“Quero trazer à memória o
que me pode dar esperança” (Lm 3:21).
Quantas vezes aquele homem teria ouvido a mesma
pergunta que agora Jesus lhe dirigia: "Queres ficar são?" Mas o tempo continuava passando, sem que
houvesse solução prática eficaz. Parecia
uma corrida contra o tempo, e nada lhe parecia favorável. Também nós, como
pessoas tementes a Deus, temos dificuldade para compreender e aceitar os
sofrimentos. Como Jó, atormentado palas feridas sangrentas e dolorosas, sendo
ainda pressionado pelas acusações
injustas de seus pretensos amigos... Ficamos, também, procurando entender os
porquês de cada crise que enfrentamos. Há sempre uma idéia de causa e efeito. Ou seja,
sofrimento em consequência de culpas e pecados; bênçãos como recompensa de boas
obras, ou uma fé maior... Embora saibamos que "O Senhor corrige o que ama, e açoita a
qualquer que recebe por filho..." (Hb 12.6). Quando, porém, o tempo vai se prolongando
demasiadamente e a situação não se resolve a contento, e, até mesmo, vai se
agravando, tomando proporções assustadoras... As portas se fechando, os amigos
se afastando, as chances diminuindo, o
tempo sugando as nossas forças e esperança... Ficamos, então, aflitos,
angustiados, desesperados, e, até mesmo revoltados; sem saber o que fazer, a
quem recorrer, o que esperar e como acalentar o coração sofrido e machucado.
Nessas horas, mais do que nunca, precisamos nos lembrar de que, em Cristo,
somos mais do que vencedores. QUASE para o crente é sinal de esperança.
Significa que resta ainda uma chance,
ainda que mínima aos nossos olhos. Mas Deus pode reverter toda a situação,
porque "O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia; e conhece os que
nele confiam... Mas agora quebrarei o
seu jugo de sobre ti, e romperei as tuas cadeias" (Naum,1.7,13).
Havia uma vaga esperança de que descesse
um anjo... Que ele fosse o primeiro da fila a ser lançado no momento
oportuno... Que, uma vez lançado primeiro que os demais, houvesse realmente a
concretização do milagre tão propalado
pela multidão mística. Então, fosse curado. Restava-lhe, portanto, apenas um
fio de esperança. Porém, ali estava ele na expectativa. E Jesus tocou-lhe,
mudando as circunstâncias. Ele creu, e Deus operou o milagre tão desejado. A
esperança renasceu, e a fé se
fortaleceu!
“Quero trazer à memória o que me pode
dar esperança” (Lm 3:21). Este versículo é, no meu entendimento, como um
divisor de águas. Na verdade esta é a postura correta daquele que comunica
a vontade de Deus e Seu decreto para o
povo: uma sincera e profunda empatia
para com a necessidade alheia. Em seguida, então, ele apresenta tanto a
misericórdia divina como a responsabilidade humana: Lm 3:22-32; 5:21.
Essa é a nossa única esperança: Cristo
Jesus, o Senhor!
Vanderlei Faria
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