sexta-feira, 28 de outubro de 2011

SOZINHA, MAS BEM ACOMPANHADA

Gn 16.7-15

É interessante que o texto anterior a este fala, exatamente, do encontro de Deus com Abraão e da aliança estabelecida por Deus com ele sobre a sua descendência. Deus lhe falara, deu-lhe uma visão completa até mesmo quanto aos sofrimentos pelos quais haveria de passar a sua posteridade, durante quatrocentos anos. Enfim, justamente quando Deus lhe falara, de forma clara e objetiva, sobre tudo quanto haveria de suceder-lhe...

Logo depois, foi Abraão convencido por Sara de que a única forma para eles alcançarem seus objetivos (que eram o mesmos de Deus – como ele fora informado) seria fazendo uso de um atalho humano, um jeito mais fácil e mais rápido de se obter os resultados pretendidos; mesmo que estes já estivessem determinados previamente por Deus. Aqui temos um exemplo do fracasso dos métodos humanos quando eles não se coadunam com os princípios bíblicos.
A mesma pessoa que até então fora importante (na ótica de Sara) para se alcançar a solução de um problema “insolúvel”, de repente passava a ser descartada por se constituir em uma ameaça à paz e à harmonia familiar.

Agar, sem mesmo querer, constituíra-se numa personificação constante do desprezo, afronta e humilhação para Sara. É sempre assim, a felicidade alheia provoca ressentimento e amargura para alguns. Assim, a alegria de Agar proporcionava um sentimento de inveja, amargura e humilhação em Sara; ainda que a outra não lhe dissesse nada. Apenas a sua presença feliz já era o suficiente para provocar todo o tipo de constrangimento e contrariedade na outra.

Além disso, provavelmente, Sara estava remoendo um sentimento de arrependimento tardio. Talvez já começasse a pensar na tremenda mancada que dera com aquela fatídica sugestão. Ela mesma havia sugerido e aprovado a ruptura dos laços conjugais, entregando seu marido “de bandeja” para outra mulher; exposto sua intimidade conjugal. Ela que planejara apenas ter uma barriga de aluguel, constituíra e alojara dentro de sua própria casa uma concorrente fértil, jovial, e, quem sabe, mais atraente para seu marido.

Qual a lição que poderíamos tirar desse episódio? Quantas vezes ouvimos história de jovens casais que agem imprudentemente expondo-se às tentações uns aos outros, por motivos os mais variados e banais!

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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