“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do
Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias,
sendo tentado pelo diabo” (Lc 4.1).
Embora tenhamos em mente o
deserto da tentação, é no deserto da oração onde há maior chance de
termos um profundo e significativo encontro com Deus. É quando somos confrontados no mais íntimo de nossa
fé, e somos levados a crescer. Quando vencemos a tentação, sentimos que
crescemos um pouco mais. É, portanto, no deserto, quando temos mais chance de
sermos fortalecidos no poder do Espírito Santo.
Quantas vezes uma enfermidade persistente e dolorosa, um
desemprego, aflições e abandonos familiares, nos levam a sentir
solitários e carentes como se estivéssemos atravessando um longo e
tenebroso deserto de aflição!
Quando Deus quer usar alguém de forma especial, extraordinária,
Ele o faz, normalmente, através do deserto da vida. Verificaremos que, ao
menos uma vez, fazendo-o passar por tenebrosos desertos. Ninguém faz algo
grandioso para Deus sem ter que pagar um alto preço com sua própria vida, com
sangue, suor e lágrimas.
As aflições de Cristo no deserto faziam parte de seu
treinamento e preparo para o ministério que teria início logo ao
sair dali. Assim também, o Senhor está sempre procurando nos encorajar a
continuarmos suportando as aflições e perseguições no deserto desta vida, na
certeza de que Deus está trabalhando em nós, porque Ele quer ser
glorificado através de nós.
Será que não precisaríamos de algo semelhante para
desenvolver a nossa fé e maturidade cristã? Será que os nossos desertos, nossas
caldeiras ou cadeiras de rodas seriam meras fatalidades do destino, acidente,
incidente, acaso ou falta de sorte? Não, o Senhor está conosco sempre em meio
aos desertos da vida. Aleluia!
Vanderlei Faria