terça-feira, 2 de junho de 2009

DEUS DA VIDA

Apesar de sua desolação e desespero diante da morte iminente, Agar não demonstrou qualquer resquício de amargura, ressentimento ou revolta contra Sara, Abraão, ou com a vida de um modo geral – o que seria o mesmo que se revoltar contra Deus, o autor da vida. Abatida, porém resignada, ela se entrega, se deixa quedar (Gn 21.15-16).

Ela colocou o menino num lugar distante, retirando-se para não vê-lo agonizar (atitude de profunda misericórdia), e, também, para não acrescentar sofrimentos ao filho. Já que ele deveria morrer de inanição, que não tivesse seus sofrimentos acrescidos ainda mais vendo sua mãe agonizando, sem que pudesse fazer nada, tanto para salvar-se como para salvar sua querida mãe. Agar, então, como alguém no corredor da morte prestes a receber a injeção fatal, um choque elétrico ou a inalar uma porção de gás letal, ela aguarda seu momento final. Espera a morte, em completa e absoluta certeza da soberania de Deus sobre todas as coisas que estavam lhe sucedendo. Então, o Deus que vê, a quem ela havia adorado anteriormente, novamente a encontra no deserto, trazendo-lhe a consolação.

Sempre que somos confrontados com a possibilidade de estarmos prestes a partir, imediatamente outros pensamentos de vida e realizações ocupam nossa mente, numa atitude inconsciente de adiarmos tal assunto para um futuro bem mais distante, numa fuga inconsciente. Pensamos mais ou menos assim: Talvez daqui a quinze ou vinte anos terei que encarar essa dramática realidade.

Quando, porém, vamos nos aproximando daquele prazo, mais ou menos estabelecido anteriormente, procuramos postergá-lo outro tanto... Assim, raríssimas pessoas, quando em gozo de sua plena saúde, conseguem se imaginar morrendo, ou mesmo perdendo alguém muito querido. É o tipo de pensamento que rejeitamos sempre, consciente ou inconscientemente. Mesmo aqueles que possuem absoluta certeza de sua salvação, via de regra não consideram tal possibilidade, ou realidade. Daí porque a morte é sempre recebida com muita surpresa, revolta e decepção.

Você já experimentou algo semelhante? Pela graça de Deus somos, algumas vezes, poupados de tais sofrimentos. E essa graça envolve até mesmo a morte. Para que alguns não experimentem tais aflições, Deus tira alguns antes que o mal aconteça. Veja o que nos diz o Senhor: “Perece o justo, e não há quem se impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal e entra na paz; descansam no seu leito os que andam em retidão” (Is 57.1-2).

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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