sexta-feira, 6 de março de 2015

MEIO CEGO


Mc 8.21-25

No texto acima, Marcos cita um episódio muito curioso no treinamento que Jesus realizava com seus discípulos, o qual ilustra significativamente a situação de quem se acomodou apenas com a primeira experiência com Jesus.

O cego, inevitavelmente estava feliz  em perceber que  já estava podendo distinguir alguma coisa, ainda que de forma turva, confusa, insipiente. O início, o primeiro toque da bênção divina já lhe fora motivo de muita gratidão e alegria. Até então, em não podia contemplar absolutamente nada, era completamente cego.  Assim, estar vendo alguma coisa já parecia ser suficiente; quando, na verdade, ele ainda era “meio cego”.

Não será esse o nosso principal problema hoje?  Ou seja, nossa incompreensão do que seja a verdadeira vida cristã? Não podemos desassociar a vida cristã, espiritual, da vida secular, diária. Não podemos fracionar a nossa vida entre o que é  espiritual e o que é pessoal, particular, material.

Quantas vezes o crente está  vivendo comprometido com o pecado e, por não sentir-se capaz de confessar seus pecados, sua dureza de coração, se envolve sacrificialmente até o limite de suas forças como uma forma de compensação! Na verdade, aquele crente sente-se de certa forma recompensado emocionalmente pelo fato de contar  ou exercer alguma atividade que seja útil, honesta e até contribua  grandemente para  a alegria e edificação do povo de Deus. Porém, ainda assim,  Aquele que sonda  os nossos corações sabe que tudo quanto  estamos oferecendo  a Deus como culto  solene não passa de “fermento dos fariseus”, palha, algo inútil.

Com o toque das mãos de Jesus aquele homem sentiu-se maravilhosamente abençoado; porém, o que ele não sabia, é que o Senhor ainda tinha mais a lhe oferecer. Aquele que começou a boa obra na vida dele, haveria de completá-la, como nos diz o apóstolo Paulo (Fl 1.6). Paulo ora em favor dos  irmãos de Filipos para que eles não ficassem estagnados nos primeiros passos da vida cristã. Paulo ora para que Deus completasse a obra iniciada na vida deles a fim de que eles crescessem  na sabedoria e entendimento no seu relacionamento com Deus.

Ao mesmo tempo em que o apóstolo estava orando, estava também encorajando-os a buscar esse crescimento, através da comunhão com Deus. Eles precisavam continuar se aprofundando nas coisas espirituais, tanto para que adquirissem o discernimento necessário para fazerem escolhas acertadas na vida como,  principalmente,  para que “A vida de vocês estará cheia das boas qualidades que só Jesus Cristo pode produzir, para a glória e o louvor de Deus”.  A fim de  que eles produzissem frutos  para a glória e louvor de Deus; frutos que haveriam de glorificar a Deus, acima de tudo.

 Pr. Vanderlei Faria

Nenhum comentário: