Mc 8.21-25
No texto acima,
Marcos cita um episódio muito curioso no treinamento que Jesus realizava com
seus discípulos, o qual ilustra significativamente a situação de quem se acomodou
apenas com a primeira experiência com Jesus.
O cego,
inevitavelmente estava feliz em perceber
que já estava podendo distinguir alguma
coisa, ainda que de forma turva, confusa, insipiente. O início, o primeiro
toque da bênção divina já lhe fora motivo de muita gratidão e alegria. Até
então, em não podia contemplar absolutamente nada, era completamente cego. Assim, estar vendo alguma coisa já parecia
ser suficiente; quando, na verdade, ele ainda era “meio cego”.
Não será esse o nosso principal problema hoje? Ou seja, nossa incompreensão do que seja a
verdadeira vida cristã? Não podemos desassociar a vida cristã, espiritual, da
vida secular, diária. Não podemos fracionar a nossa vida entre o que é espiritual e o que é pessoal, particular,
material.
Quantas vezes o crente está
vivendo comprometido com o pecado e, por não sentir-se capaz de
confessar seus pecados, sua dureza de coração, se envolve sacrificialmente até
o limite de suas forças como uma forma de compensação! Na verdade, aquele
crente sente-se de certa forma recompensado emocionalmente pelo fato de
contar ou exercer alguma atividade que
seja útil, honesta e até contribua
grandemente para a alegria e
edificação do povo de Deus. Porém, ainda assim,
Aquele que sonda os nossos
corações sabe que tudo quanto estamos
oferecendo a Deus como culto solene não passa de “fermento dos fariseus”,
palha, algo inútil.
Com o toque das
mãos de Jesus aquele homem sentiu-se maravilhosamente abençoado; porém, o que
ele não sabia, é que o Senhor ainda tinha mais a lhe oferecer. Aquele que
começou a boa obra na vida dele, haveria de completá-la, como nos diz o
apóstolo Paulo (Fl 1.6). Paulo ora em favor dos
irmãos de Filipos para que eles não ficassem estagnados nos primeiros
passos da vida cristã. Paulo ora para que Deus completasse a obra iniciada na
vida deles a fim de que eles crescessem
na sabedoria e entendimento no seu relacionamento com Deus.
Ao mesmo tempo em
que o apóstolo estava orando, estava também encorajando-os a buscar esse
crescimento, através da comunhão com Deus. Eles precisavam continuar se
aprofundando nas coisas espirituais, tanto para que adquirissem o discernimento
necessário para fazerem escolhas acertadas na vida como, principalmente, para que “A vida de vocês estará cheia das boas
qualidades que só Jesus Cristo pode produzir, para a glória e o louvor de
Deus”. A fim de que eles produzissem frutos para a glória e louvor de Deus; frutos que
haveriam de glorificar a Deus, acima de tudo.
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