sábado, 8 de agosto de 2015

DAI-LHES VÓS DE COMER


“Dai-lhes vós mesmos de comer...” (v.37a).

 

Recentemente faleceu uma irmã nossa,  membro de uma grande igreja, família bem integrada na igreja, e ela uma batalhadora. Apesar da situação equilibrada da família, aquela senhora vivia com extrema economia. Vestia-se de roupas surradas; calçados rotos, furados e desgastados. Não se dava ao luxo de tomar algumas iguarias, nem mesmo em ocasiões especiais. Suas ofertas para fins especiais em sua igreja eram sempre contidas, minguadas. Enfim, fazia o tipo “pobretona assumida”, embora o marido gozasse de uma boa aposentadoria e morasse no centro de uma grande cidade.
 
Após a morte dessa referida irmã, seu marido resolveu dar uma geral na casa, mudar os móveis, trocar o colchão, arejar o ambiente. Enfim, mudar o ambiente. Então veio a surpresa: Debaixo do colchão havia  um pacote com dólares. Uma pequena fortuna, a considerar-se a maneira em que vivia aquela senhora: quarenta e sete mil dólares... Sem dúvida, uma excelente e animadora recompensa para um viúvo disposto a viver seus últimos dias com alguma regalia. Com muita tranqüilidade, casou-se novamente e foi desfrutar sua tão merecida lua de mel...


Aquela irmã era rica, e não sabia. Ou melhor, era rica, mas não se dera conta de que possuía o suficiente para viver bem e abençoar a muitos com seus bens. Tinha o suficiente para poder desfrutar  ao máximo a sua velhice, no que diz respeito à parte social, material, e ainda poderia ter sido uma grande bênção na vida de outras pessoas.  Mas ela não sabia, ou não soube, fazer bom uso daquilo que Deus lhe concedera. Não soube fazer uso do que tinha. Viveu como miserável, tendo condições de desfrutar de um padrão de vida muito superior. Era rica e não sabia...  Não sabia usar a riqueza que  possuía. Em Apocalipse, o Senhor  fala de uma situação semelhante. 6 – Precisamos compartilhar a nossa riqueza, ou a nossa provisão.


A igreja de Smirna também era rica, e não sabia. Foi preciso que o Senhor usasse a instrumentalidade de João para consolar o povo de Deus daquele lugar, e a todos nós hoje, com esta exortação: “Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas  coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:  Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.  Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte”  (Ap 2:8-11).

Constantemente ouvimos estórias de pessoas que passaram a vida toda vivendo como pobres,  alguns em situações miseráveis, sem saberem que possuíam verdadeiras fortunas.

_ “Dai-lhes vós mesmos de comer...” Com esta ordem, os discípulos de Jesus foram despertados para o fato de que eles tinham algo a oferecer; eles eram ricos e não sabiam.

Ao mesmo tempo, a visão da necessidade dos outros gerou o senso de responsabilidade pessoal pela sorte da multidão.


O v.34, diz: "Ao desembarcar, viu Jesus  uma grande multidão e compadeceu-se  deles, porque eram como ovelhas  que não têm pastor". Não havia como fugir da responsabilidade de prestar serviço àquela gente, estando junto com eles, sentindo bem de perto as suas aflições. Assim, Jesus tomou a iniciativa de atendê-la, sabendo que eles eram totalmente  dependentes dEle. Demonstrou sensibilidade para com as necessidades de toda a multidão. E jamais se esqueceu  das outras ovelhas que não eram daquele aprisco (Jo 10.16). Precisamos, também, olhar para as pessoas com o mesmo senso de responsabilidade do Senhor Jesus. E foi isso que ele exigiu de Seus discípulos: "Dai-lhes vós de comer" (v.37).


Não seria esta também a nossa maior dificuldade? Ou seja, o fato de ficarmos tão fixados e preocupados com a nossa própria sorte tira a nossa capacidade tanto n o sentido de desfrutar do que temos como de compartilhar com os que nada possuem. Pr isso o escritor de Provérbios assim nos recomenda: “Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena. Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem mortos.  Se disseres: Não o soubemos, não o perceberá aquele que pesa os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?” (Pv 24.10-12).

 

Pr. Vanderlei Faria

 

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