Há poucos dias  estava assistindo uma reportagem na TV,
quando  algumas pessoas que haviam chegado do Líbano davam  seus
depoimentos sobre a guerra entre seu país e  Israel.  Embora
demonstrassem  gratidão ao governo brasileiro por tê-los  tirado
daquela situação caótica, eles estavam profundamente tristes pelo que
haviam  deixado  para trás, tanto pelas pessoas amigas que ali
ficaram como pelos  seus bens  materiais que jamais poderão reaver.
Fiquei pensando nas pessoas que haviam trabalhado  anos a fio para
construírem seu patrimônio pessoal, suas propriedades. Comprar tudo aquilo que
imaginavam que poderia lhes proporcionar  conforto, segurança,
entretenimento, alegria; enfim, a felicidade plena... Agora todo aquele
sacrifício  de uma vida toda de muito trabalho e dedicação, de noites mal
dormidas, de economia, de apertos e abnegação, tudo se transformara, da noite
para o dia, em algo  inútil e ineficiente para lhes dar a paz e tranquilidade
tão acalentadas. 
Certamente aqueles que  tinham o coração  mais apegados às
coisas materiais estavam mais destroçados emocionalmente. O povo de Israel,
também, ao regressar do cativeiro babilônico não tinha  esperança de 
readquirir seus bens, pois haviam sido saqueados completamente  quando
foram enviados para o exílio. Nada lhes restava senão a terra em que nasceram e
Deus. 
Por isto até hoje eles valorizam tanto a terra natal. Era-lhes  o
único bem que lhes restava.  Deus estava com eles, e isto lhes
bastava.  Eles estavam unidos na
gratidão, na alegria, na obra missionária (ainda que sem saber); na busca de
uma  sincera renovação espiritual, e
também unidos na busca da consolação do Senhor para superarem as perdas,
os  traumas e sequelas  devido ao longo tempo de sofrimentos no
exílio babilônico. 
Pr. Vanderlei
Faria
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