sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O DESERTO DO NEGUEBE


 “Deserto do Neguebe: localizado no extremo sul da palestina, um lugar muito seco, um dos mais baixos da região. Cercado por cordilheiras, o deserto do Neguebe é uma densa extensão de terra, a princípio improdutiva, até que as torrentes de água  produzida pela chuva serôdia que cai abundantemente na região, por um longo período de tempo, invade o deserto trazendo grande inundação e transformando a terra árida em um rio que brota vida. Quando as águas evaporam, o deserto se transforma em um manancial com as mais belas flores e um verde onde somente se contempla no Neguebe.

Durante 6 meses aquele lugar é sem vida, seco, sem esperança. Quem passava ali, jamais ousaria morar ou ficar um longo período de tempo, ninguém suportaria viver, estar naquele lugar. As pessoas passam pelo deserto, mas ninguém quer estar ali. Às vezes nos deparamos em desertos, estações e períodos de sequidão, onde a vida parece que se vai escorrendo entre os dedos, a esperança findou-se e tudo é sem cor, sem cheiro, sem sabor, é um nada. O deserto é assim, e os desertos da vida são assim também...

Eis que chega a temporada de chuvas no Neguebe. Como aquela faixa desértica é rodeada por grandes montanhas elas se transformam em cachoeiras, onde as águas caem no deserto como torrentes, limpando tudo, ou melhor, arrancando tudo o que encontra pela frente, e aquela terra árida, sem forma e vazia se transforma em um rio. Porém, não é um riacho qualquer, um rio daqueles com correnteza forte, que carrega o que vê pela frente. As águas fluem com fúria, como se quisessem arrancar a dor, limpar as marcas, fazer novas marcas, mudar a região... 

Existem momentos em nossas  vidas em que as águas caem de maneira áspera e por vezes geram dores. São chuvas serôdias com capacidade de limpar, transformar e mudar o deserto para um rio sem igual. Toda mudança ainda que seja para melhor, gera um desconforto inicial, transforma a nossa maneira de ver, pensar e encarar os fatos e a vida, a chuva produz limpeza, um novo cheiro, cenário, novidade de vida. 

 
Quando a chuva finda-se na região do Neguebe, o sol volta a brilhar e a água  começa a evaporar... O grande e violento rio, cede espaço a um delicado córrego, que pouco a pouco vai secando e dando lugar a um fabuloso jardim com as mais belas cores, fantásticas flores e o verde que só é possível no Neguebe. 


Estudiosos dizem que o vento transporta as sementes para o Neguebe mas é a água  que gera o poder da vida!   Quando o deserto em nossas vidas se finda, o temporal dá uma trégua... Chega a hora da grande colheita, hora de colocar a mão no arado e ver o fruto do penoso trabalho: Aquilo que aprendemos no deserto, as experiências em meio à falta de sentido e lógica, a perseverança em saber que tudo muda se não desistimos de lutar no deserto, a compreensão que estamos de passagem, que a chuva lava a alma e que tem poder de fazer brotar uma vida nova!
 
Assim como a sorte do Neguebe é mudada a cada novo ciclo, Deus nos ensina que nossas vidas são como os ciclos do Neguebe: Momentos de seca, de muita água, calor, momentos de frio... Momentos sem vida e momentos de abundância de tudo...  Como as torrentes do Neguebe, assim veremos o Manancial brotar em nosso caminho, com as sementes da fé que temos plantado, pela graça de Cristo Jesus”.
 
Pr. Vanderlei Faria



[1] Extraído e adaptado do texto deRenata Rocha –   vozesnoar.blogspot.com/2008/07/As torrentes do Neguebe

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