“Deus pede estrita conta do meu tempo,
e eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta,
eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo,
o tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta e não há tempo.”[1]
Na parábola contada por  Jesus, em Lc 12.35-48, há  algumas advertências  cruciais quanto à entrada no reino de Deus.
Primeiro (v. 35-40), Jesus ilustra com a história do servo (empregado ou mordomo) vigilante, cujo patrão saíra para celebrar seu casamento, e voltaria sem prévio aviso. O servo deveria estar preparado para o retorno de seu  senhor a qualquer  momento.
Com  isto Jesus  estava ilustrando como ocorrerá a Sua volta para buscar a Sua igreja, os redimidos pelo Seu precioso sangue. A essa altura Pedro fez-Lhe uma  importante  pergunta: “Senhor, proferes esta  parábola para nós ou também para todos” (v.41). Jesus respondeu-lhe com outra  pergunta:  “Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?” (Lc 12.42). E acrescenta que aquele a quem for  achado em falta receberá as devidas consequencias  de sua  negligência, assim como aquele que estiver fazendo  a vontade  do seu senhor receberá a devida recompensa.
Com estas palavras Jesus não está afirmando que alguém será  salvo pelas obras, mas  advertindo-nos para um viver coerente com a vontade  de Deus. Em outras palavras, que o verdadeiro servo de Deus é aquele que não se descuida de buscar  cumprir, servir e obedecer a vontade do seu Senhor; dEle, o Senhor Jesus.
O Senhor Jesus conclui sua exortação enfatizando a responsabilidade daqueles que ouvem, os que conhecem de alguma forma o evangelho da salvação em Cristo Jesus. E o Senhor faz uma surpreendente  declaração, enfatizando ainda mais sobre a responsabilidade de cada um diante  da  Palavra de Deus. Ao contrário das leis de nosso país, que  privilegiam aqueles que têm  curso superior e maior instrução, colocando-os em celas especiais,  concedendo-lhes penas alternativas e mais brandas em relação aos demais que não possuem graduação superior (embora, na verdade, o que funciona mesmo seja  a conta bancária...); Jesus diz que  perante o julgamento divino ocorrerá  o contrário. Ou seja, “aquele a quem  muito foi dado, muito  lhe será exigido e aquele a quem muito se  confia, muito mais lhe  pedirão” (Lc 12.48).
Ora, essa é uma tremenda advertência a todos quantos recebem, diariamente,  a oportunidade de ouvir e praticar o evangelho de Cristo. Advertência para todos nós que conhecemos, de alguma forma, a Palavra de Deus.  Nossa  responsabilidade é  proporcional ao grau  de conhecimento que temos. Portanto, resta-nos apenas considerar a pergunta perscrutadora  do Senhor Jesus: “Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?” (Lc 12.42). Pense nisto!
Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
[1] Poema  de Laurindo Rabelo
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