Mais uma vez, vemos quão versátil é Satanás nos seus enganos. Ele sabe que precisa preparar uma mentira apropriada para cada tipo de pessoa. Para aquele que é inclinado ao desespero, o diabo espera por oportunidades de assoprar nos seus ouvidos que todas as tentativas de uma recuperação posterior serão inúteis porque ele já foi longe demais. Tentará convencê-lo que cometeu o pecado imperdoável, que agora pode muito bem se entregar totalmente ao pecado porque de todo jeito já está indo para o inferno.
A verdade é que Cristo perdoará todo aquele que vem a Ele. "Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Jo 6.37). Isso foi verdade quando nosso Senhor falou estas palavras e ainda é verdade agora. Não permita que o diabo amplie a sua condenação tentando-o a se abandonar totalmente ao pecado e ao desespero. As misericórdias do Senhor duram para sempre. A porta da graça está aberta para todos aqueles que se aproximam através de Jesus. Como é que podemos derrotar as mentiras do diabo?
Somente pela Palavra de Deus. É a verdade que nos dá base sólida e que não permite que sejamos levados por qualquer vento de doutrina. É a verdade que santifica. É a verdade que é a mola mestra do crescimento à maturidade em Cristo. É a chave para derrotar o diabo. Leitura da Bíblia, meditação e memorização da Bíblia, e encarnação da Bíblia – experimentando as suas verdades nas nossas vidas – são para sempre as únicas ferramentas disponíveis ao povo de Deus para sobrepujar o inimigo.
Como em todas as coisas, Jesus é o nosso modelo para lidar com as mentiras do diabo. Quando tentado por Satanás no deserto, Ele citou as Escrituras em resposta a cada mentira. "Está escrito" deve ser a nossa senha tanto quanto foi a dEle.[1]
Um irmão, jovem ainda, teve um distúrbio mental, forçando-o a um tratamento prolongado e caro. Seu pai havia sido membro de igreja. Mas tornou-se um sujeito corrompido, depravado e sarcástico com os crentes. Diante daquele quadro de enfermidade do filho, tornou-se enfurecido com a igreja e com os crentes. Acusava-nos de prejudicar seu filho com os ensinamentos bíblicos. Queria proibir o filho de ler a Bíblia, dizendo ser ela a causa de seus traumas e sentimentos de culpa... Na verdade, aquele rapaz sofria exatamente devido aos distúrbios mentais causados pelos maus tratos que recebera na infância daquele pai endurecido pelo pecado.
O pecado confunde o entendimento. Os "sábios" deste mundo acusam o evangelho, alguns dizem a religião, outros a Bíblia ou até mesmo os crentes, por provocar nos outros o sentimento de culpa. Vez por outra surgem alguns "entendidos" para se levantar contra a Palavra de Deus com essas acusações estapafúrdias. Não podemos negar que haja fanatismo nos meios ditos evangélicos, sobrecarregando as pessoas com normas e costumes esdrúxulos. Porém, o que ocorre, na maioria das vezes, é o pecado causando estragos psíquicos, mentais e materiais. Então o homem, que já tem interiorizado em seu coração a revelação de Deus, se vê confrontado com a realidade do pecado e suas consequências.
A Bíblia diz que o homem não tem como fugir, desculpar-se diante de Deus, porque Deus já Se deu a conhecer através da própria revelação natural, ou da natureza. Então, quando se procura fugir de Deus, entregando-se ao pecado, estabelece-se o conflito interior, porque o pecado contraria sua própria natureza, criada para ajustar-se às leis divina. O que Deus nos diz, então, é que o homem não consegue ser feliz fugindo de seus próprios sentimentos. Deus nos criou com uma santa necessidade: nós necessitamos dEle para sentirmo-nos ajustados conosco mesmos e com a sociedade. Não é a Bíblia, ou o fato de alguém ler a Bíblia e se ocupar com ela, que vai levá-lo à loucura. Mas, exatamente o contrário, quanto mais o homem procura negar sua própria identidade espiritual, apegando-se ao pecado, mais se dá o conflito interior.
João afirma o seguinte sobre isto:
1o) – Mentimos para os outros e não praticamos a verdade:
_ “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”.[2]
2o) – Enganamos a nós mesmos:
_ “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”.[3]
3o) – Se negarmos nossa condição de pecadores, chamamos a Deus de mentiroso:
_ “Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.[4]
[1] Jeremiah Bass
[2] 1 Jo 1.6
[3] 1 Jo 1.8
[4] 1Jo 1.10
Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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