"Ainda que o
justo caia sete vezes, tornará a erguer-se, mas 
os ímpios são  arrastados pela
calamidade" (Pv 24.15 - NVI).
Penso que nunca os
brasileiros foram tão envergonhados e humilhados em seu  orgulho patriótico como no dia  08/07/2014.
Ninguém conseguiu
sequer  balbuciar algumas palavras
daquela canção tão frequentemente entoada em todos os estádios brasileiros por
onde joga a  nossa Seleção de Futebol: Eu
sou brasileiro com muito orgulho, como muito amor...
Imagino que ainda
levará  muito tempo até que se resgate o
tão famoso orgulho brasileiro, no que diz respeito ao  futebol.  Contudo, acho que, como cristãos,  não devemos usar esse momento  sombrio de tristeza e vergonha para
simplesmente tripudiarmos contra quem quer que seja. Muito menos contra os  jogadores que 
estiveram presentes naquele  dia
fatídico.
Quero aproveitar  essa 
oportunidade para desafiar  o povo
de Deus, especialmente os pais e líderes religiosos,  padres, pastores e  todos quantos de alguma forma exercem  influência nesta sociedade em que vivemos,
para uma  reflexão séria sobre o momento
em que  está  passando o povo brasileiro de um modo geral.
Assim, creio que o desafio abrange a todos 
nós, porque de um modo ou de outro todos nós a cada dia estamos  sendo influenciados e  influenciando alguém.
Portanto, gostaria de
sugerir a todos que usemos  esse tema (A
derrota  do Orgulho Brasileiro, ou algo
similar) para  refletirmos com seriedade
e  coragem sobre a  insensatez 
do orgulho em todas as  áreas de
nossas vidas. Com a roupagem ou desculpa de se despertar a  autoestima, o que  prevalece é a valorização do orgulho e  arrogância em todos os seguimentos da
sociedade.
 Não só no esporte, principalmente no futebol,
onde prevalece a arrogância  e
prepotência do tão conhecido jargão “o país do futebol”; mas também na
política, na indústria, nas  igrejas,
etc. A todo o momento o que se ouve e se vê é sobre “Orgulho Gay, orgulho
masculino, orgulho feminino, orgulho batista, metodista, católico”; enfim, não
há limites para  as tão patéticas e  agressivas propagandas e exaltação de  algum tipo imbecil de orgulho.
Justamente quando
deveria prevalecer o temor a  Deus e,
consequentemente, a nossa  humildade
diante de nossa fragilidade e incapacidade 
para suprir a nossa insignificância e insuficiência diante  dos gigantescos  desafios da sobrevivência humana, é
exatamente quando mais se ouve tais 
palavras conclamando o despertamento de tantos outros para seguirem os
mesmos objetivos e desatinos. E, para alcançarem os seus  objetivos, os 
tais proponentes desses movimentos, normalmente, passam por quaisquer
princípios  morais, éticos ou
espirituais.
A Bíblia, porém, nos diz que: “O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a
honra” (Pv 15.33).  E ainda: “O orgulho
vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda.  Melhor é ter espírito humilde entre os
oprimidos do que partilhar despojos com os orgulhosos” (Pv 16.18-19). 
 Como
disse  no início,  minha sugestão é que  reservemos 
um tempo  para reflexão nesse
momento (seja num culto público ou missa, em alguma reunião familiar, célula,
ou encontro de amigos). E deixo como sugestão a seguinte pergunta: Quais  as principais lições que podemos extrair
desse vexame nacional?
Que haja tempo
suficiente para  reflexão sincera e não
para discussões, revoltas e 
agressividade contra  quem quer  que seja. Esse  momento pode ser muito  útil e positivo para  crescermos em maturidade moral, sentimental e
espiritual. Portanto, esse momento é  de
uma  profunda reflexão sobre “por que
Deus permitiu ou determinou tamanha  dor,
tristeza e vergonha para o nosso povo já tão sofrido e  carente”?!
Assim, antes de mais
nada  precisamos partir do princípio  de que não se trata de obra do acaso, falta
de sorte, azar e nem mesmo fatalidade. Inevitavelmente, precisamos admitir que isto
faz parte dos santos propósitos de Deus para 
o despertamento do povo brasileiro. É claro que dói muito, contudo,
resta-nos  pensar, refletir e buscar  em Deus as respostas: Por que e para que?
Finalmente, permita-me
apenas acrescentar a minha principal 
lição. Pessoalmente, sinto-me profundamente  envergonhado pelos conceitos de sucesso que, inconscientemente
ou não  tenho passado para os meus filhos
e netos. Quantas vezes eu lhes tenho passado a sugestão ou impressão de
que  eles serão mais amados e
admirados,  por mim mesmo e  pelas demais pessoas ao redor deles, se eles
exercerem algum tipo de profissão ou atividade esportiva que lhes  proporcionem o sucesso e  a fama de determinados  craques de futebol?!!!
Temo que eu tenha  contribuído, com essa patética atitude, para
pelo menos  dois sentimentos nocivos e
negativos à formação da personalidade de 
meus queridos filhos e  netos: Por
um lado, a frustração e o sentimento de fracasso por não   conseguirem 
alcançar aqueles alvos e objetivos projetados por mim para a vida deles.
Que  tremendo peso de   responsabilidade lançado sobre quem não sonhou
nem pediu para si mesmo tais objetivos  de
vida! Na verdade, esta é a  atitude
inconsciente de transferência de nossas frustrações para  os nossos descendentes, na expectativa,
consciente ou não, de que eles realizem e concretizem nossos sonhos não alcançados
pessoalmente.
Por outro lado, ao
estimular excessivamente meus filhos e netos que sejam atletas de alto nível,
desconsiderando suas habilidades e preferências individuais e, principalmente,
desconsiderando a  vontade soberana de
Deus para cada um deles, sem querer ou imaginar, estamos  exercendo e defendendo um tipo de ateísmo
prático. Isto porque não estamos 
ensinando nossos  queridos
descendentes sobre a  vocação divina para
cada um  de nós. 
Reflita comigo, não seria
 este um bom motivo para questionarmos a  comunicação e influência que estamos  exercendo sobre aqueles a quem mais amamos? Que
tal reavaliarmos alguns conceitos esquecidos ou menos  enfatizados  nos últimos tempos em nosso país; tais como  seriedade em nosso relacionamento com Deus e com
os mortais, respeito ao próximo (ou ao adversário), trabalho duro e honesto visando
 o alvo proposto, etc. Minha sincera e candente
oração é que  esta  reflexão atinja  até os mais altos escalões de nossa sociedade,
 para a glória de Deus e para a nossa edificação
espiritual. Que o Senhor, portanto, nos ajude e nos abençoe nesse sentido.
Qual a sua opinião? Se
desejar participar dessa reflexão, escreva para pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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