_ “De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze... Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”  (Mt 1:17,21).
As pessoas, cujos nomes  constam nesta genealogia, sem dúvida alguma, são nossas representantes. Deus, em Sua infinita graça, agradou-se delas, dando-lhes a honra de terem seus nomes na genealogia de Jesus. Elas sintetizam a nossa natureza pecaminosa. E nos fazem entender porque Jesus Cristo considerava-se "O Filho do Homem".  Porque Ele, assumindo a  natureza humana, tornou-se nosso único e suficiente  representante diante do Pai. Por isso, dizemos que Ele é nosso único Senhor, Salvador e Mediador. O milagre aconteceu na vida dessas pessoas, tanto pelo fato de que Deus as socorreu em suas tribulações, como, também, porque Deus lhes deu  a honra de terem seus nomes  registrados nas páginas sagradas. E todos os que lerem esta estória hão de constatar que somente um milagre poderia mudar o destino dessas vidas e dar-lhes um nome com dignidade. E foi o que aconteceu, Deus transformou  a tragédia em glória! Deus transforma o lixo em luxo, através de Jesus Cristo,  O Maior Milagre do Mundo! Porém, O  Maior Milagre do Mundo  acontece em nossas vidas, não por termos nossos nomes arrolados na Bíblia Sagrada, mas porque o nosso nome está arrolado nos céus, no Livro da Vida. Portanto, pensemos mais especificamente em que sentido podemos dizer que Jesus é O Maior Milagre do Mundo:
Jesus, o  milagre da graça de Deus
_ Graça (caris), inclui a idéia de alegria e gozo; brilho e beleza, encanto. A  graça está relacionada com os nossos pecados. Mas a  misericórdia está associada à nossa miséria. Aponta  para  as miseráveis conseqüências dos nossos pecados. Misericórdia  é uma  simpatia interna, acompanhada de atos externos.  Graça e misericórdia se relacionam:
_ A graça é Deus NOS dando  aquilo que não merecemos: “Porque pela graça sois  salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós. É dom de Deus”  (Ef 2.8).
_ A misericórdia é  Deus NÃO  nos dando aquilo que merecemos: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito  de Deus  é a vida eterna em Cristo  Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23).
Graça que se manifestou na vida do  agressivo e sanguinário Saulo de Tarso, transformando-o no  grande Apóstolo aos gentios... Naquela experiência fantástica de seu encontro com Jesus no caminho  para Damasco, quando ouviu do próprio Senhor: “Saulo, Saulo, por que me persegues?  Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues...” (At  9.4-5). Paulo relata, em Rm 7.7-25, sua dramática experiência, ao ser confrontado com a seriedade da Lei de Deus e a sua pecaminosidade. Paulo, então, chegou ao auge do desespero ao afirmar:  “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo  desta morte?” (Rm 7.24).  Então, como que caindo em si, reconheceu a grandiosidade da graça: “Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor!”  (v.25). Posteriormente ele vai confirmar esse entendimento  da graça, reconhecendo-se como o principal dos pecadores (1 Tm 1.15-16).
É interessante observarmos o valor que a Bíblia dá ao crente comum. Paulo, através de suas cartas, menciona  vários nomes de pessoas comuns, as quais foram sumamente importantes no exercício de seu ministério. Recentemente fui profundamente impactado com as lições que Deus me concedeu, quando refletia sobre  a lista dos trabalhadores que voltaram do cativeiro babilônico com a incumbência e o propósito de reconstruírem o templo de Jerusalém.  Quando lia os nomes daquela lista de Esdras, 2, associando-os com a ordem que o Senhor deu a Moisés no livro de Números –   "No segundo ano após a saída do filhos de Israel do Egito, no primeiro dia do segundo mês, falou o Senhor a Moisés, no deserto do Sinai, na tenda da congregação dizendo: Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas  famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça..." (Nm 1.1-2) –   fiquei a pensar na razão daquela referência. Lendo o rodapé da Bíblia de Estudo de Genebra sobre o referido texto, descobri três grandes lições:
1a –  O Senhor conhece pessoalmente o Seu povo.  A aliança do Senhor com Seu povo é um laço de amizade íntima. Por isso o Senhor falou através do profeta Oséias de maneira tão especial: "Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença... Todavia, eu ensinei a andar Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atraí-os com  cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei  para dar-lhes de comer" (Os 11.1-4).
2a – Pessoas comuns são importantes na execução dos propósitos divinos.  O nosso trabalho não é vão no Senhor (I Co 15.58). Não somente os líderes são importantes na obra de Deus, mas, também, as pessoas comuns, simples, são úteis e importantes para Deus.
3a – O Senhor deseja que Seu povo trabalhe em comunidade, em harmonia de propósito. Deus quer que vivamos em união. Da mesma forma, podemos perceber, através da genealogia de Jesus, a revelação do infinito amor de Deus manifestado através de gente comum como todos nós.  Sem méritos humanos, cheias de conflitos pessoais. Gente injustiçada, desprezada, abandonada, derrotada e  humilhada. Gente simples, humilde, transformada pelo MAIOR MILAGRE DO MUNDO. Em Cristo, todos nos tornamos válidos, úteis. Ninguém é inferior, inválido ou desprezível aos olhos de Deus. Somos importantes para Deus, porque Ele mesmo nos fez  à Sua imagem e semelhança. E nada que Deus criou é inútil, ou sem importância. Nem mesmo uma lista com nomes de pessoas insignificantes, aos olhos humanos, como nessa genealogia, é desprezada e desvalorizada na Palavra  de Deus.
Todos nós somos úteis para  a execução da obra de Deus. Ninguém deve considerar-se inútil, sem valor. Porque Deus mesmo nos concede dons para o exercício do Seu ministério. Deus tem propósitos específicos para cada um de nós. Ninguém precisa sentir-se rejeitado, discriminado, porque Deus cuida de cada um  de nós com amor eterno. Nenhum dos eleitos de Deus é inválido, ou descartável, para Ele. Porque Ele tem cuidado de nós. Esse texto nos mostra que pessoas comuns também fazem parte do plano de Deus. Deus trabalha com gente comum, como eu e você! Deus nos conhece  intimamente. Ninguém é desconhecido, desprezado, ou está escondido  de Deus –  DEUS É O NOSSO PAI. Deus conhece a cada um de nós, intimamente, todos nós estamos diante dEle:  O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que  nele se refugiam" (Naum, 1.7). Fazemos parte do grande plano de Deus. Só nos resta receber, pela fé em Cristo Jesus, a garantia de nossa herança celestial. Se você ainda não tomou posse da salvação eterna, eu o convido a que  se renda agora mesmo ao Salvador. Garantindo assim a sua eterna salvação. Por outro lado, se você se acha desprezado, marginalizado, sem coragem de  encarar as pessoas pelo que elas pensam ou dizem a seu respeito; saiba, creia, Jesus quer alcançá-lo  com Seu grande e  sublime amor.
Jesus, o milagre da unidade na  diversidade
O  milagre da fraternidade cristã, evidenciada através da Igreja de Cristo na terra. Deus faz com que haja UNIDADE NA  DIVERSIDADE. Através das genealogias, Deus nos mostra que, desde o princípio, a Igreja, como corpo de Cristo, já estava estabelecida na mente de Deus. Por isso, Deus quer que vivamos unidos, em família. Porque pertencemos a Ele, somos, todos nós, interdependentes. Ninguém é uma ilha. Ninguém se basta a si mesmo. Todos nós somos dependentes uns dos outros, somos membros do corpo de Cristo –  A IGREJA.
Religião significa RELIGAR, UNIR, JUNTAR o que foi separado pelo pecado, pela queda do homem. E só Deus pode nos fazer voltar ao Seu aprisco, quando nos atinge com Seu grande amor. O homem precisa de ajuda para conseguir o verdadeiro arrependimento. Deus precisa começar (Lc 5.21). Não há esperança em outra parte senão em Deus, por meio de Jesus Cristo. E a nossa união, através do Corpo de Cristo, a Igreja do Senhor Jesus, é indispensável para a nossa edificação e crescimento espiritual. Os filhos de Corá assim se expressaram: 
_ “O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu!... Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva" (Sl 84.3, 5, 6).
Jesus, o milagre da soberania divina
Deus é soberano sobre tudo e sobre todos:
_ "De sorte que todas as gerações, desde  Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze"  (Mt 1.17).
O número sete na Bíblia caracteriza a perfeição divina. Com o número catorze poderíamos pensar em Alguém duplamente Perfeito e Santo. Três vezes catorze, dá-nos a idéia da Trindade de nosso Deus: Santo, Santo, Santo!  Ele é o nosso Único Mediador e Salvador.   "Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!" (Fl 4.20). O texto nos mostra que Jesus Cristo é o Senhor da história, é Senhor sobre a natureza física, e  sobre a natureza humana. Ele é soberano sobre tudo e sobre todos. Nada escapa ao Seu controle. Todas as gerações, passada, presente e futura, fazem parte de um plano perfeito, estabelecido desde a eternidade pela Trindade  divina (14>14<14). Como a Palavra de Deus nos confirma:  
_ "Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a  antiguidade , as coisas que ainda  não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade... Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei"  (Is 46.9,10,11 b).
Toda a história humana está sob o controle divino. Nada escapa  ao Seu decreto. Nada acontece por acaso, ou mesmo por "acidente". Deus jamais é surpreendido pela ação da natureza, ou pela atitude humana. Ele é quem determina a existência do bem e do mal: "Eu forma a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas" (Is 45.7).   Deus é Senhor. Jesus é Senhor. O Espírito Santo é Senhor!
_  "Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim" (Ap 21.6 a).
À medida em que conhecemos um pouco mais ao Senhor,  começamos a entender e aceitar os Seus propósitos. Passamos a entender melhor que nossas vidas, também, estão subordinadas à  soberania de Deus. Só então, podemos dizer como Jó:  "Bei sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado"  (Jó 42.2).  A compreensão da doutrina da soberania da graça de Deus, que adquirimos através da reflexão sincera  de Sua Palavra, nos proporciona um profundo conforto: passamos a perceber, através da nossa própria vivência, que somos parte ativa do grande propósito de Deus. E que jamais o Senhor permitirá que alguém interfira em Seus planos. Sua vida, amado irmão, faz parte dos decretos divinos. Isto é um milagre da graça de Deus!  Fazemos parte dos planos eternos que Deus mesmo estabeleceu em Sua majestade e sabedoria. Que o Senhor, portanto, o abençoe ricamente. FELIZ NATAL! Amém.
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