_ “Deu
certo!”, disse Jêniffer, uma linda e robusta menina de nove anos, assim que
cheguei à sua casa. É que dias antes ela
havia pedido oração para sua “ex-amiga”. Da outra feita, assim que cheguei para
o culto que seria realizado na casa da avó, Lúcia, Jeniffer, fez o seguinte
pedido de oração:
_ Pastor, quero que o
senhor faça uma oração para aquela
menina ali, disse ela apontando para uma menina mais forte e mais velha que ela.
Perguntei-lhe o por quê de seu pedido, e ela só disse que era
uma menina muito “encrenqueira.”
Depois fiquei sabendo que aquela menina, vez por outra, agredia, batia muito na
Jeniffer. Surpreso e feliz por seu espírito de perdão e mansidão para com
aquela sua colega-inimiga, mencionei seu pedido de oração naquele culto e
oramos para que Deus atendesse o seu
pedido. Antes, porém, disse para que ela mesma orasse a Deus nesse sentido,
porque Deus ouve a
oração das crianças também. Ela ainda acrescentou que Deus ouve mais a
oração das crianças do que a dos adultos. E orou! Cerca de um mês após aquela oração, voltei à sua casa.
Quando o pai dela parou o carro perto de mim, jeniffer desceu feliz e foi logo
dizendo: Pastor, deu certo! Aí, disse
que sua amiga fizera as pazes com ela e que agora estava tudo bem. Que bom quando uma criança tem
esta percepção de que a oração dá certo, que funciona, que Deus respondeu
sua oração!
Fiquei feliz pela Jeniffer, e feliz em poder compartilhar de sua
alegria nessa experiência de oração. Na verdade, sempre dá certo a oração do justo. Deus ouve, Deus vê, Deus
responde, Deus age. Embora saibamos que Deus é soberano e que não depende de
nossa oração para agir no mundo, ainda
assim Ele nos concede a graça
maravilhosa de nos permitir fazer parte
de Suas realizações.
Esta é uma das bênçãos da
oração, nos sentirmos envolvidos na
atuação sobrenatural, divina. Não há
explicação para tal, apenas gratidão e
exaltação ao Senhor por Sua infinita graça e misericórdia. De fato o
Senhor a cada dia confirma a Sua Palavra
santa: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos
outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”
(Tg 5.16).
E quando somos procurados por alguém que nos pede perdão, não nos compete questionar
os motivos e a maneira como nos é
apresentado tal pedido. Cumpre-nos o
dever de liberar o perdão e deixar a questão, quanto o ser ou não legítimo o
pedido, com Deus e a pessoa. Não nos compete analisar as razões do coração
alheio. Isto é problema de Deus com a pessoa. A nós, porém, cumpre o
dever de perdoar. É o que Jesus nos ensina (Mt 18:15-18).
Pr. Vanderlei Faria