Não
sou pastor para entrar em disputas, mas para somar, facilitar, ajudar, cooperar
e encorajar em amor. Não preciso disputar ministério ou cargo com ninguém. Cada
um tem o seu ministério para exercer com temor e tremor. Tem a sua vocação dada
por Deus, por graça, e não por mérito pessoal (1 Co 15.10). Somos o que somos
somente pela graça de Deus. Por esta razão, o ministério pastoral deve ser
exercido com graça, amor e misericórdia. Pastores que invejam, disputam, criam
animosidade, divisão, maledicência, discórdia
não são pastores, são apenas líderes e sem caráter. Quando deprecio o
companheiro de ministério, quando o rejeito, não o honro como irmão e
companheiro de jugo, ajo como um desqualificado para o exercício de uma vocação
tão sublime e tão rasa ao mesmo tempo.
O
ministério pastoral é para poucos. É para aqueles que não se apegam às coisas
materiais, que consideram o ministério uma vocação e não uma vacação. Está
destinado àqueles que estão contidos no contentamento em Cristo Jesus. O seu
tesouro é o Senhor. Os seus bens são os tesouros conferidos por Cristo apenas
por graça. Os tesouros do caráter de Cristo Jesus. A sua porção é o Senhor (Lm
3.24). A sua alegria está nAquele que tudo pode. Ele pode dizer com convicção:
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fil 4.13). O pastor não está
interessando em luxo, ostentação e tietagem. Não depende de homens, mas de
Deus. Não busca os seus interesses, mas os de Deus. Não faz conchavos, alianças
políticas ou quaisquer arranjos para se promover. Para se manter no cargo. O
ministério não é para auto-promoção, mas
para a exaltação de Cristo Jesus.
O
ministério não combina com popularidade, mas com impopularidade. Não é função
de destaque, de status, mas de recato,
discrição. O pastor chamado por Deus não deseja aparecer, mas quer que Cristo
apareça à semelhança de João Batista quando afirmou em relação ao Senhor Jesus:
“Importa que Ele cresça e eu diminua” (João 3.30). O ministro do evangelho é um
homem simples, revestido da simplicidade de Cristo. Ele não tem nenhum
interesse em negociar cargos, posições, poder ou quaisquer postulados meramente
humanos e que só trazem prejuízos para o ministério e para a família. O seu
prazer maior e inegociável é o Senhor.
É
triste dizer que há poucos pastores de fato, e muitos líderes. Há poucos homens
de envergadura ministerial, mas muitos comprometidos com esquemas do mundo e
sem nenhuma relevância no testemunho pessoal. Não são éticos. Apreciam os
elogios, as bajulações e gostam dessas coisas Há líderes de igreja, e não
pastores, que estão terceirizando o ministério na igreja local. Elementos
disputando cargos e não dispostos a levar as cargas. Que ganham altos salários
sem repartir, sem investir em gente necessitada, sem perceber que o salário dos
crentes, a começar dos que pastoreiam, é social. Paulo ensina assim em suas epístolas.
Ensina que é muito importante investirmos em pessoas, exercermos a liberalidade
amorosa.
Pastores
na acepção da palavra estão em extinção. Há bons líderes, inteligentes,
jeitosos, espertos, escorregadios, políticos, mas poucos homens de Deus, destemidos,
corajosos, intrépidos e que não são conduzidos pelo estômago, mas estão
dispostos a serem enforcados por causa da suas convicções em Cristo, do seu
amor ao Salvador, por causa do seu compromisso com a mensagem da cruz, seu amor
à obra missionária, seu zelo pela doutrina da Palavra de Deus e seu amor à
Igreja pela qual Jesus morreu, derramando o Seu precioso sangue.
Deus não nos chamou como
homens extraordinários, mas nos chamou como homens comuns para realizarmos um
trabalho extraordinário,
sublime, impactante, poderoso e transformador. Não preciso de honra, mas quero
dar honra ao meu Senhor. Não desejo o pódio, mas o chão. Não desejo conforto
físico, mas necessito do precioso conforto do Espírito e dos meus irmãos. Não
quero disputar lugar na fila das vaidades. Ministério não existe para dar fama
a ninguém. Ministério é para escravos do Senhor Jesus Cristo (em 1 Co 4.1,
Paulo usa a palavra huperetes, remadores de baixa categoria, para se referir a nós,
ministros). Fomos comprados por grande preço e por esta razão a glória é
dAquele que nos comprou ou redimiu (1 Co 6.20). A honra é dEle. Não estou
interessado no estilismo, na aparência, mas em que o Senhor domine o meu
coração e a minha mente, tornando-os cativos à Sua vontade. Não quero focar a
aparência, mas desejo que o Senhor trabalhe o meu interior para que as minhas
intenções, ações e reações glorifiquem o Seu nome!
Que
o Senhor nos livre das disputas, da síndrome do pequeno reino. Que nos liberte
do egoísmo, da fama, da tietagem, do pódio e da imagem que gosta de ser
admirada e ovacionada. Que sejamos desviados da feira das vaidades. Que sejamos
homens de Deus! Que O agrademos, que O honremos, que Ele assuma o centro do
nosso coração, que Ele defina as nossas prioridades. Que Ele seja, acima de
tudo, a nossa PRIORIDADE. Aí não haverá disputas porque as minhas razões para vivenciá-las
estão crucificadas com Cristo, nosso Pastor Supremo, que a Si mesmo Se humilhou
e morreu numa cruz como um marginal para
nos tornar aceitos pelo Pai.
Oswaldo Luiz Gomes
Jacob, pastor.
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