segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ELEIÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO

“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade” (2 Tm 2.24-26).

Uma das principais objeções – senão a principal objeção – feita à doutrina da eleição fica por conta do ensino do livre-arbítrio. Muitos indagam se é possível falar de eleição sem que o ensino do livre-arbítrio sofra algum prejuízo. Semelhante às indagações já levantadas e abordadas anteriormente, esta também é legítima e merece nossa atenção, pois a indevida compreensão pode levar-nos a pensar – como muitos já pensaram – que o homem é reduzido a uma marionete nas mãos de Deus ou a algo programado, como um robô.

O livre-arbítrio é o termo usado para descrever “a crença de que a vontade humana tem um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas” (WRIGHT, R. K. Mc Gregor. A Soberania Banida: Redenção para a Cultura Pós-moderna. São Paulo: Cultura Cristã, 1998. p. 47). Aplicando ao nosso contexto, significa dizer “que a vontade do homem é ‘livre’ para escolher, ou a palavra de Deus, ou a palavra de Satanás” (SPENCER, D. E. TULIP: Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras. São Paulo: Parakletos, 2000. p. 15).

O quadro é semelhante ao que, recentemente, assisti com meus filhos no desenho animado “Tom & Jerry”. Tom é um gato que deseja capturar Jerry para almoçá-lo. Jerry é um rato implicante que faz todo tipo de coisas para aborrecer Tom. Num determinado momento, Jerry sofre um acidente, então, ele passa a ser uma presa fácil para Tom. Mas, incrivelmente, Tom não quer capturá-lo naquela condição; ele não quer nada fácil. Surge-lhe, então, a dúvida: almoçá-lo ou não? Imediatamente, surgem dois outros personagens na estória: um anjo, que procura aliviar a barra do pobre ratinho indefeso, e um demônio, que incita-lhe a aproveitar aquela chance e fazer o que ele sempre quis. E assim, um interpela o outro para convencer Tom a fazer aquilo para o qual foram enviados.

Acredito que essa estória descreve bem o pensamento que algumas pessoas têm sobre a condição do homem enquanto ouve o evangelho: de um lado está o Espírito Santo – tentando convencê-lo a crer em Jesus – e do outro o Diabo – tentando convencê-lo a rejeitar Jesus –, ambos, de igual para igual.

O que está implícito em tais palavras? Será este o ensino da palavra de Deus? Há algum texto que nos possibilite pensar nessas coisas como sendo a verdade, e que, portanto, deve ser crida?
Neste pensamento está implícito a idéia de que o homem está ladeado por Deus e o Diabo, e que ele deve escolher entre um e outro – “com a mesma facilidade entre alternativas” –, como se sua vontade não estivesse subjugada a nada – como no desenho animado que assisti recentemente com meus filhos; está implícita a idéia de um Deus que está em pé de igualdade com o Diabo, esperando que o homem – o dono da situação – lhe dê uma chance de mostrar-lhe o que ele pode fazer. Mas o que diz a Bíblia? Qual a condição real do homem? Ele é livre? Deus está em pé de igualdade com o Diabo? Deus precisa de uma chance?

Em nosso texto, tomamos conhecimento de que Timóteo estava sofrendo muitas aflições em seu ministério. Por isso, Paulo lhe escreveu para encorajá-lo no exercício do ministério; para que a palavra pregada causasse toda sorte de mudanças na vida dos seus ouvintes. Como sabemos, ela nunca volta vazia.

Paulo afirma que não adiantaria contendas ou qualquer coisa parecida. Timóteo deveria “ser brando para com todos, apto para instruir, paciente”, sem que isso significasse frouxidão ministerial de sua parte, pois ele deveria, também, disciplinar “com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez”. Em outras palavras, a razão para tal oposição era resultado de uma mente cativa ao Diabo (“livrando-se eles dos laços do Diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem sua vontade”), ou seja, o homem fazendo a vontade do Diabo; o homem rendendo-se, naturalmente, à vontade do Diabo; o homem cativo ao Diabo. Não era uma questão a ser resolvida no “mundo das idéias”, uma questão filosófica, ou de semântica, antes, era uma questão espiritual. Por estar preso ao Diabo, o homem é insensato e precisa retornar à sensatez.

O que acabo de lhes afirmar pode ser provado por outros textos da Escritura. Lemos:
“a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19), e “todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34).

Em outro lugar lemos:
“porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.4,5). E ainda, “vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).

Qual é, então, a condição do homem? Está ele, realmente, livre para fazer suas escolhas? A Bíblia diz que os homens amam mais as trevas do que a luz e praticam toda espécie de mal contra Deus; a Bíblia diz que o homem, por seu pecado, está escravizado; a Bíblia diz que quando o Espírito Santo opera no coração de um pecador ele o livra do cativeiro do Diabo e o leva a ser cativo a Cristo; ele nos tira das trevas e nos transporta para a luz. O viver do homem sem Cristo é um viver “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.2,3).

Mas o redimido, aquele que arrependeu-se de seus pecados e creu na suficiência da cruz de Cristo, foi resgatado do seu “fútil procedimento” (1 Pe 1.18); foi resgatado do cativeiro do pecado e passou a estar cativo a Cristo. Ou seja, nem mesmo depois de sermos salvos por Jesus, estamos livres naquela mesma condição de Tom, no desenho animado. Pois, se antes fazíamos o que agradava o príncipe das trevas, agora fazemos o que agrada a Jesus Cristo, nosso Senhor. Não nos foi dado carta de alforria. Somos servos de Jesus. Isto é o que a Bíblia chama de viver na luz. Nossa vontade deve ser submissa à vontade do Senhor.
Acredito que algumas coisas precisam ficar claras, pois é um assunto muito sério, e é meu dever esclarecê-las.

1. A eleição não anula a responsabilidade humana, como pensam alguns
Não há como negar que o homem tenha vontade. Ele foi criado um ser que pensa, que pondera, que raciocina. Isto está muito claro. A Bíblia diz que o homem tem escolhas a fazer e Deus requer que suas escolhas sejam corretas. O fato é que ele não pode realizá-las corretamente, pois até seus pensamentos – incluindo a vontade – foram atingidos do pelo pecado. Portanto, o homem possui arbítrio – ou vontade, como queiram –, mas ele não é livre. Suas escolhas serão sempre condicionadas por Deus ou pelo Diabo. Ele é cativo do Diabo ou de Cristo. Sua posição não é cômoda para escolher entre alternativas, como ensina o princípio do livre-arbítrio.
Alguém pode indagar: Deus, então, não tem o direito de obrigar o homem crer, nem de condená-lo se ele não crer, se sua vontade não é livre para agir como bem lhe parecer. Se tudo depende de Deus, poderá ele cobrar dos homens no juízo final?

Isto é como dizer que o cleptomaníaco não deve ser responsável pelo roubo, nem deve ser punido quando apanhado, porque ele não pode ajudar-se a si mesmo. É como afirmar que o maníaco sexual não deve ser responsabilizado por estuprar sua esposa ou molestar sexualmente sua filha, nem pode ser punido por isso, porque não pode controlar-se! Esta pode até ser a opinião de alguns “tipos bonzinhos de pessoas”, mas não é a posição de Deus!
O homem age conforme as suas inclinações. Quais são suas inclinações? Ele faz o bem naturalmente? Ele honra a Deus naturalmente? Ele é aceitável a Deus naturalmente? Não! A Bíblia diz:

“não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer ... não há temor de Deus diante dos seus olhos” (Rm 3.10-12, 18).

Alguém pode sugerir: o senhor está dizendo que Deus é o responsável pelas vidas estarem no inferno? Não! Não estou sugerindo. Deus a ninguém manda para o inferno. Na verdade, os homens vão para o inferno porque querem, porque usaram seu arbítrio para pecar contra Deus. O que Deus faz é salvar alguns para a glória do seu nome – não me perguntem seu critério ou o por quê disso. O fato é que ele agiu assim, e o fez sem ferir sua santidade e justiça.
O homem é responsável diante de Deus e é impossível salvar-se a si mesmo. A Deus, entretanto, tudo é possível. A verdade é que, se Deus não intervisse, quem se salvaria? O homem tem vontade. Esta é uma verdade inegável. Mas daí a dizer que ela é livre, compromete não apenas a Deus, colocando-o em pé de igualdade com o Diabo – o que seria humilhante para o Deus que não dá sua glória a outro –, mas nega textos claros que mostram que o homem é escravo do pecado e sua mente está cativa de Satanás, buscando sempre fazer o que suas inclinações carnais pedem: pecar, pecar e pecar.

2. O livre-arbítrio anula o valor da oração pelos pecadores não-regenerados
Um aspecto muito importante, e que tem implicações na vida prática, é que se o livre-arbítrio é uma verdade incontestável, para que orar? Se a estória de Tom & Jerry é a descrição da realidade, ou seja, se o homem está na cômoda posição para escolher entre Deus e o Diabo, sem qualquer influência, então para que orar, já que em última instância depende unicamente do homem?

Como lhes disse certa vez, de vez em quando deparo-me com pessoas que afirmam não mais ter ânimo para orar em favor de uma pessoa, pois, como dizem, “ela tem um coração muito duro”. Bem, que o coração do homem sem Cristo é muito duro é uma verdade incontestável, pois a Bíblia diz que chegaria o tempo quando Deus trocaria corações de pedra por corações de carne. A pedra, realmente, é dura. Mas quando uma pessoa não mais se dispõe a orar por uma pessoa que possui “um coração muito duro”, não será porque ela pense que a condição de escolha do homem é semelhante a de Tom? Será que não está implícito que bastaria ele querer e as coisas se resolveriam? Será que por detrás disso não está a falsa idéia de que o homem é livre, portanto não subjugado a nada? Que ele “tem um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas”? Mas, o que diz a Bíblia? Será que existe, verdadeiramente, alternativas?
A Bíblia diz que a condição do homem não é nada cômoda. Ele é escravo do pecado; está cativo no reino das trevas. Portanto, não é livre. Quando compreendemos o real estado do homem, podemos aplicar o remédio certo para sua situação. Ao invés de deixarmos o homem por sua própria conta, achando que sua condição é bastante cômoda, tomamos a medida de orar por ele, pois sabemos que se o Santo Espírito não operar em seu coração, quem poderá atender o chamado do evangelho? Por que oramos pelos pecadores? Porque sabemos que somente Deus pode arrancá-lo do cativeiro de Satanás e devolvê-lo à sensatez. Se ao homem for deixado escolher, sem a operação do Espírito, ele nunca atenderá o chamado do evangelho. Se ele é livre, abandonemos o caminho da oração, pois não vale a pena orar.

3. Apenas mediante a operação do Espírito Santo pode um homem ir a Cristo
Este aspecto, por si só, já é suficiente para afirmar que o livre-arbítrio é uma falácia, a não ser que creiamos que o homem pode ir a Cristo sem a obra do Espírito Santo. Entretanto, me recuso a acreditar que haja alguém em nosso meio que creia que o homem pode ir a Cristo sem a operação do Espírito Santo.
Se oramos para que o Espírito opere no coração do homem é porque, sem a obra ele jamais crerá. Se ele depende do Espírito Santo, ele depende, e se depende já não é livre, pois alguém que depende não é livre.

Este aspecto acaba respondendo uma outra dúvida que muitos têm. Alguns dizem que, ainda que uma pessoa creia, não será salva se não tiver sido eleita. Mas devo dizer que aqui encontra-se mais um dos muitos absurdos quando o assunto é eleição. Digo ser um absurdo porque a “fé é um dom de Deus” (Ef 2.8,9), não está nos domínios do homem; não se trata de algo adormecido que deve ser acordado, como muitos pensam, “porque a fé não é de todos”“... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (v. 48). Creio que o texto é suficientemente claro. (2 Ts 3.2), mas algo dado por Deus. Para ser claro, a fé é um fruto da eleição. Deixe-me tentar provar isso. Escrevendo o livro de Atos, Lucas descreveu o episódio ocorrido em Antioquia da Pisídia, quando Paulo lhes pregou o evangelho na sinagoga (13.44-52). Havia muitos invejosos, blasfemadores e contradizentes no meio da multidão, mas, apesar disso, alguns creram. Lucas escreveu:

Não há o que o homem possa fazer para se tornar aceitável a Deus. Realmente, somos impotentes. Certamente, estas minhas palavras estão tirando o assoalho de debaixo de nossos pés. Mas é necessário colocarmos o verdadeiro fundamento de todas as coisas as coisas: Jesus Cristo. Através dele é que precisamos andar. Somente assim seremos aceitáveis a Deus. A devida compreensão dessas coisas excluirá de nossos corações toda sorte de orgulho e promoverá “humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus, e ativa imitação de sua livre misericórdia” (CBNH, Capítulo IX).

Irmãos, aqui cabe bem as palavras de João, o batista, em relação a Jesus: “convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Este tipo de pregação tem como objetivo esclarecer que nada somos e que precisamos de Deus. Sem sua obra em nossos corações, quantos de nós teríamos crido? Você teria crido? Eu não teria, certamente.

O homem não é livre como se propaga. Não se duvida que ele faz escolhas, mas sempre são condicionadas. Sem Cristo, o homem busca fazer o que lhe agrada e afronta a Deus. Com Cristo, o homem busca fazer o que honra a Deus, pois teve seu coração mudado e, voluntariamente, buscou a Cristo, assim como sem a mudança do coração, voluntariamente, ele obedecia o seu senhor, o pecado. Lembrem de suas vidas antes e depois de Cristo!

Irmãos, pensem em uma gata. Que limpa criatura é! É interessante vê-la lavar o próprio corpo com a língua e as patas. Você, porventura, já viu uma porca fazer o mesmo? Nunca viu nem verá, pois isso é contrário à sua natureza. Ela prefere focinhar na lama. Ensine uma porca a lavar-se e a limpar-se como a gata - tarefa inútil. Você poderá lavar à força aquela porca; ela porém, voltará para a lama e sairá dali tão imunda como antes. O único modo pelo qual você poderá conseguir fazer com que uma porca se lave voluntariamente seria transformá-la numa gata. Suponha que tal transformação se realize; então, aquilo que parecia difícil ou impossível tornar-se-á fácil e espontâneo.

Assim é com o ímpio. Você não poderá forçá-lo a ser santo, pois não tem como sê-lo; sua natureza o conduz para outro caminho. Todavia, quando o Senhor fizer dele um novo homem, então tudo será espontaneamente diferente. A nova natureza busca a santidade tão espontaneamente como a velha corre atrás da iniqüidade. É uma questão de natureza.
O que diz a Bíblia sobre a natureza humana? Ela é boa? Não! Ele faz, voluntariamente, o que agrada a Deus? Não! Ela se inclina para as coisas que Deus exige? Não! A natureza humana, quando não-regenerada, comete toda sorte de insultos contra Deus porque foram feitos cativos para cumprirem a vontade de Satanás. Isto é ser livre? Não!

Irmãos, não estou negando que temos vontade. Seria loucura de minha parte fazer tal afirmação diante de tantos ensinamentos claros da Bíblia. Mas onde podemos encontrar qualquer sugestão de que somos livres? Que temos “um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas”?

Desejo encerrar. Mas, permitam-me contar uma última história que li recentemente.
“Todas as noites, quando o guru se sentava para o culto ao seu deus, o gato de Ashram (comunidade onde o guru vivia com os seus discípulos) costumava caminhar pelo salão e assim distraía os adoradores. Por isto, o guru pediu que durante o culto da noite o gato fosse amarrado do lado de fora, em frente à porta.

Após a morte do guru, o gato continuou a ser amarrado em frente à porta durante o culto da noite. E, quando o gato finalmente morreu, outro gato foi levado ao Ashram para que fosse amarrado, de acordo com as regras apropriadas, durante o culto da noite. Séculos mais tarde, os seguidores do guru escreveram longas e detalhadas teses sobre o papel importante de um gato naquele culto.
Todo aquele que não se curvava diante do gato na entrada já era considerado pecador. E se alguém ousasse questionar a importância do gato para a correta adoração era queimado como herege” (DOUGLASS, K. Celebrando o Amor de Deus. Curitiba: Esperança, 2000. p. 8).
Irmãos, o que primeiro foi uma medida de cautela para favorecer o ambiente daquele culto pagão, tornou-se uma tradição crida e defendida.

Talvez eu me enquadre perfeitamente na lista dos que ousam “questionar a importância do gato para a correta adoração”; alguns podem até me taxar de herege que deve ser apedrejado ou queimado em praça pública. Nada me importa, se ao menos Deus lhes abrir os olhos para verem o que a Bíblia ensina-nos, ainda que se oponha frontalmente à nossa tradição, ao que sempre cremos e defendemos, e à filosofia do mundo.

Postado por Paulo César Valle às 08:37 0 comentários
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