terça-feira, 2 de setembro de 2014

ENCONTRO MARCADO


Gn 32.9-12

Jacó, diante  do terrível desafio de encontrar-se com seu desafeto, o irmão a quem  havia humilhado e  tripudiado, o irmão de quem havia  usurpado a bênção  da primogenitura, “então, Jacó teve medo e se perturbou”. Embora essa fosse uma promessa divina antes mesmo de seu nascimento, não fora  essa a forma  estabelecida por Deus para ele adquirir tal bênção. Com toda a certeza, Deus haveria de prover os meios e as condições  para que ele  tomasse posse da promessa, e não por meio da desonestidade do tipo jeitinho brasileiro.


Tendo seu passado conturbado diante de si, Jacó tremeu e temeu desesperadamente diante desse inevitável compromisso. Se houvesse ao menos uma possibilidade de  não remoer o passado, certamente ele tudo faria para seguir seu caminho sem ter que  reencontrar seu irmão. Mas Deus estava trabalhando com  ele, de forma que não lhe  fora dada outra alternativa senão acertar as contas com seu irmão.


Sem outra alternativa, sentia-se compungido e compelido àquele encontro. Não poderia  continuar na companhia indesejável de um sogro tão trapaceiro e mau caráter quanto ele fora no passado. Além disso,  Deus mesmo lhe falara de maneira clara, orientando-o para  voltar à sua  terra natal... Ele mesmo precisava resolver uma questão que ficara pendente há vinte anos. Deus queria que ele  obtivesse o perdão de seu irmão, não queria que eles mantivessem aquela inimizade para sempre, como não quer que Seus filhos, em qualquer tempo, vivam em  desarmonia e  animosidade. Eram irmãos, precisavam se reencontrar, se acertar.


Há muitos cristãos que vivem uma vida “normal”, sem se importarem com as  causas pendentes em seus relacionamentos familiares ou sociais.  Vão atropelando a tudo e todos, deixando para trás  parentes e irmãos feridos, magoados, ressentidos com suas atitudes ríspidas, grosseiras e até desonestas. Embora Deus os esteja abençoando, dando-lhes vitórias naquilo que fazem, dando-lhes prosperidade e saúde; Deus ainda  quer que haja um  predisposição  daquele que O serve para ir ao encontro daquele  a quem  feriu ou a quem magoou  no passado; alguém com quem teve algum tipo de desentendimento.


Se houve algum tipo de estremecimento, alguma quebra no relacionamento, se  por algum motivo a amizade foi abalada, já não se falam  com frequência, não se comunicam e nem mesmo conseguem orar um pelo outro, então, há  necessidade de um acerto de contas. Deus quer promover o reencontro, restaurar as amizades antigas, fazê-los superar o passado, ainda que tenhamos que  arcar com o prejuízo.

 

 

Vanderlei Faria

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

Nenhum comentário: