quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A PERSEVERANÇA NA ORAÇÃO

Houve uma noite em que acordei às 3,00h. devido a um intenso barulho provocado por trabalhadores de um abatedouro de frangos ao lado de minha casa. Não conseguindo mais dormir, fiquei questionando o incidente, relacionando-o com a vida cristã: O que levaria as pessoas a passarem uma noite em claro, trabalhando com tanta determinação? Quais seriam as motivações que as mantinham alertas e entusiasmadas até ao romper da manhã? E o que tudo isto tem a ver com a nossa situação eclesiástica?

O Livro de Atos nos apresenta a história da igreja nos seus primeiros passos. E tudo começou com a oração: “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1.14). Então houve a manifestação do Espírito, no Pentecostes, resultando na salvação de muitas vidas, num processo contínuo: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações... louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2:41, 42, 47).


Quando o povo de Deus ora confiantemente e vive a verdadeira vida cristã, na comunhão do Espírito Santo, o próprio Senhor toma a iniciativa de apresentar à Igreja as pessoas destinadas à salvação. Como o mesmo escritor nos informa mais à frente: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região... Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (At 13.48, 49, 52).


No caso de Cornélio, Deus trabalhou com Pedro. O Espírito Santo guiou-o até à casa de Cornélio e fê-lo transmitir a Palavra de Salvação. Enquanto o Espírito Santo atuava na vida de um perdido, ia, ao mesmo tempo, preparando um salvo para ser o mensageiro da Palavra. Mas não podemos deixar de observar que tudo aconteceu em meio à oração, tanto de Pedro como de Cornélio, embora este ainda não fosse salvo. O texto nos mostra Deus efetivando a salvação à família de um homem que O buscava com toda a sinceridade de seu coração: “Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus... Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus” (At 10:1, 2, 4).

Ou seja, as suas orações e o seu desprendimento material foram aceitos diante de Deus. Deus se agradara de seu culto sincero, mesmo antes de conhecer a Jesus como seu único Salvador e Senhor. Havia em seu coração o desejo de ser salvo, ter segurança da vida eterna, e Deus lhe concedeu essa graça.

É certo que a salvação é dom de Deus, operada pelo Espírito Santo, através da fé. Ninguém é salvo por seus próprios méritos e vontade; porém, de uma forma maravilhosa, a salvação vem àqueles que são movidos pelo próprio Espírito a buscá-la com fé em oração. Os eleitos de Deus são movidos pelo Espírito de Deus a buscá-Lo em oração.

Por outro lado, o texto nos diz que o apóstolo Pedro se dirigia para a oração, quando teve uma visão celestial determinando qual deveria ser a sua atividade naquela noite: “No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar” (At 10:9). Antes, porém, de recolher-se em oração, Deus mostrou-lhe o que deveria fazer. A Bíblia não diz quais seriam os pedidos que Pedro intencionava fazer ao Senhor, mas apenas a resposta da orientação e direção que precisava.

Assim como o Espírito atuou no caso da igreja primitiva, cremos, continua atuando hoje. Quanto mais pessoas salvas se disponham a servir, obedecer, deixar que o Espírito atue em suas vidas, mais pessoas serão apresentadas para ouvir a mensagem de salvação. Embora, primeiramente, seja obra do Espírito Santo o acrescentar vidas à Igreja, isso não nos isenta de nossa responsabilidade em proporcionar as condições favoráveis e adequadas para a salvação dos perdidos. E não apenas em ficarmos esperando que eles nos procurem a fim de serem recepcionados.

Paulo nos diz de sua intensa preocupação e responsabilidade para com aqueles que se acham distantes da salvação: “Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rm 1.14). Sua atitude não recomenda o comodismo e conformismo, mas a ação vibrante e destemida de quem sai ao encontro do náufrago; ou a atitude do bombeiro em busca do ferido e perdido num grande incêndio. Poderá o Senhor nos acrescentar tantas vidas como na experiência daquela Igreja? Ou, pelo menos, na mesma proporção? Como o Senhor é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e Seu poder continua operando em nós, podemos concluir que sim; desde que haja de nossa parte as condições favoráveis para tal manifestação gloriosa do poder de Deus. Ou seja, oração e consagração total de nossas vidas a Ele.

Pr. Vanderlei Faria
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