Os discípulos de Jesus já haviam presenciado dois grandes milagres realizados por Jesus sobre a multiplicação de pães. Além, é claro, de muitos outros sinais e maravilhas operados  pelo poder do Senhor. Ainda estavam com as barrigas cheias dos pães que  comeram horas  antes. Não havia sequer tempo suficiente  para  a  digestão do último farto  banquete que  haviam participado sob o controle absoluto do divino Mestre.
Apenas acabaram de embarcar  a fim de  atravessarem para o outro lado daquela região onde Deus lhes dera o suprimento necessário, no tempo certo, e já  começavam a se preocupar com a próxima refeição, alegando não terem a provisão adequada e suficiente  para todos... Quanta incredulidade! –  pensamos nós.
Porém, precisamos considerar que aqueles homens eram nossos representantes; basta refletirmos um pouco em nossas   atitudes em circunstâncias semelhantes. Jesus os conduziu à reflexão  e entendimento através  de  dez (conforme Mc 8. 14-21,  na tradução Almeida Século 21) perguntas cruciais:
_ “Por que discutis por não terdes pão?
_ Ainda não compreendeis?
_ Não  entendeis?
_ O vosso coração está endurecido?
_ Tendes olhos e não vedes?
_ Tendes ouvido e não ouvis?
_ Não vos lembrais?
_ Quando parti os cinco pães para os  cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?
_ E quando parti  os pães  para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços  recolhestes?
_ Não entendeis ainda?”
Ou seja, Jesus os questionou a respeito de  todas as experiências anteriores mais recentes, nas quais Ele supriu todas as suas necessidades, procurando desenvolver-lhes  a fé e a confiança nEle. Era como se o Senhor  lhes  falasse: “Será  que vocês não conseguem perceber que EU SOU tudo o que precisam? 
Não entendem que não precisam ficar ansiosos e temerosos  pelo que  há de acontecer, se confiarem em mim, ou se depositarem em mim todas as suas preocupações e ansiedades? Vocês ainda não conseguem  compreender que EU SOU suficientemente capaz de cuidar de você? O coração de vocês é tão duro e seus olhos estão fechados para compreenderem as coisas maravilhosas que eu lhes  tenho proporcionado? 
Vocês estão surdos, cegos e lerdos a ponto de  não se darem conta de que  EU SOU DEUS, O SENHOR? Até quando vocês vão continuar com essa falta de  percepção espiritual? Acordem, deixem de incredulidade e dureza de coração, confiem em mim!” Será que estas exortações não nos dizem respeito também?  O Senhor  prometeu estar conosco todos os dias, sempre, até o final dos séculos.
Isto é, Ele disse que jamais estaríamos  à deriva, sem rumo,  sem os Seus cuidados ternos. E se Ele está conosco de fato,  por que  ficamos tão  assoberbados, confusos e desesperados diante dos obstáculos e problemas  com os quais nos deparamos cotidianamente? Por que não confiamos a Ele a nossa ansiedade, na certeza de que Ele  cuida de nós? Como escreveu mais tarde o apóstolo Pedro, um daqueles ansiosos  companheiros de jornada do Senhor: “Portanto, humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que  ele a seu tempo vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, pois ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.6-7).
Hoje,  cada dia,  desde o amanhecer, ao me deparar com os problemas da vida, sou desafiado a me lembrar  de Jesus e crer que não estou só, jamais. E que tudo quanto me  acontece está  rigorosamente  sob o controle divino. Ele não me abandona a mercê das ondas e dos vendavais da vida sem me conduzir e me suprir convenientemente.
Ele é fiel, embora eu seja infiel para com Ele. Ele  não falha, jamais; embora eu seja tão propenso a falhar com Ele. Ele não chega atrasado, mas também não Se apressa e não me  engana. Ele tem o controle do tempo e de nossas vidas. NEle podemos confiar inteiramente, porque Ele é Deus presente, o nosso Emanuel, Deus conosco, sempre e eternamente. Amém.
 Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
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