domingo, 5 de agosto de 2012

A SUPERAÇÃO DO MEDO

“E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram”  (Mt 14.26).

A palavra medo (PHOBOS, no grego), significa, nesse  contexto,  retraimento mental. É a covardia que impede o crente  de testemunhar do amor de Cristo. Ainda hoje, diariamente, somos confrontados com os ventos  contrários,  muitas vezes nos causando tremor e temor. Porém,  não podemos  permitir que  os obstáculos nos  amedrontem tanto  a ponto de nos  fazer abandonar a luta,  sermos  massacrados e vencidos pelo pânico. 

O texto  continua,  após o susto e medo dos apóstolos:    “Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! E subiu para o barco para estar com eles, e o vento cessou” (Mc 6.50-51). 
NÃO TEMAIS!  Segundo os comentaristas,  essa expressão aparece na Bíblia 366 vezes. Isto é, uma vez para cada   dia, e ainda sobra uma para o ano bissexto! “Sou eu, não temais!”  Como precisamos nos  apropriar dessa certeza ainda hoje! 

A certeza  de que o Mestre entrou no barquinho de nossa vida, e que o vento, o perigo, há de cessar, amainar ou amenizar. Os discípulos de Jesus, naquela  ocasião, estavam com sua visão  distorcida, atrofiada. Olharam certo e viram  errado. Olharam para Jesus, viram um  fantasma.  Triste coisa é quando nos deixamos  afundar, mesmo diante de Jesus, por sermos conduzidos  pelos  sentimentos e não pela fé e pelo entendimento correto  a respeito de Jesus. A nossa  vitória cristã não depende do que  sentimos, nem do que pensamos, depende  do que Cristo fez e faz por nós.

Agostinho, referindo-se  a esse  incidente, segundo Barcley, disse: “Acudiu pisando as orlas; e assim pôs  abaixo  de seus pés os crescentes tumultos da vida. Cristãos: Por que temer?  A simples realidade da vida, uma realidade que tem sido posta a prova por inumeráveis milhares de  homens  e mulheres em todas as gerações, é que  quando está Cristo a tempestade se aquieta. O tumulto se converte em paz, o  impossível se  torna possível, o insuportável se torna suportável,  e os homens passam o ponto de ruptura sem romper-se. Andar com Cristo é também para nós a conquista da tempestade”  (Barcley, W. – MARCOS –  Vol.3 –  p.175).

Mateus, 14.28-31, nos dá conta de que Pedro desceu do barco e foi ao encontro de Jesus:  “Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-nos!” (V.30).    Quando Pedro  viu Jesus andando sobre o mar, vindo em sua direção, ficou entusiasmado com a possibilidade  de imitar  o Mestre. Então pediu a Jesus que lhe permitisse  ir ao Seu encontro: “Senhor! Se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas. Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me” (Mt 14.28-30). 

Pedro ia caminhando bem, enquanto  estivera confiando  no poder de Jesus para superar as ondas e os ventos contrários. No momento em que  seu pensamento começou a  se desviar; valorizando mais as forças contrárias que ao  Senhor, então começou a afundar. Não podemos negar a existência da possibilidade dos sofrimentos, mas também não podemos  supervalorizá-los.  Não podemos ver  as forças contrárias como  algo  acima  das nossas possibilidades de vitória em Cristo Jesus. Ele é o Senhor!

Pr. Vanderlei Faria    

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