sábado, 30 de abril de 2011

VEM CONOSCO!

Moisés estava iniciando a caminhada rumo à Terra Prometida. A tarefa era árdua, desafiante e perigosa, como é a vida humana de um modo geral.

Na condição de líder daquele grande rebanho, Moisés sentia-se necessitado de auxiliares para assessorá-lo nas múltiplas atribuições indispensáveis no cumprimento daquela gigantesca tarefa. Precisava de pessoas habilitadas e responsáveis para desempenharem as diversas atividades ao longo da caminhada. E a pessoa a quem Deus colocou diante dele para esta importante atribuição, alguém de sua inteira confiança, chamava-se Hobabe, seu cunhado. Moisés, então, acenou-lhe com três argumentos persuasivos e consistentes:

Primeiro, apresenta-lhe as bênçãos, ou vantagens: "vem conosco, e te faremos bem, porque o SENHOR prometeu boas coisas a Israel”.[1]

Vem conosco, e te faremos bem... Podemos lhe assegurar que será bom pra você fazer a obra do Senhor, porque o SENHOR prometeu boas coisas para o Seu povo. E Ele é fiel!
Precisamos estar sempre lembrando ao povo de Deus que as promessas divinas são para nós e para nossos filhos, até quando Jesus voltar para levar os Seus para junto do Pai. Não são promessas de facilidades humanas, mas da companhia divina em todo o tempo. Não são promessas de lucros materiais, visto que nem mesmo o nosso Mestre teve essas regalias, embora isto não queira dizer que o servo de Deus não possa usufruir de bens materiais. Mas não podemos atribuir à riqueza material o fato de alguém ser ou não abençoado por Deus. Tanto assim que, se verificarmos a sequencia do texto bíblico, após Moisés ter feito essa referência às promessas divinas, que não houve facilidades e abundância material; muito pelo contrário, houve desavenças, murmurações e o castigo divino.

Em segundo lugar, Moisés apresentou-lhe uma oportunidade para sentir-se útil, valorizado em sua atuação: "Ora, não nos deixes, porque tu sabes que devemos acampar-nos no deserto; e nos servirás de guia”.[2]

Perdemos muito do potencial humano de nossas igrejas por não sabermos envolver e valorizar os dons e capacitações de nossa gente. Deus quer que Seu povo seja participativo, envolvido; que haja interação, participação ativa, efetiva e afetiva.
Deus quer vidas disponíveis, gente que se disponha a ser útil, consagrada, santificada ao Senhor. Bênçãos nas mãos do Senhor das bênçãos: "O amigo ama a todo tempo; e para a angústia nasce o irmão... O coração alegre serve de remédio; mas o espírito abatido seca os ossos".[3]
Vem conosco e sentir-se-á maravilhosamente bem pelo fato de sentir-se útil, envolvido, responsável e respeitado pelo que você é e faz. Sua contribuição no Reino de Deus é significativa, apreciável e importante. Vem fazer parte dessa obra extraordinária. Não espere ser suficientemente capacitado para cumprir os propósitos divinos, é o Senhor quem nos capacita para a Sua obra. Portanto, precisamos deixar que o Senhor faça uso de nossas vidas, de nossos dons e talentos, como Ele mesmo desejar, não Lhe impondo condições, porque Ele é o Senhor!

Em terceiro lugar, Moisés apresenta a Hobabe o argumento da amizade e companheirismo, do comprometimento mútuo:
_ “Se vieres conosco, far-te-emos o mesmo bem que o SENHOR a nós nos fizer” (Nm 10.32).
Com isso, apresentava-lhe os benefícios da caminhada com o povo de Deus; o que ele haveria de receber como recompensa da caminhada. Moisés se compromete com Hobabe no sentido de envolvê-lo, acolhê-lo; enfim, torná-lo participante ativo não só das responsabilidades mas também dos privilégios da caminhada com o povo de Deus; as bênçãos do companheirismo na obediência e cumprimento da vontade de Deus.
A igreja de Cristo precisa se caracterizar como sendo uma comunidade acolhedora, afetiva. Em nosso relacionamento cristão precisa haver a manifestação plena do amor divino revelado na cruz de Cristo Jesus; o qual se evidenciou tanto na expressão do amor vertical, amor para com o Pai, como no amor horizontal, o amor para com o nosso próximo.
Ser cristão, portanto, significa estar envolvido com o reino de Cristo; ser participante não só dos momentos de regozijo, mas também estar comprometido com os valores do Reino de Deus. Precisamos exalar o aroma de Cristo,[4] principalmente para com os domésticos da fé. Mas não apenas entre estes, mas também para com os aflitos e angustiados que desejam saber e ver em nós a razão da nossa esperança e fé – Cristo em nós, esperança da glória![5]


Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

[1] Nm 10.29b
[2] Nm 10.31
[3] Pv 17.17; 22
[4] 2 Coríntios 2.14-17
[5] Colossenses 1.27

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