Como o diabo tem conseguido
persuadir a tantos pastores e líderes a se julgarem superiores e preferidos de
Deus, acima de qualquer suspeita e
dignos de toda honra e dignidade! Há uma tendência muito comum
entre o povo de Deus de esperar sempre
um elogio ou algum tipo de
reconhecimento público quando se
faz algo especial para abençoar alguém.
Como se a nossa única motivação
para fazermos o bem fosse o reconhecimento e a gratidão da parte de quem
prestamos algum favor ou benefício.
Ora, essa era uma
atitude muito comum entre os fariseus no tempo apostólico. Há pessoas que só prestam sua solidariedade e bondade quando
está sob os holofotes humanos. Mas nós não somos ensinados a agir dessa forma. A nossa motivação precisa
ser o fato de que acima de tudo estamos servindo ao Senhor, e que a nossa
recompensa já está assegurada.
O nosso Pai, que vê
em secreto, nos recompensará, ainda que seja apenas por oferecermos um copo de
água fria a um sedento. E
quantas vezes precisamos ser levados ao chão,
à bancarrota e vergonha pública, comer o pão de dores e verter “lagrimas
de esguichos”, como dizia Nelson Rodrigues, para só então nos darmos conta de que somos o que somos pela graça de
Deus!?
De quem esperamos
receber a recompensa? De quem esperamos
receber os aplausos e sermos
valorizados? A quem pretendemos
agradar? Se a nossa principal
preocupação consiste em receber a aclamação popular, então, não
passamos de meros hipócritas,
soberbos e presunçosos, à semelhança dos
fariseus do tempo de Jesus.
Além disso, estaremos
nos enganando a nós mesmos, já
que poderíamos receber esse
“prestígio“ em outras atividades
mais rendosas e também honestas.
Estaremos nos enganando, principalmente, imaginando que nosso galardão pelo exercício de qualquer
atividade cristã se constituirá
apenas e tão somente nisso, na exaltação popular. Convenhamos, é muito pouco
para tanto sacrifício.
Andrew Murray escreveu:
“Ontem me perguntaram: ‘Como posso vencer esse
orgulho?’ A resposta é simples. Duas coisas são necessárias: faça o que Deus
diz que é seu trabalho: humilhar-se a si mesmo, e confie Nele para fazer o que
Ele diz que é trabalho Dele: Ele o exaltará. A ordem é clara: humilhe-se a si
mesmo. Isso não significa que é o seu trabalho vencer e expulsar o orgulho de sua
natureza e formar dentro de você a mansidão do santo Jesus. Não, essa é a obra
de Deus, a própria essência da exaltação, na qual Ele o eleva para dentro da
real semelhança do Filho amado. O que a ordem significa é isto: tome cada
oportunidade de humilhar-se diante de Deus e do homem. Na confiança na graça
que já está trabalhando em você, na segurança de que mais graça para vitória
está vindo e de que a luz da consciência brilha sobre o orgulho do coração e
suas obras; apesar de tudo o que possa haver de fracasso e falha, permaneça
persistentemente sob a ordem imutável: humilhe-se a si mesmo.”
Vanderlei Faria
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