais sólidas e duradouras do que muitas conversões convencionais. Ao mesmo tempo ficam mais bem aparelhados mental e espiritualmente para enfrentar os problemas da escola, universidades, ou  da vida profissional... Pois têm uma estrutura doutrinária a que recorrer, à qual podem submeter as questões e problemas que os defrontam e desafiam...

Precisamos por igual reavivar a disciplina na igreja. Uma das principais causas das presentes dificuldades é a negligência na disciplina. Mencionarei duas áreas em particular sobre isso: Primeiro, admitem-se membros  na igreja muito facilmente. A igreja não julga o íntimo, o coração de ninguém. Deixa isso com Deus. Mas, uma confissão verossímil, apoiada por uma vida realmente cristã, é base suficiente para que alguém seja recebido como membro da igreja. A segunda área em que a disciplina tem sido negligenciada relaciona-se de perto com o que foi declarado no parágrafo acima. Nomes de pessoas permanecem  no rol de membros das igrejas, mesmo quando demonstram claramente não se interessar pelo evangelho... Acontece com frequência que essas mesmas pessoas abertamente sustentam pontos de vista contrários  à confissão da igreja, e participam  de atividades condenadas pela Palavra de Deus... Os procedimentos aqui mencionados poderão parecer os meios importantes de efetuar uma completa reforma da igreja local. Realizando isso, concentramo-nos na vida espiritual da congregação e procuramos edificá-la de cheio sobre o fundamento do Evangelho e da Lei, como revelado na Escritura...”.

 

Pr. Vanderlei Faria


 

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