quarta-feira, 20 de abril de 2011

CHEGOU A HORA DA VITÓRIA!

Quando nos aproximamos da data de uma viagem com a previsão de ficarmos distantes de nossos parentes e amigos por muitos dias, normalmente experimentamos sentimentos profundos, quase que agonizantes, perturbadores. Queremos estar juntos uns dos outros sempre, em todo o tempo. Queremos demonstrar o afeto que nutrimos uns pelos outros, até então inconfessáveis, não revelados. Esses momentos nos proporcionam um tipo peculiar de emoção. Não conseguimos contê-las, reprimi-las, evitá-las. Sentimo-nos premidos pela necessidade de expressar, desabafar nossas emoções mais íntimas. E, como sempre, nesses momentos é que sentimos como a vida é fugaz e passageira, o quão dependentes somos uns dos outros e a nossa relutância em aceitar a independência, ainda que passageira, temporária, das pessoas amadas. Assim, procuramos valorizar e aproveitar cada instante juntos, irmanados. Percebemos, assim, que cada momento de nossa vida é sempre uma despedida. A vida é uma permanente despedida – uma Via de Despedida.
Ficamos impregnados da pessoa amada. Há um sentimento de posse que relutamos em deixar escapar, abrir mão. É o auge da Tensão da Despedida. Na verdade, essas palavras expressam o sentimento que invade o nosso coração quando nos preparamos para viajar, ou quando alguém a quem amamos está prestes a fazê-lo. É algo inexplicável. Um turbilhão de emoções e pensamentos afloram em nossa mente e coração. É quando mais sentimos vontade de estar perto, juntos, curtindo, sorvendo cada minuto, e sem sabermos como. Queremos ouvir, queremos falar (como Pedro), compartilhar, interagir. Enfim, queremos VIVER intensamente cada momento em sua plenitude. É quando mais sentimos o quanto somos importantes para alguém e o quão importantes são aqueles que nos cercam.
Então, o que fazer, como agir em momentos como esses?
Vejamos alguns pontos fundamentais que podemos destacar a título de introdução desse assunto:
– Precisamos compreender que a vida, cada momento que vivemos, é sempre uma despedida. Cada oportunidade que temos nesta vida é sempre uma despedida de alguém ou de alguma coisa. Vivemos o tempo do fim.
– Todo momento é importante, ainda que seja um laser ou uma brincadeira de criança. São momentos únicos, definitivos e irreversíveis. Não podemos esperar que haja um replay dos bons momentos vividos, nem mesmo desejar revivê-los plenamente. Apenas relembrá-los.
– Não podemos congelar o tempo e as oportunidades; mas podemos reter as boas lembranças das pessoas queridas. Podemos continuar a amá-las, ainda que distantes. Precisamos nos dar conta do quão importante são as pessoas com quem convivemos, mesmo aquelas que nos aborrecem e nos irritam. De certa forma, todas elas nos proporcionam oportunidades para crescermos, expressarmos amor, compreensão, respeito, ternura, perdão e compaixão.
– Precisamos extrair desses momentos significativos lições que enriqueçam nossas vidas. E, uma dessas lições que podemos extrair dos ensinos de Jesus em circunstâncias semelhantes é que a vida terrena é sempre uma ponte, uma despedida. Estamos continuamente em despedida. A vida é uma constante crise ou tensão de despedida. A cada momento de nossas vidas estamos nos despedindo de alguém ou de alguma coisa importante para nós. Seja física, mental, emocional, ou espiritualmente. Estamos sempre em situação de partida, viajando sempre, passando. Esta convicção, ou constatação, nos torna mais responsáveis e vigilantes quanto às nossas atitudes, reações e decisões que tomamos. Isto porque, sentimos o quão marcantes e definitivos são nossos atos, palavras e relacionamentos. Estamos sempre influenciando, marcando vidas. Assim como ficamos impregnados, tocados, contagiados e fortemente impactados com as lembranças daqueles que se vão, ou daqueles que ficam. Creio que esses momentos aumentam nosso afeto e amor de uns para com os outros. Aprendemos a expressar, com mais eficácia, nossos sentimentos de carinho, afeto e admiração, às vezes contidos, não compartilhados.
Não podemos nos esquecer que Jesus estava sempre advertindo Seus discípulos para o fato de que o fim era iminente. Também nós, precisamos estar sempre alertas para o fato de que quando nascemos demos o primeiro passo para a morte; iniciamos um longo (ou curto) processo de despedida. O evangelista Lucas nos apresenta um resumo do ensino de Jesus para enfrentarmos e vencermos a crise da despedida:
_ Orando (Lc 9.28). _ Meditando na Palavra (Lc 9.30-31). _ Observando, ou meditando, na majestade da glória de Deus (Lc 9. 32-36). _ Buscando, ouvindo e tendo comunhão com o Senhor Jesus Cristo (Lc 9.35). _ Agindo, exercitando o ministério cristão para com os aflitos (Lc 9.37-43).
Que o Senhor nos abençoe a fim de que possamos nos apropriar desse ensino e das consolações celestiais para, assim, superarmos a Tensão da Despedida, na certeza de que CHEGOU A HORA DA VITÓRIA!

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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