domingo, 22 de junho de 2008

ORTODOXIA E ORTOPRAXIA

“ORTODOXIA E ORTOPRAXIA”

Hoje quero passar-lhes uma bela e importante mensagem que recebi de meu amigo e pastor, Oswaldo Luiz Gomes Jacob:

"Estas são duas palavras interessantes. Palavras bem ligadas. Elas estabelecem a lei de causa e efeito. São palavras que refletem lógica. Temos a tendência de uma dicotomia entre ortodoxia e ortopraxia. Não adianta termos fé se ela não produz obras. Como nos ensina Tiago, “a fé sem obras é morta” (2.17). A doutrina não pode estar separada da prática. A doutrina bíblica produz atitudes e atos corretos, íntegros. Como ensinou o Senhor Jesus, é preciso ouvir a Palavra e praticá-la. “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt 7.24).

Conhecemos o amor exposto na Palavra, mas precisamos vivenciá-lo. Pecamos quando recebemos a doutrina na igreja, mas não a praticamos no dia a dia. A ortodoxia deve ser a base para a nossa ortopraxia. A igreja primitiva possuía o binômio doutrina-prática. Ela crescia porque havia coerência entre o que a igreja cria e fazia. Não adianta sabermos que o Senhor é Deus se não fazemos a Sua vontade. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Por ventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23).

É de pouquíssimo valor conhecermos a doutrina da graça se não a vivemos e se não a pregamos. Jesus sempre fez uma conexão entre ser e fazer. Crer e obrar. Ele deixou isso muito claro no Sermão do Monte. Sugiro a você que faça uma leitura devocional desta obra maravilhosa de Jesus em Mateus 5, 6, 7. Tudo o que Ele ensinou procurou viver de forma contundente. Sempre confrontou os escribas e fariseus por causa da sua incoerência. Eles se diziam ortodoxos, mas o diagnóstico de Jesus foi perfeito porque os chamou de sepulcros caiados; isto é, bonitos por fora e podres por dentro. Eles viviam uma vida totalmente desafinada. Estavam tortos diante do prumo de Deus. Era incoerência pura.

O Senhor Jesus reúne em Sua Pessoa ortodoxia e ortopraxia. A Sua coerência era real porque o Seu ser estava comprometido com o fazer para a Glória do Pai. Ele usou a figura da videira. Ele é a videira e, nós, as varas. Há aqui uma dependência vital. Se não estivermos nEle (ortodoxia cristã) não podemos fazer (ortopraxia cristã) nEle e para Ele. Se queremos ser discípulos verdadeiros não podemos prescindir da coerência entre o ser cristão e o fazer cristão. Assim como o sal e a luz revelam a sua influência, nós também devemos ser assim. A doutrina de Cristo é a base da prática cristã. O próprio Senhor Jesus morreu em conseqüência de Sua coerência. Sua ortodoxia tinha plena conexão com o Seu viver diário. Palavras e obras eram coerentes em Sua Pessoa maravilhosa.

Vivemos num tempo de profunda incoerência. O testemunho cristão está sofrível. As pessoas ‘honram’ o Senhor no templo e o desonram nas casas, nas escolas, nos escritórios e nas fábricas. Jesus mesmo disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15.8,9).
É lamentável que tenhamos um discurso diferente da prática. Como o Pai terá prazer na vida de Seus filhos se estes vivem na contramão do que dizem crer?

Sejamos ortodoxos e ortopráticos em toda a nossa vida. Revelemos o caráter de Cristo em nossas atitudes e ações. Que todas as nossas obras sejam feitas em amor. Não permitamos que a incoerência seja real em nossas vidas. Que assim como Jesus morreu de coerência, assim também seja conosco, para a glória de Deus Pai" (Oswaldo Luiz Gomes Jacob - Pastor da Segunda Igreja Batista em Barra Mansa, RJ).

Nenhum comentário: