“Deus é nosso refúgio”
significa muito mais do que dizer que Ele é o nosso remédio, nosso
escape. É algo que nos faz sentir
em companhia de alguém atencioso e confortador. Esse ato de nos lançar
nos braços do Pai de maneira franca e sem reservas ou rodeios, proporciona-nos um conforto semelhante ao que ocorre às crianças de colo, quando estas se vêem
amedrontadas diante dos fatos, ou circunstâncias, que lhes são
aterradores, desconhecidos e grandes demais para sua capacidade de compreensão
e reação. Quando, de repente, chega o pai e a toma nos braços, envolvendo-a com carinho e afeto,
a criança sente-se completamente fora de
perigo e sem qualquer temor. O pai a tomou em seus braços fortes e suficientes para protegê-la dos perigos
que se manifestavam, então a criança
se emociona e se regozija nos braços do pai, ou da mãe. Foi-se a angústia,
o pavor.
A oração nos proporciona experimentar algo semelhante. Então, não precisamos temer, ainda que os “montes”
de problemas nos lancem para o
meio do mar da vida. Podemos ter a
certeza (não apenas a certeza
intelectual, mas uma certeza forjada e respaldada na própria experiência
e vivência com Deus) de que, ainda que
haja tremores de todos os lados, e em
todos os nossos relacionamentos; ainda que falte-nos as coisas que
reputamos como essenciais para a
nossa sobrevivência física, temos o Pai conosco.
Ainda que estejamos enfrentando perigo de morte, ou mesmo que a morte se nos
avizinhe, projetando em nós sua
tenebrosa e assustadora sombra, como escreveu o salmista Davi,[1] ainda assim, temos esse conforto inaudito e sublime da companhia do Altíssimo. Esse é,
no meu entendimento, o refúgio e
fortaleza ao qual precisamos nos dirigir. Creio que aí se encontra a
grande necessidade e importância da oração.
Pr. Vanderlei Faria
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