Gn 32.9-12
Jacó, diante  do terrível desafio de encontrar-se com seu
desafeto, o irmão a quem  havia humilhado
e  tripudiado, o irmão de quem havia  usurpado a bênção  da primogenitura, “então, Jacó teve medo e
se perturbou”. Embora essa fosse uma promessa divina antes mesmo de seu
nascimento, não fora  essa a forma  estabelecida por Deus para ele adquirir tal
bênção. Com toda a certeza, Deus haveria de prover os meios e as condições  para que ele 
tomasse posse da promessa, e não por meio da desonestidade do tipo jeitinho
brasileiro. 
Tendo seu passado conturbado
diante de si, Jacó tremeu e temeu desesperadamente diante desse inevitável
compromisso. Se houvesse ao menos uma possibilidade de  não remoer o passado, certamente ele tudo
faria para seguir seu caminho sem ter que 
reencontrar seu irmão. Mas Deus estava trabalhando com  ele, de forma que não lhe  fora dada outra alternativa senão acertar as
contas com seu irmão. 
Sem outra alternativa, sentia-se
compungido e compelido àquele encontro. Não poderia  continuar na companhia indesejável de um
sogro tão trapaceiro e mau caráter quanto ele fora no passado. Além disso,  Deus mesmo lhe falara de maneira clara,
orientando-o para  voltar à sua  terra natal... Ele mesmo precisava resolver
uma questão que ficara pendente há vinte anos. Deus queria que ele  obtivesse o perdão de seu irmão, não queria
que eles mantivessem aquela inimizade para sempre, como não quer que Seus
filhos, em qualquer tempo, vivam em 
desarmonia e  animosidade. Eram
irmãos, precisavam se reencontrar, se acertar.
Há muitos cristãos que vivem uma
vida “normal”, sem se importarem com as 
causas pendentes em seus relacionamentos familiares ou sociais.  Vão atropelando a tudo e todos, deixando para
trás  parentes e irmãos feridos,
magoados, ressentidos com suas atitudes ríspidas, grosseiras e até desonestas.
Embora Deus os esteja abençoando, dando-lhes vitórias naquilo que fazem,
dando-lhes prosperidade e saúde; Deus ainda 
quer que haja um 
predisposição  daquele que O serve
para ir ao encontro daquele  a quem  feriu ou a quem magoou  no passado; alguém com quem teve algum tipo
de desentendimento. 
Se houve algum tipo de
estremecimento, alguma quebra no relacionamento, se  por algum motivo a amizade foi abalada, já
não se falam  com frequência, não se
comunicam e nem mesmo conseguem orar um pelo outro, então, há  necessidade de um acerto de contas. Deus quer
promover o reencontro, restaurar as amizades antigas, fazê-los superar o
passado, ainda que tenhamos que  arcar
com o prejuízo.
Vanderlei Faria
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