quarta-feira, 16 de março de 2011

OUVI E ATENTAI

À medida em que lia e relia o texto em Jr 13.15 – “Ouvi e atentai: não vos ensoberbeçais; porque o Senhor falou” – sentia-me como se o Senhor estivesse me falando clara e audivelmente: “Fique atento em todo o tempo, porque EU vou falar-lhe através de gente e circunstâncias que você jamais imaginou. Vou falar-lhe através de instrumentos os mais diversificados que você possa imaginar. Fique de olhos e ouvidos bem abertos, alerta, para perceber o que eu quero lhe dizer. Não esqueça disso em momento algum. Tudo o que acontecer com você nesses dias e sempre, analise, reflita sobre o que isso tem a ver comigo. Seja atencioso com as pessoas, por mais simples, antipáticas, infantis ou insignificantes que possam parecer, EU vou falar-lhe através, especialmente, de gente comum.”

Então, a primeira coisa para a qual o Senhor chamou minha atenção nesse texto foi quanto à necessidade que temos de desenvolver a nossa atenção para o que Deus deseja nos comunicar, diariamente, seja através de Sua Palavra ou pelos diversos meios que Ele desejar usar para Se comunicar conosco. Precisamos estar sempre com nosso entendimento aguçado para perceber o que Deus está falando a cada instante conosco.

A segunda coisa que o Senhor me falou através desse texto foi quanto à soberba. Algo tão sutil e difícil de admitirmos em nós mesmos. É muito fácil verificarmos e notá-la gritantemente nas pessoas com quem convivemos, mas em nós mesmos, não. Deus, porém, me falou de uma forma muito direta e veemente que eu precisava abandonar qualquer resquício de sentimento ou atitude de superioridade moral ou espiritual em relação às pessoas com quem estaria convivendo e a quem eu deveria repassar o que Ele, o Senhor, havia confidenciado a mim de forma graciosa. Deus me falou que nada há em mim de bom que eu não tenha recebido especificamente do Senhor.

Se pudesse reconhecer algo de bom em mim, que jamais deixasse de glorificar a Deus, porquanto tudo o que tenho e sou é fruto exclusivamente da graça de Deus; visto que todos nós, os que cremos, somos “propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9). Assim, não tenho qualquer motivo ou razão para sentir-me melhor ou mais privilegiado do que as pessoas com as quais estou convivendo. Mais à frente, no texto em apreço, o Senhor continua enfatizando a necessidade de haver humildade de quem ouve a Sua palavra: “Dize ao rei e à rainha-mãe: Humilhai-vos, assentai-vos no chão; porque caiu da vossa cabeça a coroa da vossa glória” (Jr 13.18). Com esse sentimento, procurei visitar ou conversar com as pessoas; com a expectativa de ouvir a voz de Deus através delas; e, da mesma forma, poder compartilhar alguma coisa da parte de Deus para abençoar aquelas vidas preciosas aos olhos do Senhor.

Em terceiro lugar, Deus me falou da urgência que tenho de aproveitar ao máximo o tempo que me resta para glorificá-Lo; fazendo uso dos dons e talentos que Ele tem me concedido. Preciso glorificá-Lo, antes que seja tarde para fazê-lo aqui nesta vida; antes que os meus pés estejam cansados demais e eu vivendo a tropeçar pelos caminhos da vida; antes que as sombras da morte me atinjam e me leve à prostração final. E, por incrível que pareça, nunca participei de tantos velórios de pessoas amigas e parentes como nos dias atuais. Assim, cada vez mais, essa mensagem de urgência aquece e emociona o meu coração. Em cada ocasião em que sou solicitado ou obrigado, devido às circunstâncias, a participar de algum funeral esse texto vem à minha mente. Em todo o tempo, em tais circunstâncias, Deus tem me falado da urgente necessidade para eu viver de forma a glorificar a Deus com todo o meu ser e em quaisquer circunstâncias. Portanto, “Daí glória ao Senhor, vosso Deus, antes que ele faça vir as trevas, e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão” (Jr 13.16).

Finalmente, Deus me mostrou sobre a necessidade de me despertar e tudo fazer para despertar alguns a respeito da obra missionária. Conversando com um jovem missionário entre os índios daquela região, Pr. Jônatas, fiquei maravilhado com o que me confidenciou. Disse-me ele que certa ocasião, ao regressar à sua cidade natal, creio que Curitiba, alguém, demonstrando muita admiração e piedade quanto ao fato de ver aquele pastor ainda tão jovem estar gastando sua juventude, junto com esposa e um casalzinho de filhos, disse-lhe: “Eu admiro muito a sua coragem!” Ao que ele respondeu de pronto: “Coragem tem aquele que, ao olhar diretamente nos olhos de Jesus, consegue dizer-Lhe que não aceita cumprir a Sua vontade!” Que tremenda convicção e responsabilidade para com o chamado divino! Pensemos também em nosso chamado para a realização da obra de Deus, enquanto temos tempo!


Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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