sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SOZINHA, MAS BEM ACOMPANHADA


Gn 16.7-15


 É interessante que o texto anterior a este fala exatamente  do encontro de Deus com Abraão e da aliança  estabelecida por Deus com ele sobre a sua descendência. Deus  lhe falara, deu-lhe uma visão completa até mesmo quanto  aos sofrimentos  pelos quais haveria de passar a sua posteridade, durante quatrocentos anos.
 
Enfim, justamente quando Deus lhe  falara, de forma clara e objetiva, sobre tudo  quanto haveria de suceder-lhe... Logo depois, foi Abraão convencido por Sara de que a única forma  para eles alcançarem seus objetivos (que eram o mesmos de Deus – como ele fora informado) seria fazendo uso de um atalho humano, um jeito mais fácil e mais rápido de se obter os resultados pretendidos; mesmo que estes já estivessem determinados previamente por Deus.  Aqui temos um exemplo do fracasso dos métodos humanos quando eles não se coadunam com os princípios bíblicos.

A mesma pessoa que  até então  fora  importante (na ótica de Sara)  para se alcançar a solução de um problema  “insolúvel”, de repente passava a ser descartada por se constituir  em uma ameaça à paz e à harmonia familiar. 

Agar, sem mesmo querer, constituíra-se numa personificação constante  do desprezo, afronta e humilhação para Sara. É sempre assim, a felicidade alheia provoca ressentimento e amargura para alguns. Assim, a alegria de Agar proporcionava  um sentimento de inveja, amargura e humilhação em Sara; ainda que a outra não lhe dissesse nada. Apenas a sua  presença feliz já era o suficiente para provocar todo o tipo de constrangimento e contrariedade na outra.
 
Além disso, provavelmente, Sara estava remoendo um sentimento de arrependimento tardio. Talvez já  começasse a pensar na tremenda  mancada que dera com aquela fatídica sugestão. Ela mesma havia sugerido e aprovado a ruptura dos laços conjugais,  entregando seu marido “de bandeja” para outra mulher; exposto sua  intimidade  conjugal. Ela que planejara apenas  ter uma barriga de aluguel, constituíra  e alojara dentro de sua própria casa uma concorrente fértil, jovial, e, quem sabe, mais atraente para seu marido.
 
Qual a lição que poderíamos tirar desse episódio? Quantas vezes ouvimos história de jovens casais que agem imprudentemente expondo-se às tentações uns aos outros, por motivos os mais variados e banais!

 

Vanderlei Faria

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

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