“Alegrai-vos sempre no
Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fl 4.4). 
Se estas palavras fossem proferidas
por um político, todos nós teríamos  motivos  suficientes para sentirmos
revoltados e irados pelo insulto que essas palavras poderiam significar para
quem sofre. Contudo, quem as proferiu estava, como tantos hoje em dia, com
motivos   sobejos  de não só  estar triste e choroso, mas,
também, revoltado e odiando a tudo e a todos por uma reclusão injusta e
desumana. 
Não fora a graça de Cristo, e sua
plena   intimidade com o Senhor ressurreto, este prisioneiro também teria
se desmanchado em lamentações  e lágrimas, com o sentimento ferido por
  achar-se abandonado naquele cárcere sujo e frio. E, na verdade, 
suas palavras em nada se assemelham com a irresponsabilidade e leviandade de um
político que não sabe o que é  padecer as agruras de um sentimento de
impotência diante dos descasos das autoridades  constituídas. Nem mesmo ele
usa  um jargão popular, tipo: "sorria, Jesus te ama!" 
Quando ele disse "alegrai-vos no
Senhor", era porque, ainda que   a friagem do cárcere, a fome e as
dores causadas pelas  chicotadas recebidas lhe provocassem desconforto e
sofrimento; ainda que a  escuridão de sua cela fria tirasse seu humor;
ainda que injustiçado e incompreendido; ainda que   sem dinheiro e
faminto; ainda que  a morte  se lhe mostrasse tão próxima;  
ainda  assim  havia paz reinante em seu coração ferido e alegria
transbordante  exalando em sua face como perfume suave ao Senhor. 
Pr. Vanderlei Faria
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