“Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda
consolação! É ele que nos conforta em
toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer
angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2Co
1.3-4).
Nesta Carta Paulo fala exaustivamente sobre o
sofrimento, tendo a sua própria experiência como base para nos encorajar e nos
confortar. Somos
consolados em toda tribulação, e com um propósito definido. Deus quer que
sejamos portados de bênçãos, repassando a consolação que recebemos. Logo, fica evidente que Deus nos dá o
sofrimento a fim de trabalhar conosco,
dando-nos o consolo. E, ao mesmo tempo, nos mostrando que precisamos repassar
as bênçãos recebidas.
Paulo nos ensina, assim (especialmente ao longo dessa
carta), que precisamos olhar para trás e para frente. Ou seja, olhar para trás
não para ficar nos lamentando do que fizemos, ou do que fizeram conosco –
culpando a Deus e o mundo, como fizeram os israelitas no deserto, murmurando
contra Deus e contra Moisés.
Paulo nos
ensina a olhar para trás no sentido de confiar na promessa de Deus, como,
também, atentar para os exemplos de Cristo e os do próprio Paulo. Assim,
podemos considerar os sofrimentos e
aflições dos que nos antecederam, e as
consolações que receberam como uma
forma de bênçãos que Deus nos concedeu
pelos exemplos que nos foram legados.
Além disso,
precisamos olhar para frente pensando nas pessoas que caminham conosco, ou
aquelas que estão nos observando, ainda que à distância, bem como pensando
naqueles que hão de nos suceder na
propagação do evangelho de Cristo. O que eles estão tirando de exemplo de nossas vidas para lhes servir de encorajamento diante das
lutas da vida? Eles precisam olhar para nós como exemplos de quem permaneceu firme até o fim da jornada (1Co
15.58).
Qual o encorajamento e estímulo minha vida há de ser para os que estão
olhando fixamente para mim? Não posso deixar que eles falem no futuro a meu
respeito como se disse no passado a respeito de outros: “Os nossos olhos ainda
desfalecem, esperando vão socorro; temos olhado das vigias para um povo que não
pode livrar” (Lm 4.17). Ao contrário, preciso ser-lhes um exemplo positivo. E
como isso nos é custoso e tremendamente importante e desafiante!
Vanderlei Faria
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