terça-feira, 29 de novembro de 2011

PACIÊNCIA É EQUILÍBRIO

Será que vale a pena ficar irritado com problemas pequenos?
É a porta da geladeira que não foi fechada direito, é a escova esquecida em cima da cama e com as cerdas viradas para cima, claro. É o cara no assento ao lado batucando com a caneta ou assoviando. É o menino que fala aos berros sem que nenhum adulto responsável pareça se incomodar. É o carro que tenta furar a fila do estacionamento fingindo que está dando início a uma nova fila. É a pessoa que, da porta da loja, quer conversar com aquela que está distraída lá no fundo. A mesa ao lado que urra, como se não existisse ninguém em volta ou como se todos no restaurante estivessem ali para assisti-los. O vizinho que põe a música bem alto às oito da manhã no domingão. A lista é enorme. Pode acrescentar as suas irritações mais comuns nos comentários aí embaixo. Vou gostar de ler.

Motivos, portanto, não nos faltam, para nos irritarmos e para reagirmos a estas irritações. A questão é: vale a pena? Quantas vezes deixamos de manifestar nosso desconforto para não sermos “chatos” e, com isso, fechamos a cara ou o tempo, calados. Para não cortar a onda alheia acabamos por cortar a nossa e, de quebra, a de quem por ventura conosco esteja. Por outro lado, se criamos caso a qualquer hora e por qualquer motivo, somos a enxaqueca ambulante da qual todo mundo vai se arrepender por ter encontrado. É difícil o equilíbrio entre se impor e ser intolerante. Difícil e necessário.

Dizendo isto, uma coisa fica clara: é difícil viver e fazer as escolhas que temos que fazer a cada instante. Desde a roupa que vamos colocar no início do dia ou a palavra que usaremos para cumprimentar cada pessoa, tudo são decisões, escolhas. Temos que ter consciência disso e, quem sabe, um plano de ação. Algo que contemple nosso temperamento, identidade, mas que inclua o respeito às leis da boa convivência: os bons modos. É bom provocar e dar uma remexida nas coisas, mas é ruim criar inimigos e antipatias. Porém, elas acontecem mesmo que a gente tente, a todo custo evitar. Então, paciência. Não seremos infalíveis e nem por isso devemos deixar rolar sem nenhum cuidado. Somos as escolhas que fazemos. As grandes e as pequenas. As definitivas e as imediatas e corriqueiras.
Uma frase mal escolhida, dita no momento errado, ou um ato impensado pode determinar o destino, todo o rumo de uma vida. É assim o tempo todo. Por isso é preciso paciência, para que seja possível o equilíbrio.

Ou, como dizia uma amiga, aconselhando que eu evitasse as pequenas (mas igualmente importantes) discussões: o que, afinal, você deseja; ser feliz ou ter razão?

Atenciosamente;

Vander Faria

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