“Justificados, pois, mediante a
fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de
quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes;
e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.1,2).
Aquele que foi
justificado, declarado justo, perdoado em Cristo Jesus, no Seu sangue, na sua
justiça, não se estriba em erro alheio, não justifica o seu erro, suas falhas
se baseando nas pessoas com as quais vivem. Há muitos que dizem: Eu sou assim porque meus pais me
fizeram sofrer, me batiam, tolhiam a minha liberdade, não eram um exemplo para
mim. Sabemos que o homem só é produto do meio se ele decidir ser assim. Há um
poder de escolha. Eu sou responsável por minhas reações às demandas da vida.
Alguém disse que não somos responsáveis
muitas vezes pelas circunstâncias, mas o somos pelas respostas que damos a
elas. Deus nos deu uma capacidade imensa para decidir. Na verdade, somos fruto de nossas escolhas. A
nossa qualidade de vida está ligada às respostas que damos as demandas do dia a
dia.
Dos doze espias que
Moisés mandou para espreitarem a terra prometida, Josué e Calebe decidiram
orientar o povo a entrar, enquanto que os outros dez decidiram não entrar e não
recomendar o povo a fazê-lo. A justificativa dos dez eram o povo que estava lá
e a logística das cidades. Viram gigantes e não o Senhor que era infinitamente
maior do que eles. Josué e Calebe reconheceram as dificuldades, mas
consideraram o Senhor infinitamente maior do que elas. Enquanto que a
perspectiva dos dez espias eram as dificuldades, a de Josué e Calebe era o
Senhor.
Quando queremos nos justificar, na verdade, queremos tirar o nosso
corpo fora, transferir a nossa culpa, desejamos ser inocentados de decisões e
salvarmos a nossa pele. As nossas justificativas incoerentes são fruto de uma
natureza perversa, má, covarde,
dissimulada e esperta. É evidente que quando sou tentado a desobedecer
eu confio na justificação de Deus por meio de Cristo (Rm 5.1,2). Esta
justificação traz paz, harmonia e segurança ao meu coração. A paz de Cristo
inunda o meu coração. Eu me estribo, me fundamento no que Ele fez por mim. Não me
estribo no meu próprio entendimento, mas nEle. Se eu confiar em mim vou fracassar
e me justificar.
Quando Davi foi
confrontado por Natã por ocasião do seu adultério com Batseba, ele produziu o
Salmo 51, reconhecendo a sua culpa e, ao mesmo tempo, sua confiança plena na
graça e misericórdia do Senhor, a quem ele amava profundamente. Precisamos
parar de justificar nossos erros, nossas taras e incoerências. Não temos o
direito de jogar a culpa dos nossos erros de percurso sobre outras pessoas. Não
devemos murmurar, praguejar, mas reconhecer nossas mazelas. Quando vivemos pela
fé na suficiência de Cristo o nosso coração descansa nele e os nossos erros,
pecados, são confessados, nos arrependemos e Ele nos perdoa mediante a Sua
graça, pois graça é Deus dando e fazendo
tudo a quem nada merece. Quando Pedro negou Jesus o seu coração estava conformado com a
circunstância. Todavia, quando o galo cantou e Jesus olhou profundamente para
ele, ele foi para o canto chorar amargamente. Este choro era o choro do
arrependimento e da confiança no amor e no perdão do Salvador.
Paremos de nos
justificarmos quando erramos. Confiemos na justificação operada por Deus, o
Pai, na Pessoa de Cristo, Seu Filho. Ao sermos justificados, declarados justos
pelo Senhor, temos paz, acesso, pela fé, à sua graça na qual estamos firmes e
nos gloriamos na esperança da Glória de Deus (Rm 5.2). O povo que vai morar no
céu é um povo justificado, perdoado por Deus mediante Seu Filho Jesus Cristo,
que morreu na cruz e ressuscitou por nós. Um povo que experimentará a glória de
Deus. Povo justificado é um povo feliz, que serve ao Senhor com alegria e
singeleza de coração. Um povo que testemunha a obra perfeita do Cristo perfeito
na cruz. Um povo que confia plenamente num Deus gracioso, bondoso e cheio de
amor. Se com o primeiro Adão nós aprendemos, diante do erro, tirar o nosso
corpo fora; em Cristo, o segundo Adão, aprendemos a reconhecer nossos pecados,
erros, os confessarmos e colocarmos toda a nossa confiança nEle. Deus não despreza
um coração quebrantado e contrito (Sl 51.17).
Oswaldo
Luiz Gomes Jacob, pastor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário