quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O IMPOSTOR QUE VIVE EM MIM

Certa noite tive um sonho assustador.  Quando acordei, lembrei-me do livro de Brennan Manning cujo título é O IMPOSTOR QUE VIVE EM MIM.  Por sinal, este foi um dos melhores livros que  li nestes últimos anos.

No sonho eu havia  preparado um  grande tabuleiro de farofa. Era  uma grande quantidade  de um tipo de farofa cheia de diversos tipos de carne para servir a um imenso grupo de convidados que se  reunia em minha casa.  Ao retirar o tabuleiro do forno, verifiquei que havia vários  gatinhos  recém nascidos, justamente na parte final do tabuleiro. Ainda tentei separá-los do restante do alimento a fim de poder aproveitar o máximo possível. Mas foi tal a minha repugnância que acordei  assustado e nervoso, exatamente no momento que tentava retirar os gatinhos do meio  da farofa, sem querer desperdiçar todo o conteúdo  que havia preparado com  tanto esforço  e dedicação. Havia gasto  muito dinheiro para jogar  fora tudo aquilo... Alguém ainda fez chacota com os gatinhos que foram  parar naquele lugar, enquanto eu ia separando-os com cuidado tentando aproveitar a  parte “não comprometida” do alimento... (que nojo!). De fato acordei com nojo de mim mesmo e da situação. Imediatamente  associei o sonho com o livro mencionado acima e com os pecados mentais que  praticamos diariamente, sem nos dar conta de que não dá para conviver com o alimento santo do Senhor e os “gatinhos” do mundo em nosso coração.

No livro citado o autor discorre sobre essa  tendência  nossa de tentar nos justificar diante de Deus com uma religiosidade  aparente, superficial  e enganosa.  Procuramos aplacar nossa consciência pecaminosa e a ira divina mantendo uma postura social respeitosa, com atitudes  e obras rituais, formais, que agradam às pessoas, ou que  pelo menos as pessoas esperam de nós.

Contudo,  não conseguimos suportar o fato de que as  nossas “boas obras” ou  “boas atitudes” estão  comprometidas com  a sujeira do pecado que há em nós, ou que praticamos mentalmente. Enquanto  não percebemos que não há como  separar os gatinhos recém nascidos do meio da farofa e servir aquele alimento como se nada tivesse acontecido. Felizmente eu acordei antes de  tentar aproveitar aquele alimento. Mas não consigo esquecer-me de quando  tento representar um tipo de  pessoa pura e santa quando na realidade, pelo que me conheço, não sou aquilo que tento representar para agradar e satisfazer os outros.

Não adianta tentar remediar com o pecado, protelar até que haja uma solução menos traumática, ou menos prejudicial. Tenho que jogar fora tudo aquilo que foi contaminado pela presença do pecado, ainda que represente muito  tempo e dinheiro investido para se conseguir chegar àquele objetivo. Deus abomina a espiritualidade sem santidade. Deus não se agrada de ritualismo e formalismo desprovidos da sinceridade do coração; coração dividido, ou  falta de integridade.

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br


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