terça-feira, 2 de setembro de 2008

O Maior Desafio

A Bíblia nos apresenta a história do convite de Jesus a duas duplas de irmãos pescadores: “E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os. Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram” (Mt 4:19-22). Era o início de uma convocação absolutamente especial para a formação da maior Seleção de todos os tempos. Em seguida, encontramos Jesus dando seqüência ao Seu plano de convocação, de escolha dos Seus discípulos.

Passando em frente à “Receita Federal” viu Levi, ou Mateus, o qual já estava sob a invisível observação do maior TREINADOR de todos os tempos. Ali estava um homem tranqüilo, comodamente instalado nas suas funções trabalhistas; em plena forma social, política e financeiramente. A este “corretor” Jesus propõe um desafio inimaginável: deixar tudo que fazia e tudo que lhe pertencia, a fim de se integrar num projeto de vida completamente fora dos padrões estabelecidos pelo mercado financeiro e social de seu tempo. Um investimento garantido, com rentabilidade inigualável; porém, a longo prazo. Investimento de vida para a plenitude da vida. Mateus, porém, creu no invisível. Creu contra a própria esperança. Ousou largar tudo que lhe proporcionava a segurança aparente, passageira, perecível. Jesus o convida a levantar-se e experimentar as gloriosas alegrias de caminhar ao Seu lado pelas ruas da vida.

A um cego, mandou que se levantasse e fosse ao Seu encontro. Portanto, desafiou-o a vencer o medo, a insegurança, a incerteza, o comodismo e a autocomiseração. Levantar-se e ir, ainda que não podendo ver. Mas crendo e obedecendo resolutamente.

A outro cego, untou seus olhos com lodo de Sua saliva e mandou-o lavar-se em um tanque especificamente determinado. Portanto, este deveria ir. E, ao contrário do anterior, que poderia basear seus passos na direção da voz de Jesus, este cego deveria exercer suficientemente a fé para afastar-se da aparente segurança do lugar em que pisava, crendo que valeria a pena confiar e obedecer a ordem do divino Mestre.

Ao moço rico, Jesus ordenou que vendesse suas propriedades, distribuísse a quantia arrecadada com aqueles que nada possuíam. Certamente esta atitude o levaria a refletir sobre as injustiças sociais, a exploração dos menos favorecidos, e quanto aos seus ídolos. Deveria voltar para seguí-Lo, sem impedimentos. Neste caso exigiu renúncia total daquilo que o impedia de tomar posse da vida eterna. E, assim, nos ensina, na prática, o que significa arrependimento, conversão: Ele em primeiro lugar. Jesus não aceita ser acessório descartável em nossas vidas. Ou permitimos que Ele ocupe o trono de nosso coração, ou não temos parte com Ele. Jesus quer e precisa ser o nosso TUDO. Quer que confiemos a Ele a direção e o domínio de nossas vidas.

Ao sábio Nicodemos, Jesus desafiou-o a que colocasse em prática uma filosofia existencial, sem comparação com a filosofia dos gregos e romanos: nascer de novo. Ele teria que renunciar a sabedoria quanto às coisas espirituais e reconhecer sua ignorância, abrindo mão da postura conceituada de mestre. Jesus ensinava-lhe, assim, que, para receber a Sua sabedoria divina, faz-se necessário despojar-se do orgulho, da prepotência e da arrogância. É preciso tornar-se SERVO, humilde e submisso. Reconhecer que sem Ele, a verdadeira sabedoria, a verdade e a vida, tudo é palha ou loucura, insensatez e presunção.

Para Zaqueu, alto funcionário público, Jesus apresentou um desafio particular: mandou-o descer... Descer fisicamente de sua cômoda e tranqüila situação em cima da árvore. E isso implicava em movimento, esforço, ação, locomoção imediata, desprendimento e prontidão. Descer financeiramente, já que em seu coração propôs renunciar seus bens materiais, se preciso fosse, a fim de agradar Àquele que o convocara. Descer socialmente, já que seu gesto de subir em uma árvore para ver um homem passar, certamente, deixara-o publicamente humilhado e exposto a todo tipo de zombarias. E, também, descer religiosamente, pois, mediante seu conhecimento e crença até então, seguir a Jesus era um despropósito e fraqueza religiosa. Zaqueu, portanto, aceitou o desafio para descer. E, descendo, descobriu o verdadeiro sentido de viver, crescer, SUBIR: Jesus, seu maior desafio!

Paulo atravessava momentos difíceis e perturbadores, começou a orar insistentemente para que o poder divino se manifestasse na retirada imediata daquele "espinho na carne". Veja como o Senhor lhe respondeu: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2Co 12.9). Parece inacreditável: "O meu poder se aperfeiçoa na fraqueza..." Paulo aprendeu que o poder seria manifesto nele exatamente pela capacidade fora do comum para suportar o insuportável, humanamente falando.

O Evangelho de Jesus Cristo é o maior desafio, a maior aventura. O desafio sublime para um mundo em profunda e dramática decadência moral, material e espiritual. Entretanto, os vencedores, os grandes campeões da fé, são aqueles que têm a coragem e disposição de assumir responsabilidades, correr riscos, lutar muito para vencer sempre; até à libertação completa da fraqueza da carne, sendo assunto aos céus com Jesus Cristo, para então tomarem posse definitiva da vitória. Portanto, o grande desafio da vida, não é ganhar uma medalha olímpica ou uma fortuna material; mas assegurar-se da vida eterna através de Cristo Jesus no reino celestial. Este é o nosso maior desafio!
“Porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5.4).

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