“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
6.
Vemos aqui a bênção da comunhão com Deus.
O que
estamos aludindo particularmente aqui é ao fato de que a comunhão com Deus pode
ser desfrutada independentemente do lugar ou das circunstâncias. O Salvador
estava na cruz, rodeado por uma multidão escarnecedora, seu corpo sofrendo
intensa agonia, entretanto, ele estava em comunhão com o Pai! Essa é uma das
mais doces verdades destacadas pelo nosso texto.
É
privilégio nosso gozar da comunhão com Deus em todo tempo, independente de
circunstâncias ou condições externas. Tal comunhão é por fé, e a fé não é
afetada pelas coisas da vista. Não importa quão desagradável seu quinhão possa
ser, leitor meu, é seu inefável privilégio desfrutar de comunhão com Deus.
Tal
como os três hebreus a desfrutaram com o Senhor no meio do forno de fogo
ardente, como Daniel na cova dos leões, como Paulo e Silas no cárcere de
Filipos, como o Salvador na cruz, assim também você, seja em que lugar for! A
cabeça de Cristo estava circundada com uma coroa de espinhos em cima, mas
embaixo estavam as mãos do Pai!
Não
ensina nosso texto mui explicitamente a bendita verdade e o bendito fato da
comunhão com o Pai na hora da morte? Então por que se apavorar, companheiro
cristão? Se Davi, sob a dispensação do Antigo Testamento, podia dizer: “Ainda
que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu
estás comigo” (Sl 23.4), por que devem os crentes agora temer, depois de Cristo
haver arrancado o aguilhão da morte!
A
morte pode ser a “Rainha dos terrores” para o não salvo, mas para o cristão,
ela é simplesmente a porta que dá acesso à presença do Bem Amado. As moções de
nossas almas na morte, tanto quanto na vida, voltam-se instintivamente para
Deus. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” será nosso brado, caso
estejamos conscientes.
Enquanto
tabernaculamos aqui não temos descanso algum senão no seio do Pai; e quando
saímos daqui, nossa expectativa e nossos desejos ardentes são o de estar com
ele. Lançamos muitos olhares desejosos em direção ao céu, mas quando a alma do
salvo se aproxima da bifurcação dos caminhos, então ela se atira nos braços de
amor, da mesma forma que um rio após muitos volteios e curvas se derrama no
oceano.
Nada
além de Deus pode satisfazer aos nossos espíritos neste mundo, e nada senão ele
pode nos satisfazer quando formos embora daqui. Contudo, leitor, apenas os
crentes estão garantidos e são encorajados a assim encomendar seus espíritos
nas mãos de Deus à hora da morte; quão triste é o estado de todos os incrédulos
que estão à morte. Seus espíritos, ainda, cairão nas mãos dele, mas será isso a
miséria deles, não o privilégio. Os tais acharão que é uma “horrenda coisa cair
nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Sim, porque, em vez de caírem nos braços de
amor, cairão nas mãos de justiça.
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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