quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Natal, Tempo de Humildade e Fidelidade

_ “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)” (Mt 1:18-23).

Este texto fortalece a nossa convicção de que "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações... O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio" (Sl 46.1,11). Podemos confiar em Sua soberania sobre nossas vidas, e nos manter confiantes, "sempre firmes e constantes, sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor" (1 Co 15.58). Maria representa o cumprimento das promessas divinas (Is 7.14; 9.6-7; Mt 1.21-23; Gl 4.4-5). Promessas para todo aquele que se encontra discriminado, incompreendido e maltratado pelo mundo hostil. Aquele que reconhece, humildemente, que o Senhor Jesus é Deus conosco: "Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas" (Lc 1.37). Promessas as quais nos apropriamos, tomamos posse, quando agimos como Maria. Reconhecendo o senhorio de Jesus Cristo, arrependidos e contritos, nos entregamos submissos à Sua vontade: "Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra" (Lc 1.38).

Quando o anjo lhe comunica que seria gerado nela um filho, sendo ela ainda virgem, Maria expressa a humildade necessária àqueles que almejam experimentar a manifestação da graça divina. Não protesta contra os desígnios divinos. Nem mesmo procura defender sua reputação social. Apenas se queda humildemente diante da soberania do Senhor Jesus: "Eis aqui a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua vontade" (Lc 1.38). Mais tarde ela apontaria para a suficiência do Senhor Jesus na solução dos nossos problemas: "fazei tudo o que ele vos disser" (Jo 2.5 b). Humildade demonstrada 33 anos depois, diante da humilhação da cruz. Aos pés de Jesus ela recebia os dardos inflamados do maligno, compartilhando das aflições e zombaria que seu filho padecia ali na cruz. Identificava-se com Ele, na certeza de que aquela cruz não era dEle. Mas ela, Maria, era também alcançada pela graça divina por causa daquele sacrifício inocente. Padecia com Ele, como escreveu o apóstolo Paulo: "E, se somos filhos (de Deus), somos logo herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados" (Rm 8.17).

Maria não só acompanhou a Jesus na Sua glória, como nas Bodas de Caná, mas seguiu-O até à Cruz. Quando até o fato de ser "um deles" já era temeroso, o que afugentou a muitos dos seus companheiros de jornada. Jamais achou-se imaculada, santa. Pelo contrário, reconheceu sua condição humilde de serva (escrava) do Senhor Jesus: "A minha alma engrandece ao Senhor... porque contemplou na humildade da sua serva" (Lc 1.48). Diante do perigo e das ameaças, ela, por certo, se lembrava das palavras de Jesus: "E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo... Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus" (Mt 10.28;33). Junto à cruz, Maria não disfarça, não simula, não fica indiferente. Assim como em nossa prática diária, conhecemos os verdadeiros amigos nos momentos mais difíceis de nossa vida; os amigos do Senhor Jesus se revelam quando se achegam a Ele sem hesitação, sem constrangimentos. Junto à cruz do Senhor, na alegria ou na tristeza; em dia de festa ou do luto. Junto à cruz com humildade, submissão e coragem para testemunhar de Seu infinito amor por nós. Portanto, Maria, nos lembra JESUS, EMANUEL: DEUS CONOSCO; mas, também, a nossa urgente necessidade de buscá-Lo com humildade e fidelidade como nosso Senhor, Deus conosco. Que o Senhor nos abençoe a fim de que possamos tirar preciosas lições para o nosso viver diário desses exemplos.

Nenhum comentário: