“Deserto do Neguebe: localizado no extremo sul
da palestina, um lugar muito seco, um dos mais baixos
da região. Cercado por cordilheiras, o deserto do Neguebe é uma
densa extensão de terra, a princípio improdutiva, até que as
torrentes de água produzida pela
chuva serôdia que cai abundantemente na região, por um
longo período de tempo, invade o deserto trazendo
grande inundação e transformando a terra árida em um rio
que brota vida. Quando as águas evaporam, o deserto se transforma em um
manancial com as mais belas flores e um verde onde somente se contempla no
Neguebe.
Durante
6 meses aquele lugar é sem vida, seco, sem esperança. Quem passava ali, jamais
ousaria morar ou ficar um longo período de
tempo, ninguém suportaria viver, estar naquele lugar. As pessoas
passam pelo deserto, mas ninguém quer estar ali. Às vezes nos
deparamos em desertos, estações e períodos de sequidão, onde
a vida parece que se vai escorrendo entre os dedos, a esperança findou-se e
tudo é sem cor, sem cheiro, sem sabor, é um nada. O deserto é assim, e os
desertos da vida são assim também...
Eis
que chega a temporada de chuvas no Neguebe. Como aquela faixa desértica é rodeada
por grandes montanhas elas se transformam em cachoeiras, onde as águas caem no
deserto como torrentes, limpando tudo, ou melhor, arrancando tudo o que
encontra pela frente, e aquela terra árida, sem forma e vazia se
transforma em um rio. Porém, não é um riacho qualquer, um rio daqueles com
correnteza forte, que carrega o que vê pela frente. As águas fluem com fúria,
como se quisessem arrancar a dor, limpar as marcas, fazer novas marcas, mudar a
região...
Existem
momentos em nossas vidas em que as águas
caem de maneira áspera e por vezes geram dores. São
chuvas serôdias com capacidade de limpar, transformar e mudar o
deserto para um rio sem igual. Toda mudança ainda que seja para melhor, gera um
desconforto inicial, transforma a nossa maneira de ver, pensar e encarar os
fatos e a vida, a chuva produz limpeza, um novo cheiro, cenário, novidade de
vida.
Quando
a chuva finda-se na região do Neguebe, o sol volta a brilhar e a água começa a evaporar... O grande e violento rio,
cede espaço a um delicado córrego, que pouco a pouco vai secando e
dando lugar a um fabuloso jardim com as mais belas cores,
fantásticas flores e o verde que só é possível no Neguebe.
Estudiosos
dizem que o vento transporta as sementes para o Neguebe mas é a água que gera o poder da vida! Quando o deserto em nossas vidas se finda, o
temporal dá uma trégua... Chega a hora da grande colheita, hora de
colocar a mão no arado e ver o fruto do penoso trabalho: Aquilo que aprendemos
no deserto, as experiências em meio à falta de sentido
e lógica, a perseverança em saber que tudo muda se não desistimos de
lutar no deserto, a compreensão que estamos de passagem, que a chuva
lava a alma e que tem poder de fazer brotar uma vida nova!
Assim como a sorte
do Neguebe é mudada a cada novo ciclo, Deus nos ensina que nossas vidas são
como os ciclos do Neguebe: Momentos de seca, de muita água, calor, momentos de
frio... Momentos sem vida e momentos de abundância de tudo... Como as torrentes do Neguebe, assim veremos o
Manancial brotar em nosso caminho, com as sementes da fé que temos plantado,
pela graça de Cristo Jesus”.
Pr. Vanderlei Faria
[1] Extraído e adaptado do texto deRenata
Rocha – vozesnoar.blogspot.com/2008/07/As torrentes do Neguebe
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