segunda-feira, 4 de abril de 2016

UM ENCONTRO DECISIVO COM DEUS


_ "Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! Este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um  deus  de ouro. Agora, pois, perdoa  o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito" (Êx 32.31-32). 

 

Creio que aqui começa um dos relatos mais  significativos e emocionantes do confronto do homem com Deus. Primeiramente Moisés exorta o povo, mostrando-lhe  a gravidade  do ato praticado (Ex 32.30).  Então se dirige para  um encontro decisivo com Deus.  
 
Apesar de sua ira e revolta com a atitude  irresponsável e  leviana de Arão, e da rebeldia e incredulidade do povo, Moisés ainda   se depara com algo pior: o castigo divino para com o  seu povo. Agora era como se fizesse a seguinte declaração: "Esse povo não presta, mas é o povo  a quem eu amo profundamente! Ou Tu perdoas este povo, ou então me mata, me corta fora dos Teus planos; me deixa fora! Não precisa mais  contar comigo!" 

 

No limite de suas forças físicas, emocionais e espirituais,  Moisés arranca de seu coração a mais  pungente e dramática oração relatada na Bíblia, jamais  imitada em toda história humana, exceto na cruz do Calvário. Não era uma afronta, ou mesmo uma blasfêmia. Era  um desabafo, ou mesmo um clamor suplicante de quem  amava  tremendamente  aquele povo de dura cerviz. Um povo rebelde e contradizente. Dirigindo seu clamor, sua angustiante petição ao Deus poderoso e indispensável no seu caminhar.
 
Deus que, além de ser absolutamente indispensável, era, também, o seu amigo íntimo com quem  nutria uma profunda  afinidade. Não eram palavras arrogantes e presunçosas  de quem quer se mostrar, ou se autopromover. Eram palavras seguras, sinceras, arrancadas de um coração "sangrando", ferido, nos limites. Era a superação dos  limites da fé, da oração e da comunhão da alma humana com o Deus Todo Poderoso. Palavras que  só foram superadas pelo próprio Salvador, clamando pelo perdão divino em favor de um povo ignorante: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem!" (Lc 23.34a).  E Deus ouviu, e atendeu sua petição.

 

Há momentos difíceis na vida quando nos sentimos isolados, ilhados, confusos, derrotados, como que num turbilhão de aflições. Quando todas as portas parecem  se fechar à nossa frente. Nada dá certo. Sentimo-nos como que batendo em ponta de faca. Quando  lágrimas teimosas continuam  a  jorrar de  nossos olhos...
 
O mundo e o Diabo têm procurado  levar as pessoas, especialmente os crentes, a viverem  para baixo, deprimidas e revoltadas. Porém, Deus nos criou para vivermos nas alturas. Por isso Jesus disse:   "O ladrão não vem se não para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham  vida, e a tenham em abundância" (Jo 10.10).

 

Vanderlei Faria

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

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