À medida em que  lia e relia o texto em Jr 13.15 –  “Ouvi e atentai: não vos ensoberbeçais; porque o Senhor falou” – sentia-me como se  o Senhor estivesse me falando clara e audivelmente:  “Fique atento em todo o tempo, porque EU  vou falar-lhe através de  gente e circunstâncias que você jamais  imaginou. Vou falar-lhe através de instrumentos os mais diversificados que você possa imaginar.  Fique de olhos e ouvidos bem abertos, alerta, para  perceber  o que eu quero  lhe dizer. Não esqueça disso em momento algum. Tudo o que acontecer  com você  nesses dias e sempre, analise, reflita sobre o que isso tem a ver comigo. Seja atencioso com as pessoas, por mais simples, antipáticas, infantis ou insignificantes que possam parecer, EU vou falar-lhe através, especialmente, de gente comum.”
Então, a primeira coisa para a qual o Senhor chamou minha atenção nesse texto foi quanto à necessidade  que temos de desenvolver a nossa atenção para o que Deus deseja nos comunicar, diariamente, seja através de Sua Palavra ou  pelos diversos meios que Ele desejar usar para  Se comunicar conosco.  Precisamos  estar sempre  com nosso entendimento aguçado para perceber  o que Deus  está falando a cada instante conosco.
A segunda coisa que o Senhor me falou através desse texto foi quanto à soberba. Algo tão sutil e difícil  de admitirmos em nós mesmos. É muito fácil  verificarmos e notá-la gritantemente nas pessoas  com quem convivemos, mas em nós mesmos, não.  Deus, porém, me falou  de uma forma  muito direta e veemente que  eu precisava abandonar  qualquer resquício  de sentimento ou atitude de superioridade moral ou espiritual em relação às pessoas com quem estaria convivendo e a quem eu deveria repassar o que Ele, o Senhor,  havia  confidenciado a mim de forma  graciosa.  Deus me falou que nada há em mim de bom que eu não tenha recebido especificamente  do Senhor.
Se pudesse  reconhecer algo de bom  em mim, que  jamais deixasse de glorificar a Deus, porquanto tudo o que  tenho e sou é fruto exclusivamente da graça de Deus; visto que todos nós, os que cremos, somos “propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9).  Assim, não tenho qualquer motivo ou razão para sentir-me melhor ou mais  privilegiado do que  as pessoas com as quais  estou convivendo. Mais à frente, no texto em apreço, o Senhor continua enfatizando a necessidade de haver humildade  de quem ouve a Sua  palavra: “Dize ao rei e à rainha-mãe: Humilhai-vos, assentai-vos no chão; porque caiu da  vossa cabeça a coroa  da vossa glória” (Jr 13.18).  Com esse sentimento, procurei visitar ou conversar com as pessoas; com a  expectativa de ouvir a voz de Deus através  delas; e, da mesma forma, poder compartilhar alguma coisa da parte de Deus para abençoar  aquelas vidas preciosas  aos olhos do Senhor.
Em terceiro lugar,  Deus  me falou da urgência que tenho  de aproveitar ao máximo o tempo que me resta para glorificá-Lo; fazendo uso  dos dons e talentos que Ele tem me concedido. Preciso glorificá-Lo, antes  que seja tarde  para fazê-lo aqui nesta vida; antes  que os  meus pés  estejam cansados demais e eu vivendo a tropeçar pelos caminhos da vida; antes que as sombras da morte me atinjam e me leve à prostração final. E, por incrível que pareça, nunca  participei de tantos velórios de pessoas  amigas e parentes como nos dias atuais. Assim,  cada vez  mais, essa mensagem de urgência aquece  e emociona o meu coração. Em cada ocasião em que sou  solicitado ou obrigado, devido às circunstâncias,  a  participar de  algum funeral esse texto  vem à  minha mente. Em todo o tempo, em tais  circunstâncias, Deus tem me falado da urgente necessidade  para eu viver  de forma a glorificar a Deus  com todo o meu ser e em quaisquer circunstâncias.  Portanto, “Daí  glória ao Senhor, vosso Deus, antes  que ele  faça vir as trevas, e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que,  esperando vós luz, ele  a mude em sombra de morte e a reduza  à escuridão” (Jr 13.16).
Finalmente, Deus me mostrou sobre a necessidade de me despertar e  tudo fazer para despertar alguns  a respeito da obra missionária. Conversando com um jovem missionário entre os índios daquela região, Pr. Jônatas, fiquei maravilhado com o que me  confidenciou. Disse-me ele que certa ocasião, ao regressar à sua cidade natal, creio que Curitiba, alguém, demonstrando muita admiração e piedade  quanto ao fato  de  ver aquele  pastor ainda tão jovem estar gastando sua juventude, junto com esposa e  um casalzinho de filhos, disse-lhe: “Eu admiro muito  a sua coragem!”  Ao que ele respondeu de pronto: “Coragem  tem aquele que, ao olhar  diretamente nos olhos de Jesus, consegue dizer-Lhe que não aceita  cumprir a Sua vontade!” Que tremenda convicção e responsabilidade para com o chamado divino! Pensemos também em nosso chamado para a realização da obra de Deus, enquanto  temos tempo!
Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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