quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SE O MEU POVO SE HUMILHAR

_ “Se o meu povo... se humilhar...”

Muito freqüentemente nos aborrecemos quando alguém se dirige a nós com o propósito de nos advertir, repreender ou nos alertar, quanto aos perigos em que estamos incorrendo. Geralmente as palavras “Se conselho fosse bom, não se dava, vendia-se”, servem para introduzir algo que, mesmo não querendo nem pedindo, somos obrigados a ouvir. Então, o conselheiro gratuito continua: “mesmo assim, vou dar minha opinião, se você quiser ouvir...” Via de regra, mesmo a contra gosto percebemos que a palavra que ouvimos é algo sensato, ponderado. Mas a obstinação de nossa vontade quase sempre nos impede de refletir e ponderar suficientemente o que acabamos de ouvir. Assim, o erro, ou o ato impensado, é consumado. Ficando o remorso e o arrependimento tardio como saldo negativo em nossa vida. E, algumas vezes, com seqüelas irreversíveis e inesquecíveis.
_ “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar...”

É interessante que Deus Pai começa exatamente da mesma forma que Jesus Cristo, ao apresentar as bem-aventuranças: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.2). Sem dúvida, aqui está a evidência da importância e necessidade de humildade para se fazer parte do reino de Deus, bem como para o exercício do ministério cristão.

Tenho observado, tanto entre os meus alunos de Teologia, como entre os colegas pastores, bem como em minha própria experiência, que uma das nossas maiores dificuldades ministeriais resulta de nossa incompreensão desse assunto. Somos demasiadamente influenciados pela cultura secular no que diz respeito à supervalorização de nossa auto-imagem; de nosso auto-conceito; ou mesmo da tão propalada auto-estima. Temos a tendência a enfatizar demasiadamente o sucesso e a valorização popular, social. Por causa disso a humildade cristã passou a ser vista como algo deplorável, ou mediocridade.

Como homens e mulheres de Deus, precisamos começar por admitir, sem complexos ou constrangimentos, a nossa fragilidade humana; nossas limitações pessoais diante de Deus e dos homens. Não podemos nos descuidar de que toda honra e toda glória pertencem ao Senhor e não a nós. Somos apenas instrumentos nas mãos do Senhor, e não AS MÃOS. Manipular o sagrado sem a devida reverência e respeito pode acarretar a autodestruição, como quem oferece holocausto em fogo estranho; ou seja, sem o devido respeito para com o Senhor da adoração.
Jesus disse: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3).

Vanderlei Faria

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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