domingo, 18 de maio de 2008

Um Encontro Decisivo Com Deus

_ "Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! Este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito" (Êx 32.31-32).

Creio que aqui começa um dos relatos mais significativos e emocionantes do confronto do homem com Deus. Primeiramente Moisés exorta o povo, mostrando-lhe a gravidade do ato praticado (Ex 32.30). Então se dirige para um encontro decisivo com Deus. Apesar de sua ira e revolta com a atitude irresponsável e leviana de Arão, e da rebeldia e incredulidade do povo, Moisés ainda se depara com algo pior: o castigo divino para com o seu povo. Agora era como se fizesse a seguinte declaração: "Esse povo não presta, mas é o povo a quem eu amo profundamente! Ou Tu perdoas este povo, ou então me mata, me corta fora dos Teus planos; me deixa fora! Não precisa mais contar comigo!"

No limite de suas forças físicas, emocionais e espirituais, Moisés arranca de seu coração a mais pungente e dramática oração relatada na Bíblia, jamais imitada em toda história humana, exceto na cruz do Calvário. Não era uma afronta, ou mesmo uma blasfêmia. Era um desabafo, ou mesmo um clamor suplicante de quem amava tremendamente aquele povo de dura cerviz. Um povo rebelde e contradizente. Dirigindo seu clamor, sua angustiante petição ao Deus poderoso e indispensável no seu caminhar. Deus que, além de ser absolutamente indispensável, era, também, o seu amigo íntimo com quem nutria uma profunda afinidade. Não eram palavras arrogantes e presunçosas de quem quer se mostrar, ou se autopromover. Eram palavras seguras, sinceras, arrancadas de um coração "sangrando", ferido, nos limites. Era a superação dos limites da fé, da oração e da comunhão da alma humana com o Deus Todo Poderoso. Palavras que só foram superadas pelo próprio Salvador, clamando pelo perdão divino em favor de um povo ignorante: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem!" (Lc 23.34a). E Deus ouviu, e atendeu sua petição.

Há momentos difíceis na vida quando nos sentimos isolados, ilhados, confusos, derrotados, como que num turbilhão de aflições. Quando todas as portas parecem se fechar à nossa frente. Nada dá certo. Sentimo-nos como que batendo em ponta de faca. Quando lágrimas teimosas continuam a jorrar de nossos olhos... O mundo e o Diabo tem procurado levar as pessoas, especialmente os crentes, a viverem para baixo, deprimidas e revoltadas. Porém, Deus nos criou para vivermos nas alturas. Por isso Jesus disse: "O ladrão não vem se não para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10.10).

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