sexta-feira, 2 de março de 2012

GUIADOS PELO ESPÍRITO

_ “Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada. Deus faz que o solitário viva em família” (Sl 68.5-6).

Todo solitário procura esconder-se cada vez mais, não compartilhando com os outros seus sentimentos. De tanto ver a miséria alheia, alguns vão se acostumando com as suas próprias. E, o pior, vão se petrificando em seus esconderijos particulares. Tornando-se secos, vazios de corpo e alma. Perde-se, assim, o que existe de mais belo no cristianismo, depois da salvação: a alegria da comunhão – koinonia cristã. Comunhão fraternal, sensitiva, envolvente. Creio que este foi o principal desafio proposto por Jesus a Pedro quando o exortou: “Simão, filho de Jonas, amas-me? Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21.16).

Em outras palavras: Se é verdade que me amas, então prove-o na prática. Começa a exercitar-te na prática do amor para com o seu próximo. Assim, pois, precisamos aprender a usar a nossa solidão e abatimento, como escreveu Stanley Jones: “Ilhas de isolamento são bons portos de escuta.” Assim, pois, podemos sair de nossas cavernas pessoais, fazer uso de nossa solidão. Quando Elias se isolou na caverna, Deus veio ao seu encontro dizendo-lhe: “Que fazes aqui, Elias?” Esta pergunta leva à reflexão: o que você está fazendo da vida? Como Elias, precisamos considerar que sempre haverá alguém ao nosso lado. Jamais estaremos totalmente sós. Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto.

Mateus usa a expressão: “Para ser tentado pelo Diabo” (Mt 4.1). Lucas, porém, diz apenas: “Jesus, pois, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão; e era levado pelo Espírito no deserto” (Lc 4.1).

Ou seja, em meio ao deserto da vida, Ele foi conduzido pelo Espírito Santo. Sem dúvida alguma, Jesus não estaria ali somente para ser tentado, ou confrontado com o tentador. Mas, principalmente, para refletir, orar, considerar e elaborar os planos de Seu ministério que estava começando. A terra em que vivemos é um deserto árido e carente do amor de Deus. Também nós, precisamos fazer bom uso de nossos momentos solitários para uma reflexão positiva quanto ao que podemos fazer enquanto temos tempo suficiente. A Bíblia diz: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.14).

É importante enfatizar que os filhos de Deus são guiados pelo Espírito. Seja num belo jardim, ou num deserto abrasador. O que importa não é onde estamos vivendo, mas se estamos sendo conduzidos pelo Espírito Santo. Então, ainda que seja num longo e escaldante deserto ou numa triste e solitária caverna, haverá paz em nosso interior: “Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada. Deus faz que o solitário viva em família” (Sl 68.5-6).

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

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