“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para
que tenham vida e a tenham em abundância”
(Jo 10.10).
Teria Deus prometido uma vida de abundância, de fartura perene,
de bens materiais, de plenitude de saúde
e absoluta paz na terra? Quem você acha que teve vida
abundante, realmente:
Paulo, com todos as suas doenças físicas, que sofreu
espancamentos, perseguições de toda a sorte, escárnio e zombaria; ou o rico da
parábola contada por Jesus (rico e Lázaro)?; ou o jovem rico ao qual Jesus
mandou que vendesse todos os seus bens para depois segui-Lo?
_ João Batista pregando no deserto, comendo gafanhoto com mel
silvestre, ou Zaqueu, o publicano, antes de encontrar-se com Jesus, em sua
coletoria?
_ Pedro e João e os demais que ousaram seguir a Jesus,
deixando para trás o barquinho e as redes de pescaria que representavam a
garantia de sua sobrevivência material; ou Nicodemos com toda a sua formação
acadêmica e sua provável tranqüilidade
econômica?
E o Filho Pródigo, quando foi que ele experimentou a verdadeira
vida abundante? Quando viveu dissolutamente gastando toda a sua herança
pelo mundo a fora, ou depois que voltou sem nada, humilhado,
aos braços ternos do pai?
Portanto, podemos afirmar com toda a convicção que nosso
Senhor não estava se referindo à vida de abundância física e material, visto
que Ele mesmo afirmou que quem não deixar tudo e tomar a sua cruz não é
apto para o reino de Deus.
Ora, o Senhor não seria incoerente e contraditório, afirmando
coisa completamente antagônicas, afirmando que temos que deixar tudo (no
sentido de prioridade e preocupação) e depois passar a ensinar que
devemos reivindicar o TUDO que deixamos para traz, e mais ainda o que
haveremos de conquistar pelo simples fato de sermos filhos de Deus. Isto seria
um contra-censo, e nosso Mestre não é incoerente e confuso em Seus
ensinos. Então, qual seria essa vida abundante à qual se refere nosso
Senhor no texto mencionado acima?
Vida abundante, porque cheia da graça e da presença divina. Vida
significativa e abundante não de bens materiais que venhamos experimentar, mais sim pela preciosidade
da superabundante graça de Deus em nós.
Vanderlei Faria
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