quinta-feira, 20 de março de 2008

Amor humano e o amor de Deus

_ “Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mt 7.9-11).

Lembro-me de quando criança, algumas vezes não havia carne ou outros alimentos na panela. Outras vezes, quando havia pouca coisa para comermos, meus pais sempre ficavam por último na hora da refeição. Algumas vezes minha mãe se contentava em colocar farinha com um pouco de feijão na panela; fazendo bolinhos de feijão com farinha de mandioca com as mãos, comia com tranqüilidade e alegria.

A princípio eu achava estranho que minha mãe gostasse daquele tipo de alimentação. Só quando cresci um pouco mais é que percebi que, na verdade, ela estava apenas ficando com as sobras para que nós nos alimentássemos convenientemente. Isso forjou em mim uma profunda aversão a qualquer tipo de desperdício. Ora, qual pai ou mãe que nunca se privou de alguma coisa importante, até mesmo fundamental, para poder satisfazer e alegrar um filho? Assim, Deus, o nosso Pai celestial, se privou da companhia de Seu Filho amado, Se Unigênito, para entregá-Lo para ser o nosso Salvador. Se Ele nos deu Seu Filho, o bem maior, como não nos daria as coisas inferiores de que precisamos? Além disso, e é o que Jesus enfatiza no texto, não há como comparar a bondade humana com a grandeza da bondade divina. Se nós, que somos maus por natureza, temos gestos tão nobres e tão plenos de ternura, como imaginar a incomensurável graça da misericórdia e do amor divino?

Daí a exortação de Tiago: “Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo” (Tg 5:10-11).

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