Apesar de sua intensa vontade de se reencontrar com Jesus, Maria Madalena não
o reconheceu de imediato, quando O viu. Havia, na verdade, várias razões para
isso: A escuridão da noite, embora
estivesse amanhecendo. As lágrimas ofuscavam
sua visão. A tristeza que inundava seu coração, tornando-a lerda, sem ânimo, sem entusiasmo e vibração. Mas,
principalmente, a maior barreira para
reconhecer a Jesus, foi, sem dúvida, o
seu tremendo desconhecimento a respeito
da palavra profética sobre o que
haveria de acontecer com Jesus: Jo 14:1-4.
Muitas
vezes nossos sentimentos equivocados,
lágrimas e a escuridão de nossa visão
espiritual deturpada, nos impedem de reconhecer
Jesus em nossa trajetória
terrena. Por isso, faz-se necessário
ouvi-Lo através de Sua Palavra.
Apesar
de triste e confusa, Maria permaneceu
esperando, crendo (ainda que timidamente). Mesmo quando os outros se retiraram
tranqüilos, ela permaneceu chorando, a despeito da mensagem angelical.
Apesar da informação oficial de que a
vitória já fora conquistada sobre a morte e o inferno.
Tudo isso já era
realidade em sua mente, em sua vida,
embora imperceptivelmente. Então, agora era
a crise do crescimento cristão, da maturidade espiritual. E foi
recompensada com o inaudito privilégio de ser a primeira pessoa humana a
conversar e adorar o Senhor ressurreto.
Que tremenda emoção! Um novo amanhecer raiou
para ela, como se o céu se lhe
abrisse, descortinando diante dela a mais preciosa revelação de Deus.
Foi,
então, quando Ele pronunciou, de forma enfática e inconfundível: Maria! Quantas
vezes perdemos tempo em lamentações, supervalorizando-se as perdas, os reveses
e tristezas da vida, sem levarmos em
conta a vitória já assegurada em Cristo Jesus, conforme 1Co 15.54-58.
Ela
fora ao sepulcro com uma preocupação
específica: ungir o corpo de
Jesus. Existem muitos filhos de Deus
excessivamente ocupados e assoberbados
com os deveres religiosos, trabalhando exaustivamente naquilo que se imagina ser o melhor a fazer para Deus, ou o
melhor que Deus deseja que se faça... Acredita-se com suficiente
capacidade e resistência para se desincumbir das inúmeras tarefas
religiosas. Maria também se achava capaz de carregar sozinha o corpo de Jesus,
levando-o para casa.
Quão enganada estava Maria em relação ao que poderia fazer
por Jesus e com Jesus! Havia algo mais sublime e prazeroso que não imaginara:
adorar a Jesus na Sua santidade e
proclamar aos outros que Ele ressuscitou. Que a salvação é possível.
Isto sim, seria e continua sendo mais importante e necessário. O mais
importante continua sendo poder carregar Jesus VIVO em nossas almas; adorando-O e proclamando a
Sua salvação.
Vanderlei Faria