segunda-feira, 2 de junho de 2008

Peniel!

Gn 32.26-31

Jacó, premido pelas circunstancias, resolve, então, tomar a iniciativa para promover esse reencontro. Não era algo desejável, de bom grado para ele. Não lhe era algo prazeroso, algo que lhe proporcionasse alegria, muito pelo contrário. Era apenas e tão somente o inevitável. Era, sem dúvida, a última coisa que esperava ter que enfrentar nessa altura dos acontecimentos. Mas agora não havia como fugir, como evitar tal encontro. Sem outra alternativa, então procurou fazer tudo o que fosse possível de sua parte para amenizar e aplacar a ira do coração do irmão.

Tudo que estava ao seu alcance para obter sucesso naquele empreendimento crucial em sua vida... Mas, ainda assim, sentia-se profundamente necessitado de um encontro pessoal, íntimo e franco com Deus, antes de se deparar com seu oponente previsível. E a despeito de todas as providências que havia tomado, não se sentia em paz diante daquele compromisso inadiável e intransferível. Poderia delegar aos seus servos algumas atribuições e responsabilidades, mas não tinha como delegar a responsabilidade de se deparar pessoalmente com seu irmão. Mais dias, menos dias, teria que reencontrá-lo. E esse momento estava se aproximando inexoravelmente.

Não havia como protelar, como se desvencilhar desse encontro. E as forças e o ânimo se lhes faltavam. O medo tomava conta de seu coração. Angústia e o pavor tomavam conta de seu coração. Não havia paz e tranqüilidade para sequer conseguir dormir aquela noite... Não havia alegria e contentamento em sua alma. Não conseguia cultuar e adorar a Deus em tais circunstâncias. E agora só Deus poderia dar-lhe paz e segurança para prosseguir sua inevitável jornada.

Jacó não se contentava com o fato de ter uma grande e harmoniosa família, riqueza e fartura. Nem mesmo o fato de saber e sentir que Deus o estava guiando e abençoando em tudo o que fazia; ainda assim, faltava-lhe um encontro mais significativo com Deus, antes do inevitável e indesejável encontro com seu irmão. Ainda que já tivesse orado, ainda que já tivesse feito tudo que lhe era possível do ponto de vista humano para amenizar a situação, ainda assim sentia-se carente de um encontro mais duradouro e profundo com Deus. Em tais circunstâncias é que ele chega ao Vau de Jaboque. Foi quando abriu seu coração diante do Senhor. Tirou completamente sua máscara de homem vitorioso, corajoso, inteligente e sagaz. E não se contentou enquanto Deus não se manifestou de forma abundante e plena, até que sua vida foi marcada profundamente por Deus. Só então sentiu-se encorajado a levantar e prosseguir sua jornada, escalar seu Everest... Só então sentiu-se fortalecido suficientemente em seu ânimo para encarar seu gigante que se avizinhava resoluto e desafiador.

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