quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FELIZ PRESTAÇÃO DE CONTAS

“Deus pede estrita conta do meu tempo,
e eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta,
eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo,
o tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta e não há tempo.”[1]

Na parábola contada por Jesus, em Lc 12.35-48, há algumas advertências cruciais quanto à entrada no reino de Deus.

Primeiro (v. 35-40), Jesus ilustra com a história do servo (empregado ou mordomo) vigilante, cujo patrão saíra para celebrar seu casamento, e voltaria sem prévio aviso. O servo deveria estar preparado para o retorno de seu senhor a qualquer momento.

Com isto Jesus estava ilustrando como ocorrerá a Sua volta para buscar a Sua igreja, os redimidos pelo Seu precioso sangue. A essa altura Pedro fez-Lhe uma importante pergunta: “Senhor, proferes esta parábola para nós ou também para todos” (v.41). Jesus respondeu-lhe com outra pergunta: “Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?” (Lc 12.42). E acrescenta que aquele a quem for achado em falta receberá as devidas consequencias de sua negligência, assim como aquele que estiver fazendo a vontade do seu senhor receberá a devida recompensa.

Com estas palavras Jesus não está afirmando que alguém será salvo pelas obras, mas advertindo-nos para um viver coerente com a vontade de Deus. Em outras palavras, que o verdadeiro servo de Deus é aquele que não se descuida de buscar cumprir, servir e obedecer a vontade do seu Senhor; dEle, o Senhor Jesus.

O Senhor Jesus conclui sua exortação enfatizando a responsabilidade daqueles que ouvem, os que conhecem de alguma forma o evangelho da salvação em Cristo Jesus. E o Senhor faz uma surpreendente declaração, enfatizando ainda mais sobre a responsabilidade de cada um diante da Palavra de Deus. Ao contrário das leis de nosso país, que privilegiam aqueles que têm curso superior e maior instrução, colocando-os em celas especiais, concedendo-lhes penas alternativas e mais brandas em relação aos demais que não possuem graduação superior (embora, na verdade, o que funciona mesmo seja a conta bancária...); Jesus diz que perante o julgamento divino ocorrerá o contrário. Ou seja, “aquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido e aquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc 12.48).

Ora, essa é uma tremenda advertência a todos quantos recebem, diariamente, a oportunidade de ouvir e praticar o evangelho de Cristo. Advertência para todos nós que conhecemos, de alguma forma, a Palavra de Deus. Nossa responsabilidade é proporcional ao grau de conhecimento que temos. Portanto, resta-nos apenas considerar a pergunta perscrutadora do Senhor Jesus: “Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?” (Lc 12.42). Pense nisto!

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

[1] Poema de Laurindo Rabelo

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