terça-feira, 31 de janeiro de 2012

NOSSA MAIOR ALEGRIA

Certa ocasião Jesus se referiu a muitos religiosos, vibrantes e orgulhosos de suas atividades, cujos nomes não estavam registrados nos céus: “Nem todo o que diz Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).

Quando Jesus enviou os setenta discípulos para pregarem o evangelho (Lc 10.1-20), eles voltaram eufóricos pelas realizações e conquistas em nome do Senhor: “Voltaram depois os setenta com alegria, dizendo: Senhor, em teu nome, até os demônios se nos submetem” (Lc 10.17).
Jesus se alegrou com eles, e por eles. Porém, acrescentou-lhes algo que eles não haviam se dado conta como motivo maior de alegria: “Contudo, não vos alegreis porque se vos submetem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lc 10.20).
Eis aí a motivação maior de nossas realizações. O motivo maior da alegria cristã. Por isto Paulo diz: “Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo... cujos nomes estão no livro da vida... Perto está o Senhor” (Fl 3.20; 4.3 b,5 b).
E, no final da Bíblia está registrado: “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse será lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20.15). Pense nisto: seu nome está inscrito no Livro da Vida?
Quando você recebe o Senhor Jesus em seu coração, adquire a certeza de que seu nome está no livro da vida. João, por exemplo, escreveu a crentes que haviam perdido a alegria diante dos sofrimentos e tentações. Então ele começa sua carta dizendo: “Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai, eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno” (1 Jo 2.14). No final de sua carta ele expressa sua motivação maior em escrever-lhes – para que adquirissem a certeza de que eram salvos: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (1 Jo 5.12-13). Isto é, sem dúvida alguma, a prioridade da vida cristã.
Se alguém diz: “e como posso ter certeza de fui salvo?”, volte-se à Palavra de Deus.[2] Se invocarmos o nome do Senhor, confessando que Jesus Cristo é o Senhor de nossa vida, se cremos nEle como nosso único e suficiente Salvador, com sincero arrependimento e confissão dos pecados; então o próprio Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus por adoção (Rm 8.14-17).

O Dr. Martyn Lloyd-Jones em seu livro “Deus o Espírito Santo” apresenta-nos algumas bases para obtermos a certeza da salvação. Diz ele: “Na primeira Epístola de João há quatro provas principais:
A primeira prova consiste em crer que Jesus é o Cristo:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (1 Jo 4:1-2).
Significa a doutrina completa sobre o Senhor Jesus Cristo. Que Ele é verdadeiramente o Deus eterno – o eterno Filho de Deus, coigual com o Pai.

A segunda prova consiste em guardar os mandamentos:
“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos” (1 Jo 2:3). “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos” (1 Jo 5:3).
Esta é a maneira de fazer distinção entre o filho de Deus e o filho do diabo: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão” (1 Jo 3:10).

A terceira prova é que Ele deu o Seu Santo Espírito:
“E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu” (1 Jo 3:24).

A quarta prova é que amamos os irmãos:
“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 Jo 3:14).
Se estamos todos unidos a Ele e unidos uns aos outros, estamos relacionados uns com os outros, e inevitavelmente amamos uns aos outros.

O Dr. Lloyd-Jones acrescenta, ainda, mais duas provas, além das que foram tiradas da Primeira Carta de João:

Portanto, a quinta prova é esta: Alguém que é consciente de um desejo de conhecer a Deus, e não meramente de ser abençoado por Ele. Sua alma tem sede do Deus vivo: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Sl 42:2). “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt 5:6).

A última prova é que os filhos de Deus não meramente desejam o perdão de seus pecados e a anulação das consequências dos pecados, mas também desejam saber o que é odiar o pecado: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”[3]

Os salvos por Cristo Jesus são aqueles que depositaram sua esperança unicamente no sacrifício propiciatório de Cristo, e por isto, através do Espírito Santo, recebem a confirmação de que foram aceitos diante de Deus pelos méritos de Cristo (Rm 8.12-39). Estes são aqueles que um dia foram alcançados pela graça de Cristo, através da fé, crendo que “não há salvação em nenhum outro... nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). São aqueles que foram lavados pelo sangue de Jesus e desta forma se tornaram filhos de Deus, “a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13). São os que reconhecem que a única esperança é Cristo, porque Deus é fiel, como nos prometeu (Mt 1.21), Ele há de cumprir.

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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