Certa feita, Alexandre, o Grande,  levou seu exército a lutar contra  um adversário poderoso. Seus comandados estavam desanimados e amedrontados. Quando Alexandre  desembarcou os homens e  equipamentos na praia inimiga, deu ordens para que todos os seus  navios fossem  incendiados... Enquanto os restos afundavam, ergueu-se e disse: “Soldados,  estão vendo  vossas naves que   sobem na fumaça, as cinzas  flutuando no mar?  É essa nossa garantia de que  seremos  vitoriosos, porque nenhum de nós pode deixar esta terra detestável, a menos que obtenhamos a vitória na batalha. Homens,  quando voltarmos para casa, iremos nos navios do inimigo!”  Como soldados de Cristo, temos a nossa garantia de vitória assegurada, não por causa de nossa força, “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” ([1]).
Deus nos ensina a glorificá-Lo em quaisquer circunstâncias. A perseverança do cristão no sofrimento glorifica a Deus, proclama a salvação aos pecadores e promove  avivamento entre o  povo de Deus O sofrimento do povo de Deus não é  uma forma de justiça retributiva, ou castigo de Deus para com os Seus filhos, mas, sim, uma disciplina amorosa de quem nos trata  com carinho e zelo paternal. Não é para que outros descarreguem em nós as suas próprias frustrações e ignorância.
A nossa força e coragem para enfrentar o sofrimento deve estar firmada na certeza  da companhia  do Pai. Assim, também nós, podemos  ter esta certeza, aconteça o que acontecer, não estaremos sós, o Pai está conosco.  O  sofrimento é o combustível  indispensável ao cristão  para o  seu  crescimento em  entendimento.  Porém,  a certeza da vitória é a força que nos  mantém firmes   na luta.
Por maior que sejam as  nossas aflições neste tempo presente, sabemos que também isso há de passar. Ainda que toda essa  nossa existência seja de  dores e lágrimas, se estamos em Cristo, temos a certeza  de que nada pode se comparar com à glória  celeste. Nossas aflições, comparadas com a glória  eterna, são “leve e momentâneas”. Ou,  “breve tempo” em comparação  com a eternidade. Além disso, temos a consolação do Espírito Santo. Se nos fossem tiradas todas as possibilidades de sofrimentos, o Espírito Santo perderia grande parte de Sua  ação neste mundo, a de  Consolador. Mas Ele é Deus, soberano sobre nossas vidas.
Finalmente, pensemos em alguns pontos fundamentais de tudo quando acabamos de estudar sobre o sofrimento:
– O mal  que nos acontece não é final e definitivo: Isso também passará!
– O sofrimento do crente pode ser disciplinador. Algumas vezes, somente o sofrimento nos conduz ao entendimento e crescimento espiritual.
– O sofrimento do crente pode ser usado por Deus para a proclamação da nossa fé.
– O sofrimento do crente pode ser usado por Deus para desenvolver o amor e interesse de uns para com os outros. Enquanto você só ajuda os outros, parece que os outros nunca têm nada a lhe oferecer. Nunca têm a oportunidade de expressar o quanto o ama. No momento em que você  se mostra necessitado, abre uma porta para quem deseja expressar-lhe seu amor e consideração.
– Faz-nos valorizar, ainda mais, a nossa comunhão com Cristo e com a Sua Igreja (Rm 8.18: 2 Co 4.17). “O aço mais excelente é o que vai no forno de mais elevada temperatura”.
–  Precisamos  saber que o nosso sofrimento está estimulando alguém a orar e a falar sobre o evangelho de Cristo ([2]).
Além de sermos encorajados “pela provisão do Espírito de Jesus Cristo” ([3]); estamos certos de que “segundo a minha ardente expectativa e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a ousadia, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” ([4]). 
Enquanto concentramos nosso pensamento nas circunstâncias, ou nas pessoas que nos rodeiam, sentimo-nos completamente desamparados e tristes. Mas quando levantamos os nossos olhos para Aquele que nos dá esperança, então somos encorajados a deixar o pecado e  firmar a nossa fé em Cristo Jesus. Apenas nEle encontramos esperança para a nossa alma aflita e angustiada. 
Há uma  preocupação excessiva em se  livrar de todo tipo de  sofrimento, ainda que para isso  seja necessário desconsiderar a “boa, perfeita e agradável vontade de Deus”.  É o hedonismo religioso. Ou seja, a busca do prazer e  evitar-se a dor. O que importa é a saúde perfeita... É a prosperidade nos negócios, e livrar-se de  todo sofrimento...
Paulo, ao contrário,  alegrou-se com a preciosidade da graça de Deus. Paulo pôde entender que nada lhe bastaria; nenhuma bênção,  física ou material,  poderia lhe satisfazer completamente; somente  a graça de Cristo. Na verdade, Paulo não recebeu, absolutamente, NADA do que pedira a Deus. Mas recebeu TUDO que precisava: A graça de Deus! Paulo agora podia dizer como o salmista: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” ([5]).
Precisamos pensar no grande exemplo de Jó. Sem dúvida, o maior exemplo bíblico da soberania de Deus no sofrimento humano ([6]).
Em meio à tribulação, Jó  expressa sua convicção na soberania de Deus, seu louvor e adoração a Deus: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra.  Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus.  Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim” ([7]).
Pr. Vanderlei Faria –  pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
[1] 1 Co 15.57
[2] Fl 1:14-19
[3] Fl 1.19
[4] Fl 1.20-21
[5] Sl 23.4
[6] Jó 1:6-11
[7] Jó 19:25-27
Nenhum comentário:
Postar um comentário