segunda-feira, 25 de julho de 2011

O SENHOR NOS CONHECE INTIMAMENTE

É certo que todos nós precisamos exercer o autocontrole para não fazermos tudo aquilo que nos dá vontade. Imagine se fôssemos dar vazão a todos os nossos instintos e vontades, sem respeitarmos os padrões morais de conduta nem a vontade alheia?!

O mundo seria ainda muito pior e caótico do que é, e não teríamos nenhum padrão de conduta estabelecido para vivermos em sociedade. Assim, quer queiramos ou não, todos nós de uma forma ou de outra precisamos nos proteger e proteger os outros, restringindo nossa vontade e impulsos naturais pecaminosos; mesmo aqueles que não querem obedecer à Palavra de Deus e os seus princípios são socialmente forçados a se reprimir constantemente. Somos forçados a representar aquilo que intimamente nem sempre somos: tolerantes, amigáveis, confiáveis, ternos, puros e santos.

Infelizmente é no ambiente cristão que mais representamos, a começar com a forma de vestir e falar. No ambiente cristão, via de regra, somos todos cordiais, fraternos, atenciosos, etc. Sai dali e voltamos (se nossa postura não for real e transparente sempre) às atitudes grosseiras, ríspidas, agressivos e egoístas. É claro que aquele que é regenerado de fato tem uma vida mais transparente, mais próxima da realidade de seu íntimo, sem máscara, sem cera... Mas o problema maior é que, de tanto representarmos aquilo que gostaríamos de ser, ou como desejamos que os outros nos considerem, acabamos nos habituando a ir a Deus com nossas máscaras, como se fôssemos realmente aquilo que representamos com nossas atitudes e gestos; sem nos darmos conta de que Ele, o Senhor da glória, nos conhece intimamente.

Ao aproximar-se de seu irmão, Jacó procurou cobrir-se com a máscara da cordialida
de, boa vizinhança, desprendimento financeiro e amor fraternal. O medo do confronto com seu passado de tramóias e picaretagem fê-lo desejar ardentemente representar uma pessoa ideal, talvez aquilo que gostaria de ser realmente. Queria convencer seu irmão de que agora era uma pessoa diferente e digna de respeito; alguém que estava disposto a reparar seus erros e viver de forma agradável a Deus e ao próximo.

Como nos custa apresentarmo-nos diante do Senhor sem qualquer vestígio de cera, máscara ou subterfúgios, tentando ser o que não somos e, com sinceridade (sem cera) como o Filho Pródigo, confessando ao Senhor: “Pai, pequei contra Ti!”; ou como o salmista no Salmo 51.1-10. Creio que foi nesse sentido, para que Deus mudasse essa postura hipócrita e farisaica, que o salmista orou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24).

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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