sábado, 9 de agosto de 2014

O JUSTIFICADO NÃO ANDA SE JUSTIFICANDO



    Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1,2).


 Ao passarmos por problemas na vida, especialmente quando os produzimos, temos a tendência humana, de Adão, de nos “justificarmos”, acharmos culpados. Não reconhecemos que erramos, que precisamos confessar nossas culpas e pedir perdão a quem ofendemos, especialmente o Senhor.  O filho chamado pródigo reconheceu a sua culpa, seus erros, suas trapalhadas quando disse: “Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores” (Lc 15.18,19). Esta é uma atitude de humildade. É uma resposta à ação do Espírito Santo no coração. Adão após pecar e ser confrontado pelo Senhor, colocou a culpa na mulher, e disse: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3.12).  Jogar a culpa nos outros, em circunstâncias, em  situações das mais diversas, é próprio da natureza adâmica.

        Aquele que foi justificado, declarado justo, perdoado em Cristo Jesus, no Seu sangue, na sua justiça, não se estriba em erro alheio, não justifica o seu erro, suas falhas se baseando nas pessoas com as quais vivem. Há muitos   que dizem: Eu sou assim porque meus pais me fizeram sofrer, me batiam, tolhiam a minha liberdade, não eram um exemplo para mim. Sabemos que o homem só é produto do meio se ele decidir ser assim. Há um poder de escolha. Eu sou responsável por minhas reações às demandas da vida. Alguém disse que não somos responsáveis muitas vezes pelas circunstâncias, mas o somos pelas respostas que damos a elas. Deus nos deu uma capacidade imensa para decidir.  Na verdade, somos fruto de nossas escolhas. A nossa qualidade de vida está ligada às respostas que damos as demandas do dia a dia.

        Dos doze espias que Moisés mandou para espreitarem a terra prometida, Josué e Calebe decidiram orientar o povo a entrar, enquanto que os outros dez decidiram não entrar e não recomendar o povo a fazê-lo. A justificativa dos dez eram o povo que estava lá e a logística das cidades. Viram gigantes e não o Senhor que era infinitamente maior do que eles. Josué e Calebe reconheceram as dificuldades, mas consideraram o Senhor infinitamente maior do que elas. Enquanto que a perspectiva dos dez espias eram as dificuldades, a de Josué e Calebe era o Senhor.
 
Quando queremos nos justificar, na verdade, queremos tirar o nosso corpo fora, transferir a nossa culpa, desejamos ser inocentados de decisões e salvarmos a nossa pele. As nossas justificativas incoerentes são fruto de uma natureza perversa, má, covarde,  dissimulada e esperta. É evidente que quando sou tentado a desobedecer eu confio na justificação de Deus por meio de Cristo (Rm 5.1,2). Esta justificação traz paz, harmonia e segurança ao meu coração. A paz de Cristo inunda o meu coração. Eu me estribo, me fundamento no que Ele fez por mim. Não me estribo no meu próprio entendimento, mas nEle. Se eu confiar em mim vou fracassar e me justificar.

        Quando Davi foi confrontado por Natã por ocasião do seu adultério com Batseba, ele produziu o Salmo 51, reconhecendo a sua culpa e, ao mesmo tempo, sua confiança plena na graça e misericórdia do Senhor, a quem ele amava profundamente. Precisamos parar de justificar nossos erros, nossas taras e incoerências. Não temos o direito de jogar a culpa dos nossos erros de percurso sobre outras pessoas. Não devemos murmurar, praguejar, mas reconhecer nossas mazelas. Quando vivemos pela fé na suficiência de Cristo o nosso coração descansa nele e os nossos erros, pecados, são confessados, nos arrependemos e Ele nos perdoa mediante a Sua graça, pois graça é Deus dando e fazendo tudo a quem nada merece. Quando Pedro negou Jesus o  seu coração estava conformado com a circunstância. Todavia, quando o galo cantou e Jesus olhou profundamente para ele, ele foi para o canto chorar amargamente. Este choro era o choro do arrependimento e da confiança no amor e no perdão  do Salvador.

        Paremos de nos justificarmos quando erramos. Confiemos na justificação operada por Deus, o Pai, na Pessoa de Cristo, Seu Filho. Ao sermos justificados, declarados justos pelo Senhor, temos paz, acesso, pela fé, à sua graça na qual estamos firmes e nos gloriamos na esperança da Glória de Deus (Rm 5.2). O povo que vai morar no céu é um povo justificado, perdoado por Deus mediante Seu Filho Jesus Cristo, que morreu na cruz e ressuscitou por nós. Um povo que experimentará a glória de Deus. Povo justificado é um povo feliz, que serve ao Senhor com alegria e singeleza de coração. Um povo que testemunha a obra perfeita do Cristo perfeito na cruz. Um povo que confia plenamente num Deus gracioso, bondoso e cheio de amor. Se com o primeiro Adão nós aprendemos, diante do erro, tirar o nosso corpo fora; em Cristo, o segundo Adão, aprendemos a reconhecer nossos pecados, erros, os confessarmos e colocarmos toda a nossa confiança nEle. Deus não despreza um coração quebrantado e contrito (Sl 51.17).  


Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor.

 

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