segunda-feira, 29 de outubro de 2012

AS TURBULÊNCIAS DA VIDA


Quando enfrento as turbulências da vida, sofrimentos, e, principalmente, quando penso na maneira correta do cristão enfrentá-los, não posso deixar de refletir no exemplo do apóstolo Paulo. Especialmente como Deus fez uso de seu sofrimento para abençoar a tantos, desde os seus dias até hoje, e até quando existir o mundo. Na segunda carta aos Coríntios, Paulo fala exaustivamente sobre o sofrimento, tendo  sua própria experiência como base para nos encorajar e nos confortar. E logo no primeiro capítulo (v.3-5),  Paulo nos afirma que somos consolados em toda tribulação. Mas não sem um propósito definido. Deus quer que sejamos portadores de bênçãos, repassando a consolação que recebemos.  Logo, fica evidente que Deus nos dá o sofrimento a fim de  trabalhar conosco, dando-nos o consolo. E, ao mesmo tempo, nos mostrando que precisamos repassar as bênçãos recebidas.

Paulo nos ensina, assim (especialmente ao longo dessa carta), que precisamos olhar para trás. Ou seja, olhar para trás não para ficar nos lamentando do que fizemos, ou do que fizeram conosco – culpando a Deus e o mundo, como fizeram os israelitas no deserto, murmurando contra  Deus e contra Moisés. Mas Paulo nos ensina a olhar para trás no sentido de confiar que, assim como Deus honrou Sua palavra no passado com aqueles que Lhe foram fiéis, Ele há confirmar em nós as Suas promessas; como, também, precisamos atentar para os exemplos de Cristo e os do próprio apóstolo Paulo. Assim, podemos  considerar os sofrimentos e aflições dos que nos  antecederam, e as consolações  que receberam como uma forma  de bênção que Deus nos concedeu pelos exemplos que nos foram legados.

Mas precisamos, também,  olhar para frente, quando sofremos, primeiro pela expectativa  das confirmações das promessas divinas aos que crêem. Além disso, precisamos olhar para frente pensando nas pessoas que caminham conosco, ou aquelas que estão nos observando, ainda que à distância, bem como pensando naqueles que   hão de nos suceder na propagação do evangelho de Cristo. O que eles estão tirando de exemplo  de nossas vidas  para lhes servir de encorajamento, consolação e edificação diante das lutas da vida? Eles precisam olhar para nós como exemplos de quem  permaneceu firme até o fim da jornada (1Co 15.58).

Portanto, precisamos considerar:  Que exemplo de vida de fé  estou deixando para os meus queridos a quem tanto amo? Qual o encorajamento e estímulo minha vida há de ser para os que estão olhando fixamente para mim? Não posso deixar que eles falem no futuro a meu respeito como se disse no passado a respeito de outros: “Os nossos olhos ainda desfalecem, esperando vão socorro; temos olhado das vigias para um povo que não pode livrar” (Lm 4.17). Ao contrário, preciso ser-lhes um exemplo positivo. E como isso nos é custoso e tremendamente importante e desafiante! Paulo fala do sofrimento como uma  manifestação da graça de Deus em nosso favor:

_ “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica;  e que em nada estais intimidados pelos adversários. Pois o que é para eles prova evidente de perdição é, para vós outros, de salvação, e isto da parte de Deus.  Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele,  pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu” (Fl 1.27-30).


Pr. Vanderlei Faria

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