sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MEU PAI!

Certa feita, na semana que antecedia o dia dos pais, viajei para Tucuruí, PA, a fim de passar uma temporada de cerca de vinte dias. Na noite anterior à viagem, Vander estava comigo na casa de minha irmã, Neide, juntamente com meus demais irmãos. Alguns deles chegaram até a se alterar comigo por eu estar viajando justamente na semana do dia dos pais. Diziam eles que era uma atitude irresponsável e desalmada de minha parte... e coisas desse tipo.

Vander, porém, apesar da emoção da separação temporária, demonstrava compreensão e total apoio à minha decisão. Na manhã seguinte acompanhou-me até ao aeroporto. Lá, escreveu algo comovente em minha agenda, procurando associar o seu sentimento com o de Eliseu em relação à partida de Elias.[1] Despedimo-nos afetuosamente e embarquei rumo à Tucuruí. Quando cheguei à Belém, onde deveria fazer uma conexão para chegar ao meu destino, por não haver vôo para aquele dia, houve a necessidade de aguardarmos até o dia seguinte.

Quando tomei o táxi que me levaria ao hotel determinado pela empresa aérea, um jovem alegre e descontraído foi o motorista que me conduziu até ao hotel. Assim que o cumprimentei, verificando sua semelhança com meu filho, disse-lhe: “Você tem vinte e sete anos. Acertei?”
_ Acertou na bucha! – respondeu-me com um sorriso.

Então falei-lhe de sua semelhança com meu filho e o quanto ainda estava comovido pelos fatos ocorridos antes e durante a nossa despedida. Aí ele também desabafou suas emoções, principalmente pelo fato de que havia perdido o pai há cerca de seis meses. Falou-me de sua amizade e do carinho com que tratava o pai. Disse que sempre que o encontrava, tinha o maior prazer em saudá-lo efusivamente, dizendo: “MEU PAI!” Quando procurei aplicar essa declaração com a nossa filiação com Deus, fiquei feliz em saber que aquele jovem também era um servo do Senhor. Também podemos dizer que, sem dúvida alguma este é o maior privilégio da vida cristã, sermos chamados de filhos de Deus. Bendita confiança!
Recentemente recebi este e-mail de meu filho, Vander Wallace:

_ “Você esteve do meu lado durante todo esse tempo. Nesse tempo você me ajudou a superar tantos medos, a percorrer tantos caminhos, a diminuir a minha dor, a conquistar tantos sorrisos... Você, por muitas vezes foi o único ombro amigo, a única solução. E estava sempre com a disposição de ajudar, independente do que tenha sido o meu problema, e eu retribuí da mesa forma quando precisou de mim... Fomos confiando um no outro cada vez mais, fomos nos gostando cada vez mais, e queríamos estar sempre em contato, mesmo que fosse apenas para dizer "oi"...

Trocamos mensagens, confidências, alegrias, tristezas e amizade...
Você e eu, amigos inseparáveis, amigos para qualquer hora e qualquer problema ou qualquer felicidade! Amigos de verdade... Amigos que brinca, que fala a verdade, que ofende com carinho, que pede desculpas, que repreende sem magoar, que empresta o ouvido para ouvir, que empresta as mãos para fazer carinho, que empresta o próprio tempo para fazer companhia... Somos amigos, temos muitas coisas em comum, temos tudo o que se espera numa amizade, e nos sentimos felizes em sermos amigos... Agradeço a Deus por ter você em minha vida NÃO APENAS COMO MEU PAI, sem a sua amizade, ela não teria o mesmo valor! Obrigado pela pessoa amiga que é, obrigado por existir nesse mundo, obrigado por me deixar lhe chamar de AMIGO!!!”
O que poderia eu responder? Não há o que dizer!

O nome Pai, em referência a Deus, é muito caro a nós. É um nome extremamente carinhoso que nos traz muito conforto. Jesus nos ensinou a chamar Deus de “nosso Pai”. Todavia, o uso que fazemos desse nome não tem a mesma conotação que tem para Jesus. Para Ele é uma questão de essência, pois o Filho é da mesma natureza do Pai. É ímpar o uso que Jesus faz desse nome, pois Deus é nosso Pai numa conotação bem diferente. Por causa da nossa salvação é que podemos chamar Deus de Pai. Em amor, Deus nos adotou como Seus filhos. Todavia, Jesus fez questão de dizer que Deus era “meu Pai e vosso Pai”...

Quando Jesus estava preparando seus discípulos com relação à Sua paixão, Ele disse: “Não estou só, o Pai está comigo”.[2] Também nós, podemos descansar no Senhor, sabendo que não seremos abandonados à nossa própria sorte, em meio às nossas dores e sofrimentos. O Pai está continuamente conosco. E Jesus prometeu estar conosco “todos os dias, até a consumação dos séculos”.[3] Por isso o salmista acrescentou: “Não temerás os terrores da noite, nem seta de dia”.[4] E Jesus ainda nos diz sobre isto: “O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que escutais ao ouvido, dos eirados pregai-o. E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”.[5] Louvado seja o Senhor!


Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br


[1] 2Rs 2.1-8
[2] Jo 16.32
[3] Mt 28.20
[4] Sl 91.5
[5] Mt 10.26.28

Nenhum comentário: